Tradução

sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

Onde Foi Que Nós Erramos?

Héber Zenun


Que diabos está acontecendo? Onde foi que nós erramos? Como foi que o Cristianismo foi entrar nessa de entrar em um tipo de partidarismo político. Porque os Cristãos estão dando suporte a leis que obrigam os outros a viverem sob estes padrões? http://www.cnn.com/2006/US/12/13/bakker.brown.commentary/index.html

Que pergunta esta acima... Feita por pessoas... O que está acontecendo com o cristianismo? O que está acontecendo com os cristãos? Porque não estão sendo como os primeiros cristãos relatados nas Escrituras...? O que está acontecendo com o Natal? Porque não é conforme o Natal das Escrituras?
"No Princípio" Gênesis 1:1 e João 1:1
"No princípio criou Deus os céus e a Terra"(Gênesis 1:1)... "No princípio era o 'Lógus', e o 'Lógus' estava com Deus, e o 'Lógus' era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele, nada do que foi feito se fez. A vida estava nele e a vida era a luz dos homens." (João 1:1-5)... "E o 'Lógus se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai"(João 1:14)... "Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3:16)...

O Natal é unicamente a encarnação do Deus Pessoal que se apresenta ao ser humano por suas obras criadas... "Os céus e a terra manifestam a glória de Deus" (Salmo 19).
O Natal é unicamente a encarnação do Deus Pessoal que se apresenta ao ser humano por sua Palavra falada: - "Disse Deus..." (Gênesis 1:3) - "Disse Deus..." (Gênesis 1:6) - "Disse Deus..." (Gênesis 1:9) - "Disse Deus..." (Gênesis 1:11) - "Disse Deus..." (Gênesis 1:14)...... e outros neste mesmo capítulos e por toda a Bíblia... O Natal é unicamente a encarnação do Deus Pessoal que se apresenta ao ser humano por suas Escrituras, a Bíblia: "Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste, e que, desde a infância sabes as SAGRADAS LETRAS, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus. Toda a ESCRITURA é inspirada por Deus e útil..." (2 Timóteo 3:15-16).
O Natal é únicamente a encarnação do Deus Pessoal Criador do universo: "... Nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas..." (Hebreus 1:2-3).
O Natal é únicamente a participação pessoal do Deus Eterno nos problemas mais complexos e profundos do ser humano, sua real condição e vida, que o configura, o faz de novo para viver a partir daqui a vida eterna, isto é, o tipo de Vida que vem do próprio Deus Eterno e Criador, não apenas dando uma melhor performance a partir de novas técnicas ou novas estruturações de seu ser físico nas profundidades do DNA ou lugares deste nível, mas em um ambiente onde somente Ele pode alterar nossas estruturas, para que conforme o anseio de todo ser humano, possa viver não mais 50 anos ou 100 anos, ou 200 anos, mas viver eternamente e totalmente regenerado em um lugar que já está preparado para isso conforme Ele mesmo profere palavras sobre isso em João 14 e em Apocalipse...
O Natal é únicamente a participação de tal forma de Deus em nossos problemas mais profundos e que parecem aos olhos humanos tão simples, como o nascimento, a vida e a morte, pelas quais coisas Ele passou, e morreu e foi para o túmulo, e naquela condição ressuscitou, provando por 40 dias para toda a sociedade da época que quisesse ver, não se tratar de lenda, invenção, boato, ou qualquer coisa do gênero, anunciando com sua performance sobre a morte de maneira totalmente eficaz, dando a notícia de que se desejamos tal tipo de vida, precisamos nos envolver com Ele da mesma forma que Ele se envolveu conosco, isto é, com todo nosso ser, com toda nossa vida... Mas.. estranhamente o ser humano desconfigura com o passar do tempo a maior e mais preciosa notícia que já recebeu e vai anulando seus efeitos nas próprias vidas e na de muitos que sinceramente perguntam, questionam, procuram, pesquisam, e fazendo gerar um sem número de religiões, de movimentos terceirizados, de aproveitadores, de revoltados, de fanáticos, de desautorizados mediadôres, de crendices, de ideologias, enfim, como resultado, uma nuvem paira ainda mais densa sobre a humanidade nas questões de tal relevância... surgem então os ateus, os anti-deus, os anti-religiões, os que já não acreditam em mais nada, isto é, agora transferem toda a crença para si mesmos.. fazendo gerar uma sobrecarga ainda maior sobre os ombros daqueles que já estão cansados... E vemos então um natal dos últimos tempos que de fato pouquíssimo ou nada tem a ver com a verdade, e com o verdadeiro natal, que começou de fato com um nascimento, caminha como uma vida, e chega até a cruz, a morte, e a ressurreição, e uma notícia à humanidade para que permita-se se render a Ele, e volte-se totalmente para Suas diretrizes para a vida... Há sem dúvida uma pertinência nas perguntas acima... Há sem dúvida uma necessária reflexão a ser feita pelas pessoas a respeito da verdade... Que todos possam ultrapassar toda esta poderosa casca de abusos e absurdos que cobrem a verdade... e permitirem-se a si mesmas ouvirem o que Deus tem a dizer sobre o NATAL...

Não existiu nos tempos em que o Natal ocorreu nenhuma conotação nem sequer que lembre o que ocorre hoje.
Talvez para que não haja engano a respeito da verdade do que seja o Natal de fato, este envolvimento do Criador com a humanidade para ser Ele mesmo o Caminho a Verdade e a Vida (João 14:6). Quantos vão para os templos do natal do século XXI os imensos centros de compras, os shoppings centers, quantos vão para os grandes templos natalinos do século XXI as poderosas e mega igrejas, para verem e ouvirem e chorarem um pouco nestes dias, para que numa espécie de sessão descarrego, ou katártica, experimentar um pouquinho de emoções natalinas, quantos vão explorar os simples, para tirar-lhes mais dinheiro ainda, pois somos apenas e tão somente consumidôres de bens de consumo... Enfim... o natal deste tipo vai passar e as pessoas apenas vão ter apenas comemorado mais um natal, e mais uma vez vão ter feito o que tinha que ser feito dentro dos padrões aceitos e requisitados pelo nosso tempo... E vão continuar tão longe do que de fato significa e É, quanto antes do dia 25... é de fato lamentável... Mas... não precisa ser assim... porque conforme os nossos repórteres acima temem, o verdadeiro cristianismo não está mudado, a verdadeira mensagem não está mudada, o poder que menciona o Evangelho continua eficaz por todos os séculos e séculos e assim vai ficar até a volta de Cristo, que é o cumprimento da sua promessa...

Então, aos que chegaram até aqui... nesta leitura... um alento para nós, o Senhor Deus Eterno, o que fez acontecer o primeiro Natal, com propósitos que são dEle, chama sempre e todo o tempo, para que haja esta disposição de considerar sua linha de argumentação em nosso favor, e nos voltamos diretamente e somente para Ele, em uma atitude sincera a partir de dentro de nosso ser, sem quaiquer atravessadores religiosos, ou de qualquer ordem, como filosóficos, cientistas, políticos, etc... e se permita ter a coragem de falar com Ele a partir de seu íntimo, e se envolver com Ele, em conformidade com Sua Palavra, as Escrituras, a Bíblia... interpretada unicamente pela própria Bíblia, em um coração que quer ouví-lO de todo coração, então o primeiro passo terá sido dado... E o sentido do Natal que já aconteceu e não vai se repetir, o sentido do verdadeiro Natal, que chega até à ressurreição também acontecerá na vida daquele, da tua vida, que de fato está considerando as Palavras do Criador e Senhor, acontecerá a Vida que vem DELE, e o que Ele falou a Nicodemos acontecerá com tua vida: "Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus" (João 3:3)... "... a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus" (João 1:12-13)... Jesus disse: "Eis que estou à porta e bato, se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele e ele comigo" (Apocalipse 3:20).
TEU AMIGO... HEBER
http://by114fd.bay114.hotmail.msn.com/cgi-bin/compose?mailto=1&msg=86662FC0-6A5A-456D-8527-D4B0DFBCDFBB&start=0&len=18006&src=&type=x&to=heber_zenun@hotmail.com&cc=&bcc=&subject=&body=&curmbox=00000000-0000-0000-0000-000000000001&a=da1e065e764be865e8cb3222ec5949d661235e93efd8be1045cfd9cbad9bc27e

domingo, 17 de dezembro de 2006

Crescimento da Igreja e Salvação

M.Martins


“E por avareza farão de vós negócio...” (2Pe. 2:3) Uma avalanche de métodos de crescimento de igrejas vem sendo divulgada entre líderes evangélicos, instruindo-os a tornar a sua igreja local próspera e grandiosa. É a igreja reinventada, transformada em negócio, onde a autêntica mensagem do evangelho está sendo substituída por um discurso de tolerância e fraternidade, distante dos valores bíblicos, sendo o pastor um facilitador, um mediador entre “prós e contras”, permitindo a conciliação em nome da “unidade”. A propósito, sugiro a leitura dos excelentes artigos publicados em http://www.espada.eti.br/pragmatismo.htm .

Essa preocupação seria plausível se a igreja realmente fosse uma empresa, um comércio administrado pelo pastor ou por um grupo de pessoas, como nas sociedades anônimas e companhias limitadas. Porém, a igreja - segundo o melhor conceito - é uma assembléia de gente salva, pessoas que compreenderam e aceitaram a mensagem de salvação bíblica pela soberana vontade de Deus, diferente do conceito moderno de clube eclesiástico que estão tentando imputar-lhe. Àqueles que procuram fazer a obra de Deus segundo a metodologia humana devemos lembrar que, embora a salvação seja oferecida a todos, poucos são os efetivamente salvos em Cristo Jesus: “Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos” (Mt 22:14). A Bíblia demonstra claramente que a Salvação pertence somente ao Senhor e que somente dEle vêm a fé e o arrependimento.

No livro de Jonas está escrito: “Do Senhor vem a salvação” (Jn 2:9b). Esta afirmação guarda profunda simetria com toda a soteriologia bíblica, pela qual Deus nos elegeu livremente para a salvação antes mesmo da fundação do mundo (Ef. 1:3,4; II Ts 2:13; Ap. 13:8; etc). É o Espírito Santo quem convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16:8); é Deus quem dá a fé (Ef. 2:8 e Hb. 12:2 c/c Jo. 6:64-65 e 1Co. 12:3) e o arrependimento (Atos 5:31, 11:18; Rom. 2:4; 2Co 7:9; 2Tm 2:25; etc.), ambos para a salvação. Assim, Deus faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade (Ef. 1:11; v. tb. Ef. 1:4-5; Tiago 1:18; Sal 115:3 e 135:6; etc.) e concede redenção a quem Ele quer, segundo a Sua infinita misericórdia (Jo 1:13, 6:37; Rm. 9:15-16; Ef. 2:1-10; Tt. 3:5; Tg. 1:18; etc.), sem, entretanto, desprezar a responsabilidade humana (Mt. 11:28; Jo. 5:40; Ap. 22:17; etc). Uma vez entendido este assunto de difícil compreensão para muitos, que é a Salvação (2Pe 3:15-16; Rm. 11:33-36), podemos afirmar que nenhum esforço humano para levar as pessoas a Cristo terá sucesso sem a suprema volição de Deus, conforme os Seus eternos propósitos. “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam...” (Sl. 127:1). O método bíblico é: “...Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Mc. 16:15). Apenas os que crerem serão salvos (v. 16); porém a fé salvadora não é para todos, pois ninguém pode nascer pela vontade da carne, por desejo próprio (Jo. 1:12-13): “...porque a fé não é de todos” (2Ts. 3:2).

A tática de atrair pessoas às igrejas para ouvir coisas aprazíveis e participar de um culto adocicado e festivo não encontra respaldo bíblico. O pregador não tem a função de convencer a ninguém, mas apenas de pregar o que é reto, de levar a mensagem do evangelho a toda criatura. Pregando dessa forma, crerão todos quantos estão ordenados para a vida eterna (At. 13:48).


Marcos A. F. Martins.

Revista Sã Doutrina (www.revistasadoutrina.com)

domingo, 3 de setembro de 2006

Lembrai-vos da Mulher de Ló

J. C. Ryle
(Lc. 17: 32)


Há poucas advertências na Escritura mais solenes que esta. O Senhor Jesus Cristo nos diz, "Lembrai-vos da mulher de Ló." A esposa de Ló professava a verdadeira religião: seu marido era um "homem íntegro" (2 Pedro 2:8). Ela deixou Sodoma com ele no dia da sua destruição; ela olhou para trás, em direção a cidade, em desobediência a ordem expressa de Deus; ela morreu imediatamente, transformando-se em uma estátua de sal. E o Senhor Jesus Cristo a utiliza como exemplo para Sua igreja; Ele diz: "Lembrai-vos da mulher de Ló".É uma advertência solene, quando consideramos a pessoa que Jesus menciona. Ele não nos convida a lembrar de Abraão, ou Isaque, ou Jacó, ou Sara, ou Ana, ou Rute. Não! Ele escolhe alguém cuja alma estava perdida para sempre. Ele clama a nós: "Lembrai-vos da mulher de Ló".É uma advertência solene, quando nós consideramos sobre o tema de Jesus. Ele está falando da Sua segunda vinda, quando virá julgar o mundo; Ele está descrevendo o estado terrível de despreparo no qual muitos serão achados. Os últimos dias estão na Sua mente, quando Ele nos diz: "Lembrai-vos da mulher de Ló".

É uma advertência solene, quando nós pensamos na Pessoa que a faz. O Senhor Jesus é amoroso, misericordioso e compassivo; Ele é Aquele que "não esmagará a cana quebrada nem apagará a torcida que fumega"(Is.42:3). Ele lamentou a incredulidade de Jerusalém e orou pelos homens que O crucificaram; contudo, Ele julga proveitoso nos dar esta advertência solene e nos fazer lembrar das almas perdidas. Ele nos diz: "Lembrai-vos da mulher de Ló".É uma advertência solene, quando nós pensamos nas pessoas para as quais Ele, primeiramente, dirigiu estas palavras. O Senhor Jesus estava falando aos Seus discípulos; Ele não estava falando para os escribas e fariseus que o odiaram, mas a Pedro, Tiago e João, e muitos outros que O amaram; mesmo para esses, Ele julga proveitoso uma palavra de precaução. Ele os diz: "Lembrai-vos da mulher de Ló".

É uma advertência solene, quando nós consideramos a maneira que Ele falou. Ele não diz somente: "Cuidado! Não sejam como a mulher de Ló". Ele usa uma palavra diferente; Ele diz: "Lembrai-vos". Ele fala como se nós corrêssemos o perigo de esquecer o assunto; Ele incita nossas memórias preguiçosas; Ele nos ordena a manter o caso em nossas mentes. Ele clama: "Lembrai-vos da mulher de Ló".

Agora, consideremos os privilégios religiosos que a esposa de Ló desfrutou.Nos dias de Abraão e Ló, a verdadeira religião salvadora era escassa na terra; não havia ainda a Bíblia, pastores, igrejas, credos ou mesmo missionários. O conhecimento de Deus estava limitado a algumas famílias agraciadas; a maior parte dos habitantes do mundo estava vivendo em escuridão, ignorância, superstição e pecado. Talvez não houvesse um em cem, que contasse com tal bom exemplo, ou com tal convivência espiritual, tal clareza de conhecimento e advertências tão claras como a esposa de Ló. Comparada com os milhões de criaturas do seu tempo, a esposa de Ló era uma mulher agraciada.Ela teve um homem religioso como marido; ela teve Abraão, o pai da fé, como tio através do matrimônio. A fé, o conhecimento e as orações destes dois homens íntegros não poderiam ter sido desconhecidos dela. É impossível que ela pudesse ter morado em tendas com eles durante tanto tempo, sem saber de Quem eles eram e a Quem eles serviam. Religião para eles não era nenhum negócio formal; era o princípio governante das suas vidas e a razão de suas ações. Tudo isso a esposa de Ló deve ter visto e conhecido. Este não era um pequeno privilégio.Quando Abraão recebeu as promessas, a esposa de Ló provavelmente estava lá. Quando ele construiu sua tenda entre Ai e Betel, é provável que ela estivesse presente ...; quando os anjos vieram a Sodoma e advertiram seu marido para fugir, ela os viu; quando eles os levaram pela mão e os conduziram para fora da cidade, ela era um daqueles que eles ajudaram a escapar. Mais uma vez, eu digo, estes não foram privilégios pequenos.
Contudo, quais foram os resultados positivos, de todos estes privilégios, no coração da esposa de Ló? Nenhum, nada. Apesar de todas as oportunidades e meios de graça, todas as advertências especiais e mensagens do céu, ela viveu e morreu sem a graça de Deus, sem Deus, impenitente e descrente. Os olhos do seu entendimento nunca foram abertos; sua consciência nunca foi realmente despertada ou estimulada; sua vontade nunca foi verdadeiramente trazida a um estado de obediência a Deus; suas afeições nunca foram fixadas nas coisas lá do alto. A forma de religião que ela teve foi mantida por conveniência e não por um verdadeiro sentir; era uma capa usada para agradar a seu marido, e não por qualquer senso de seu valor. Ela fez como outros ao redor dela na casa de Ló: ela se conformou aos costumes do seu marido; ela não fez nenhuma oposição à religião dele; ela se permitiu ser conduzida passivamente por ele; mas em todo tempo o seu coração estava em pecado diante de Deus. O mundo estava no seu coração, e o seu coração estava no mundo. Neste estado ela viveu, e neste estado ela morreu.

Em tudo isso há muito a ser aprendido. Eu vejo uma lição aqui que é da maior importância nos nossos dias. Você vive em tempos em que há muitas pessoas vivendo igual a esposa de Ló. Ouça pois, a lição que o caso dela nos ensina.Aprenda que a mera possessão de privilégios religiosos não salvarão a alma de ninguém. Você pode ter vantagens espirituais de todo tipo; você pode viver e gozar das mais ricas oportunidades e meios de graça; você pode desfrutar da melhor pregação e das instruções mais verdadeiras; você pode morar no meio da luz, conhecimento, santidade e boa companhia. Tudo isso é possível; contudo, você ainda pode permanecer não convertido, e estar perdido para sempre.Eu ouso dizer que esta doutrina parece dura a alguns leitores. Eu conheço a idéia de que eles não querem nada mais do que privilégios religiosos para decidirem ser cristãos. Eles não são o que eles devem ser no momento, eles concordam; mas a posição deles é tão difícil, eles argumentam, e suas dificuldades são tantas. Dê-lhes um cônjuge crente, ou amizades cristãs, ou um patrão crente; dê a eles a pregação do Evangelho, os privilégios, e então eles caminharão com Deus.Tudo engano! Uma completa ilusão! Para salvar almas, é requerido muito mais do que privilégios. Joabe era o capitão de Davi; Geazi era o criado de Eliseu; Demas era companheiro de Paulo; Judas Iscariotes era discípulo de Cristo; e Ló teve uma esposa mundana e incrédula. Todos eles morreram em seus pecados. Eles baixaram à cova apesar do conhecimento, advertências e oportunidades; e todos eles nos ensinam que os homens necessitam não só de privilégios. Eles precisam da graça do Espírito Santo.

Vamos valorizar nossos privilégios religiosos, mas não vamos descansar completamente neles. Vamos desejar ter o benefício deles em nossas atividades, mas não vamos colocá-los no lugar de Cristo. Vamos usá-los com gratidão, se Deus no-los der, mas nos preocupemos em que eles produzam algum fruto em nosso coração e vida. Se eles não produzem o bem, eles seguramente causarão dano; eles cauterizarão a consciência, eles aumentarão a responsabilidade, eles agravarão a condenação. O mesmo fogo que derrete a cera endurece o barro; o mesmo sol que faz a árvore vivente crescer, seca a árvore morta e a prepara para queimar. Nada endurece mais o coração do homem, do que uma familiaridade estéril com as coisas sagradas. Mais uma vez eu digo, não são somente os privilégios que fazem as pessoas cristãs, mas a graça do Espírito Santo. Sem isso, nenhum homem jamais será salvo.Eu peço aos que lêem esta mensagem hoje, que considerem bem o que eu estou dizendo. Você vai para a Igreja do sr. A ou B; você o considera um pregador excelente; você se deleita com seus sermões; você não pode ouvir nenhum outro com o mesmo conforto; você aprendeu muitas coisas desde que você começou a participar do seu ministério; você considera um privilégio ser um dos seus ouvintes. Tudo isso é muito bom. É um privilégio. Eu seria grato se ministros como o seu fossem multiplicados. Mas, afinal de contas, o que você recebeu no seu coração? Você já recebeu o Espírito Santo? Se não, você não é melhor que a esposa de Ló.Eu peço para os filhos de pais crentes que gravem bem o que eu estou dizendo. Ser filhos de pais crentes é o mais elevado dos privilégios, pois torna-se o alvo de tantas orações. Realmente é uma bênção aprender o Evangelho na nossa infância, e ouvir falar de pecado, de Jesus, e do Espírito Santo, e santidade, e céu, desde o primeiro momento que podemos lembrar. Mas, cuidado para que vocês não permaneçam estéreis e infrutíferos no meio de todos estes privilégios; precavenham-se para que seus corações não permaneçam duros, impenitentes e mundanos, sem se quebrantar às muitas vantagens que vocês desfrutam. Vocês não poderão entrar no reino de Deus pelo crédito de seus pais. Vocês próprios têm que comer o Pão da Vida e ter o testemunho do Espírito nos seus próprios corações. Vocês têm que ter arrependimento próprio, fé própria e sua própria santificação. Se não, vocês não serão melhor que a esposa de Ló.

Eu peço a Deus que todos os cristãos professos destes dias possam aplicar estas coisas aos seus corações. Que nós nunca esqueçamos que os privilégios sozinhos, não podem nos salvar. Luz e conhecimento, pregações fiéis, meios abundantes de graça e a companhia de pessoas santas são todos grandes bênçãos e vantagens. Feliz aqueles que os tem! Mas no final de tudo, há uma coisa sem a qual privilégios são inúteis: a graça do Espírito Santo. A esposa de Ló teve muitos privilégios; mas não teve a graça de Deus em seu coração.

quarta-feira, 30 de agosto de 2006

O Nome de Cristo


(Mateus 1:18-25)
J. C. Ryle (1816 – 1900)

Os Nomes conferidos ao nosso Senhor
Notemos os dois nomes conferidos a nosso Senhor, nestes versículos. Um deles é Jesus, o outro é Emanuel. O primeiro desses nomes descreve o seu ofício, o segundo, a sua natureza. Ambos são profundamente interessantes.

O Nome JESUS significa “SALVADOR”
Trata-se do mesmo nome Josué no AT. Foi dado a nosso Senhor porque “ele salvará o seu povo dos pecados dele”. Esse é o ofício especial do Senhor Jesus. Ele nos salva da nossa culpa do pecado, lavando-nos a alma em Seu próprio sangue expiatório. Ele nos salva do domínio do pecado ao conferir-nos, no próprio coração, o Espírito Santificador. Ele nos salva da presença do pecado quando nos tira deste mundo, para irmos descansar com Ele. E, finalmente, Ele nos salva das conseqüências do pecado ao nos proporcionar um glorioso corpo ressurreto, no último dia. O povo de Cristo é bendito e santo! Eles não são salvos das tristezas, da cruz e dos conflitos. Porém, são salvos do pecado, para todo o sempre. São purificados da culpa, mediante o sangue de Cristo. São habilitados para o céu mediante o Espírito de Cristo. Nisso consiste a salvação. Mas, aquele que se apega ao pecado ainda não é salvo.

JESUS é um nome que infunde muita coragem aos que vivem sobrecarregados de pecados.
Aquele que é o Rei dos reis e o Senhor dos senhores poderia ter-se feito conhecido, com toda a legitimidade, por algum título mais pomposo. Contudo, não quis faze-lo. Os dirigentes deste mundo com freqüência se têm chamado por títulos como “grande”, “conquistador”, “herói”, “magnífico” e outros semelhantes. Mas o Filho de Deus contentou-se em chamar-se de “SALVADOR”. As almas que desejarem a salvação podem achegar-se ao Pai, com ousadia, tendo acesso por meio de Jesus Cristo, com toda confiança. Esse é o seu ofício, e nisso Ele se deleita – mostrar-se misericordioso. “Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele” (Jo. 3:17).

JESUS é um nome peculiarmente doce e precioso para aqueles que são crentes
Com freqüência, esse nome os tem beneficiado, quando o favor de reis e de príncipes teria sido ouvido por eles com pouco interesse. Esse nome tem-lhes dado a paz interior que o dinheiro não pode comprar. Esse nome lhes tem aliviado as consciências pesadas, conferindo descanso a seus corações entristecidos. O livro de Cantares de Salomão refere-se à experiência de muitos crentes, ao asseverar: “como unquento derramado é o teu nome” (Ct:1:3). Feliz é a pessoa que confia não meramente em vagas noções a respeito da misericórdia e da bondade de Deus, mas no próprio “JESUS”.

EMANUEL significa “Deus conosco”
O outro nome, que aparece nestes versículos, de maneira alguma é menos interessante do que aquele que já destacamos. Esse é o nome conferido a nosso Senhor em vista da sua natureza, como “Deus que se manifestou em carne”. Ele é chamado de Emanuel, ou seja, “Deus conosco”. Devemos cuidar para que sejam bem claras as noções que formamos sobre a natureza e a pessoa do nosso Senhor Jesus Cristo. Esse é um ponto que se reveste da mais capital importância. Deveríamos ter bem claro, em nossas mentes, que nosso Senhor é perfeito Deus tanto quanto perfeito homem. Se chegarmos a perder de vista esse fundamento da verdade, poderemos cair vítimas de temíveis heresias. O nome “Emanuel”, pois, é que se reveste de todo o mistério que o circunda. Jesus é o “Deus conosco”. Ele assumiu a natureza humana igual à nossa, em todas as coisas, excetuando somente a tendência para o pecado. Mas, embora Jesus estivesse “conosco” em carne e sangue humanos, ao mesmo tempo Ele nunca deixou de ser o verdadeiro Deus.

A Humanidade e a Divindade de Cristo
Quando lemos os evangelhos, por muitas vezes descobrimos que nosso Senhor era capaz de ficar cansado, de padecer fome e sede, como também podia chorar, gemer e sentir dor como qualquer um de nós. Em tudo isso podemos ver “o homem” Jesus Cristo. Percebemos a natureza humana que ele tomou para Si mesmo ao nascer da virgem Maria. Entretanto, nesses mesmos quatro evangelhos, descobriremos que nosso Salvador conhecia os corações e os pensamentos dos homens, exercia autoridade sobre os demônios, podia fazer os mais espantosos milagres apenas com uma palavra, era servido pelos anjos, permitiu que um dos seus discípulos O chamasse de “Deus meu” e, igualmente, disse: “Antes que Abraão existisse, eu sou” (Jo.10:30). E tudo isso, vemos “O Deus eterno”. Vemos aquele que “é sobre todos, Deus bendito para todo sempre.Amém” (Rm.9:5).
Você deseja dispor de um seguro fundamento para a sua fé e esperança? Nesse caso, jamais perca de vista a divindade do seu Salvador. Aquele em cujo sangue você foi ensinado a confiar é o Deus todo-poderoso. Toda a autoridade foi dada a Jesus Cristo, no céu e na terra. Ninguém poderá arrancar você da mão dEle. Se você é um verdadeiro crente em Jesus, não permita que o seu coração se perturbe e atemorize.
Você deseja contar com um doce consolo nas ocasiões de sofrimento e tribulação? Nesse caso, nunca perca de vista a humanidade do seu Salvador. Ele é o ser humano Jesus Cristo, que se deitou nos braços da virgem Maria quando era um pequenino infante, e que conhece os corações humanos. Ele deixa-se sensibilizar pelo senso das nossas fraquezas. Ele experimentou, pessoalmente, as tentações lançadas por Satanás. Ele precisou enfrentar a fome. Ele derramou lágrimas. Ele sentiu dor. Confie nEle o tempo todo, em todas as suas aflições. Ele nunca haverá de despreza-lo. Derrame diante dEle, em oração, tudo quanto estiver em seu ser, e nada Lhe oculte. Ele é capaz de simpatizar profundamente com o seu povo.
Que estes pensamentos se aprofundem em nossas mentes. Bendigamos a Deus pelas encorajadoras verdades contidas no primeiro capítulo do Novo Testamento. Esse capítulo nos fala de Alguém que salva “o seu povo dos pecados deles”. Porém, ainda não é tudo. Esse capítulo revela-nos que o Salvador é o “Emanuel”, o próprio Deus conosco; Deus manifesto em carne humana, idêntica à nossa. Essas são boas novas. São autênticas boas novas. Alimentemos os nossos corações com essas verdades, por meio da fé, juntamente com ações de graça.

Texto Extraído do livro Meditações no Evangelho de Mateus, de J. C. Ryle. 2ª Edição, 2002. Editora Fiel.

segunda-feira, 21 de agosto de 2006

Limpando o Quintal de Nossa Casa

Luciano Hérbet
(Juízes 6)


Parece claro que Deus usava os povos vizinhos como instrumentos de disciplina para Israel. Seu grande amor para com os israelitas não permitia que os abandonassem em seus próprios pecados, mas utilizava desse meio para despertar a consciência dos israelitas quanto à Sua existência e seu cuidado. Na maioria das vezes, somente quando eles sentiam na “pele”, é que clamavam ao Senhor. Deus sempre os recebia e os acolhia, voltando a derramar sobre eles inúmeras bênçãos. Queridos, nós não precisamos chegar ao ponto da dor para clamarmos a presença do Senhor; precisamos desenvolver uma comunhão com Deus e desfrutar de sua maravilhosa companhia, e jamais desejaremos sair de sua presença.

Sempre existe alguém que nos dá o recado de Deus quando andamos por outros caminhos – o profeta que vem para nos exortar ou confrontar (não afrontar) biblicamente pode ser a igreja local, o pastor, pais ou amigos – o importante é que Deus sempre desperta as nossas mentes com a sua Palavra, de modo que nunca estamos “inocentes” quanto às nossas escolhas.


Aprendendo através de Gideão
Aprendemos algo muito bonito na história de Gideão: o nosso amado Mestre está sempre disposto a trabalhar em nossa vida. Jesus sempre vem ao nosso encontro. É interessante que o Verbo ou o Logos, ainda não encarnado aqui, contudo está ativo e diretamente agindo na história de seu povo. Ele aparece aqui como o Anjo do Senhor (manifestação teofânica, assim como apareceu a Abraão) para libertar o seu povo do jugo midianita através de Gideão.

A Bíblia não entra em detalhes, mas dá para supor que até o momento Gideão era um crente sem muito compromisso quanto às coisas do Senhor. Vejamos como no verso 13 a indagação de Gideão parece apontar um falta de relacionamento sólido com Iavé: “Ai, Senhor meu, se o Senhor é conosco, porque tudo isto nos sobreveio? E que é feito de todas as suas maravilhas...”. Esse questionamento quanto ao senhorio e presença de Deus na vida dos israelitas parece jogar a culpa de toda a desgraça que eles estavam vivendo no próprio Deus. Nos dias de hoje, muitos de nós culpamos a Deus por algum fracasso ou desilusão que venhamos a sofrer, e esse fato se expressa de várias maneiras, desde as nossas murmurações até a rebeldia declarada (desobediência) ao Senhor.

Nossa Suficiência em Cristo
Gosto muito dessa expressão, ela revela sinteticamente que nada é necessário fora de Cristo para as nossas vidas. Nenhuma novidade, nenhum movimento, nenhuma “segunda bênção” para nos fazer melhores crentes.
Um outro ponto de destaque aqui é o fato de que aos seus próprios olhos, Gideão era um covarde ou um fraco e incapaz. O medo dele era tanto que estava malhando o trigo no lugar onde se faz o vinho, provavelmente com medo de ataques midianitas, ele utilizava desse artifício como uma estratégia de se proteger. A Bíblia nos diz que apesar de seu medo, Deus o escolheu. Que lição maravilhosa temos aqui: O Senhor escolhe a Gideão para ser um líder de seu povo, apesar de seus tantos “ai, Senhor meu”. É justamente na força da presença de Deus que Gideão se torna em um homem de coragem, valoroso. Um verdadeiro líder é forjado pelo poder do Espírito de Deus. Aí está Gideão sendo transformado e capacitado pelo Espírito de Cristo. Portanto, o caminho para o sucesso na vida não está em nossas próprias capacitações, mas sim no “Eu hei de ser contigo”.
Fiquei bastante triste quando me deparei com um anuncio (e infelizmente abraçado pela maioria das igrejas batistas) de um seminário de capacitação de liderança cristã (The Global Leardership Summit), sendo que vários de seus preletores nem sequer são crentes, como o Sr. Bono Vox (Banda U2). Apesar de todo o engajamento social que pessoas como Bono, Bill Gates e outros podem ter, o que eles poderiam oferecer para os crentes num seminário para formação de líderes cristãos? Querem fazer da Grande Comissão um evangelho social do tipo Madre Tereza de Calcutá?

Limpando o quintal de casa – Santificação
Ao que parece, até o verso 21, Gideão ainda não tinha consciência que estava diante do próprio Jesus (o Anjo do Senhor). Inicialmente poderia ser para ele um profeta, mas diante daquelas palavras vivas e poderosas que inflamaram o seu coração, ele crê que são de origem divina e deseja entregar uma oferta. A cena seguinte faz Gideão se estremecer: após preparar a oferta, diante de seus olhos o próprio “anjo do Senhor” faz subir fogo sobre a rocha consumindo toda a oferta. O Mensageiro de Deus desaparece diante dele, que agora reconhece que estava diante do anjo do Senhor. Abertos finalmente os seus olhos, ele clama ao Senhor, temendo por sua vida. Confortado pela palavra celestial de que não morreria, Gideão então edifica um altar e o chama de “O Senhor é Paz”.

Deus convocou a Gideão para a sua obra, mas assim como Ele fez com Gideão, Deus quer fazer conosco; e para ingressarmos neste maravilhoso ministério, que é ser cooperador de Deus, precisamos antes limpar o quintal de nossa casa. Gideão tinha no seu quintal, na casa de seu pai, um ídolo. Qualquer coisa em nossa vida que tem se tornado um ídolo tem que ser retirado, e em seu lugar construir um altar para o Senhor. Não podemos permitir que coisa alguma ocupe o centro de nossas vidas, a não ser o próprio Senhor Jesus.
Podemos chamar esse processo de santificação, e somente assim é que podemos receber a unção que nos garante a vitória. Vamos deixar toda a impureza e pecado, para que sejamos revestidos pelo Espírito de Deus, e assim estaremos prontos para “tocar a trombeta” do avivamento. Meu querido amigo, Deus quer te usar no serviço de seu reino, mas a tua casa já estás limpa? Busque a santidade em sua vida, aprendendo acerca da vontade de Deus em sua Palavra (a Bíblia) e Deus mesmo te capacitará.

A Perseverança dos Santos

Luciano Hérbet

A doutrina da Perseverança dos Santos significa que todos aqueles que foram salvos, mediante o sacrifício remidor de Jesus Cristo, não podem perder a salvação eterna, ou seja, são impossibilitados de cair definitivamente de seu estado de graça. Objetivamente podemos concluir que “uma vez salvo, sempre salvo”. Trata-se de uma doutrina aceita por poucos hoje em dia – basicamente só é defendida pelos calvinistas. A igreja católica e a maior parte dos evangélicos negam a doutrina da perseverança dos santos e a colocam na dependência da vontade humana. Nenhuma doutrina ou ensino devem ser aceitos pelos crentes simplesmente porque são “abraçados” pela maioria, e sim ao passar pelo crivo das Escrituras Sagradas.

Provas Bíblicas a respeito da Perseverança dos Santos:

01. O que acontece na REGENERAÇÂO dura para sempre:
  • “Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida” (João 5:24);
  • Fostes regenerados, não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente” (I Pedro 1:23);
  • Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente” (I João 3:9).


Você consegue imaginar alguém que passou da morte para a vida voltar novamente à morte? Se fosse possível, então teríamos um sério problema com a descrição bíblica de vida eterna. Um crente não receberá a vida eterna quando Jesus voltar, ele já a tem hoje – desde o momento em que seu nome foi escrito por Deus no livro da vida (Ap. 21:27). Aceitar a idéia de que o verdadeiro crente pode perder a salvação é pensar que, além do lápis, Deus também precisaria de uma borracha para escrever e apagar o nome daquele que ganha e perde a vida eterna. A graça de Deus, a sua divina semente, que é incorruptível e permanente, produz no crente a vida eterna e o livra do juízo divino. Conferir: Jo. 10:27 a 29; II Ts. 3:3; Rm. 8:1; Ef. 4:18.

02. Há uma UNIÃO INDISSOLÚVEL entre Cristo e o crente:

  • Quem nos separará do amor de Cristo? (...) nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor” (Romanos 8:35 a 39);
  • “... e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará de minhas mãos” (João 10:28);
  • Jesus... tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim” (João 13:1).

A união de Cristo com a sua igreja é indivisível, incapaz de ser dissociada. Algo pode trazer tanto conforto e regozijo para o crente como estar ligado para sempre com o seu Salvador? Conforme as Escrituras todos os crentes compartilham da vida de Cristo pelo seu Espírito. Tornamo-nos, através dessa união que é permanente, o próprio corpo de Cristo. Conferir também em Cl. 3:3,4; Rm. 5:10.

03. As promessas de Deus revelam a SEGURANÇA da nossa salvação em Cristo:

  • Aquele que crê no Filho tem a vida eterna...” (João 3:36);
  • Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida” (João 5:24);
  • Sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para salvação” (I Pedro 1:5).


Deus nos reconciliou consigo através de Jesus Cristo. Através dessa nova aliança Deus nos assegura a salvação. As promessas de Deus não são revogáveis e certamente se cumprirão integralmente. É a obra do Espírito Santo em nossas vidas que nos dá garantia de nossa salvação. Ele completa a sua obra em nós (Fp. 1:6). Não é a vontade, o esforço ou o pelejar do homem, mas o poder de Deus, que nos preserva para a vida eterna. Como afirmou um teólogo do século passado: “Porque Deus é que persevera e não nós, é que somos salvos”. Conferir em: Is. 32:40; Rm. 11:29.


04. A INTERCESSÃO de Jesus Cristo preserva a nossa fé:

Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hebreus 7;25);
  • Eu bem sei que sempre me ouves...” (João 11:42);
  • Mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça...” (Lucas 22:32).

  • Cristo em seu sacrifício já pagou o preço de nossos pecados. Fomos justificados por Ele. Agora, como Sumo Sacerdote, nosso mediador, intercede por nós junto ao Pai. Suas orações são eficazes e Ele vive para interceder por aqueles que Lhe foram dados pelo próprio Pai. A graça de Jesus é que preserva e fortalece a nossa fé, ou seja, perseveramos na fé como resultado da intercessão, do ministério sacerdotal de Jesus. O Senhor Jesus também nos enviou o seu Santo Espírito para ser o selo ou garantia (penhor) de nossa salvação. Conferir também em: I Co. 1:22.


    Algumas objeções quanto à doutrina da Perseverança dos Santos

    Uma das acusações mais comuns a doutrina da Perseverança dos Santos é de que a mesma conduz a negligência quanto aos deveres espirituais e até mesmo à imoralidade. Trata-se aqui de mal compreensão da doutrina, quando concluem que “uma vez salvo posso fazer o que quiser, pois estou salvo mesmo”. O próprio nome já diz tudo: perseverança dos SANTOS, isso quer dizer que ela garante ao crente uma perseverança na santidade e não no pecado. Hebreus 12:14 afirma contundentemente: “... a santidade ... sem a qual ninguém verá ao Senhor”. Tampouco essa doutrina negligencia a responsabilidade do homem, embora deixa claro que o homem é guardado pela graça divina. Gostaria de focalizar as objeções baseadas nos textos bíblicos daqueles que acusam a doutrina da Perseverança dos Santos de ser contrária as Escrituras Sagradas. Examinemos os textos mais citados:
    • Mateus 24:12,13; 1 Timóteo 1:19; Hebreus 6:4-6

    Uma análise mais detalhada dessas passagens revela claramente que essas pessoas que se apostataram da fé não eram salvas. Estavam com os crentes, participavam das mesmas coisas que eles, eram abençoados igualmente em muitos aspectos, eram chamados de crentes, mas não eram verdadeiramente crentes. Talvez a conclusão errônea de muitos que acreditam que o crente pode perder a salvação se dê por causa das observações em experiências e não na Palavra de Deus. Eu explico: uma pessoa membro de igreja por muitos anos, ou até mesmo pregadores do Evangelho, abandonam a sua fé e acabam morrendo nessa situação, então conclui-se que crentes podem perder a salvação. Isso é análogo a afirmação de que crentes também podem ser possessos por demônios, conclusão baseada nas experiências de membros de igreja que manifestaram possessão demoníaca. A Bíblia afirma reiteradas vezes que muitos se apostataram da fé, mas em lugar algum ela afirma que se trata dos eleitos. João deixa isso muito claro: “Saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós” (1 Jo. 2:19).

    Acredito que o texto mais difícil seja o de Hebreus 6:4-6, contudo observe que o autor dessa carta se refere nesse capítulo a dois grupos de pessoas: O primeiro, nos versos 4 a 6, ao grupo de pseudocristãos (pessoas não regeneradas que estão nas igrejas) – pessoas de grandes realizações no campo da igreja (da religião), contudo são pessoas que não se renderam completamente a Jesus. Comparar com Mateus 7:22,23.
    O autor da carta se volta agora (verso 9) para os verdadeiros crentes: “mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores...”. Bem, concluímos então, a partir das Escrituras, que os eleitos de Deus permanecerão firmes até o fim, sustentados pela graça divina. Isso não quer dizer que um crente não possa cair, mas que ele não morrerá nesse estado. Que a doutrina da Perseverança dos Santos não nos instiga a negligência e sim que nos encoraja à santificação, que se torna um conforto e segurança para todos aqueles que verdadeiramente amam o Senhor Jesus Cristo.


    Bibliografia:
    01. Dagg, John L. Manual de Teologia; 3ª Edição; Editora Fiel, 2003.
    02. Berkhof, Louis. Teologia Sistemática; 5ª Edição; Editora Luz para o Caminho, 1998.
    03. Kennedy, D. James. Verdades que Transformam; 3ª Edição; Editora Fiel, 1998.

    sexta-feira, 28 de julho de 2006

    Amigos de Deus

    Luciano Hérbet
    Sl. 40; Gn.15:16,17
    Geralmente, quando leio na Bíblia a respeito desses homens tão imperfeitos, mas de grande fé, eu fico realmente emocionado. Lembro-me de que quando criança a minha fé e a minha comunhão com Deus era algo extraordinário. Quero voltar a ter aquela mesma confiança. Digo isso, porque quando criança não possuímos receio algum ou nenhum tipo de vergonha em expressar a nossa fé onde quer que estivéssemos.
    Podes imaginar a forma como Deus se envolvia com eles? Era um relacionamento bastante pessoal, de uma amizade impressionante: Deus comia com eles (no caso de Abraão, embaixo de um grande carvalho), sentava-se no meio deles e conversava naturalmente (claro que se trata aqui de manifestações teofânicas). Que grande comunhão! Abraão era amigo de Deus. Você consegue perceber nas narrativas bíblicas como Deus tinha prazer em Abraão? Deus permitia que esse homem escutasse (audivelmente) a sua voz, falava-lhe através de sonhos e chegou certa vez a aparecer "pessoalmente" (o Anjo do Senhor) pra ele. Também gostaria de ter uma amizade com o Senhor? Sentir realmente a Sua presença? Jesus nos promete exatamente isso: "...na casa de meu Pai há muitas moradas;(...)virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para onde eu estiver estejais vós também" (João 14:2,3). A melhor coisa que alguém pode ter não é o poder de Deus, nem tampouco as suas bênçãos e vitórias, o melhor presente para o ser humano é a pessoa de Deus.
    Em muitas ocasiões em nossas vidas, nada é melhor do que a presença de um amigo ao nosso lado. Suas palavras, atenção e mesmo só a sua presença já nos serve de conforto e motivação nas horas difíceis. Agora, quanto mais a presença do grande Amigo. Ele mesmo disse: "Ninguem tem maior amor do que este: de dar alguem a sua vida pelos seus amigos. Vós sereis meus amigos..." (João 15:13,14a). Jesus Cristo, o nosso Salvador, é o nosso maior tesouro, a sua companhia é o de melhor que eu posso ter na vida. Jesus, fique comigo, assim como Tu ficavas com Abrão, o seu amigo.

    quarta-feira, 26 de julho de 2006

    Em Comunhão com Deus


    Eu sou o Deus Todo-poderoso; anda em minha presença e sê perfeito” (Gn.17:1)
    Em Comunhão com DEUS
    Dr. Luciano Hérbet
    Dr. Marcos Martins
    INTRODUÇÃO
    Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando...” (Tg. 5:17).

    Bem, a maioria dos cristãos sabe o que este grande profeta realizou para o Senhor na nação de Israel e quão profunda intimidade esse homem tinha com o seu Deus. Entretanto, as palavras de Tiago de que o profeta era um homem semelhante a nós, são aparentemente vistas sem alguma importância relevante, parece ter pouco significado para as nossas vidas. Por outro lado, nunca antes foi tão evidente o sentimento de exaltação humana como em nossa geração. A imagem de um supererói ou superastro nos fascina.
    Vivemos o tempo das celebridades, e a nossa sociedade parece gostar disso e, infelizmente, no segmento dito evangélico não tem sido diferente. Hoje temos os superpastores, os supercrentes, os apóstolos. Líderes eclesiásticos que são exaltados por muitos cristãos da mesma forma que os incrédulos fazem com os seus “ídolos”. Tributamos a esse pequeno grupo de “iluminados” um maior acesso ao trono da graça e um privilégio exclusivo de que somente homens e mulheres assim podem ter uma intimidade maior com Deus. Nada há de verdadeiro numa concepção como essa.
    Neste estudo traçamos um comentário a respeito de algumas personagens bíblicas que viveram intensamente na presença de Deus. Estas pessoas não eram nenhum supercrente, mas homens e mulheres comuns, que amaram o Senhor com todas as suas forças, dos quais este mundo não era digno. Nosso objetivo é ressaltar o fato de que homens e mulheres de hoje também podem ter uma comunhão maravilhosa com Deus. Cremos ser este um expressivo desejo divino, revelado nas Escrituras Sagradas: “Buscar-me-eís e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração. Serei achado de vós, diz o Senhor, e farei mudar a vossa sorte; Invoca-me, e te responderei; anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes” (Jr. 29: 13,14; 33:3). Apresentamos através da Palavra de Deus que o Senhor quer se tornar o nosso melhor amigo. Não há tesouro na vida mais valioso do que este. Andar com Deus é o melhor e mais fascinante projeto de vida.
    Querido amigo(a), verdadeiramente Deus é o seu melhor amigo? Queres isto para ti? Desejas realmente a companhia de Deus e viver em sua presença? Se a tua resposta for um sim, então precisas conhece-lo para amá-lo profundamente, porque o que mais importa para as nossas vidas é que O amemos de todo o nosso coração, de toda a nossa alma e de toda as nossas forças. Boa leitura!

    Nosso Conhecimento de Deus

    L. Hérbet & M. Marins
    Capítulo 1


    Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor"; "E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (Os. 6:6; Jo.17:3).


    Entendemos que a verdadeira espiritualidade de uma pessoa é a sua sincera comunhão com o Senhor. Não é a sua bagagem teológica ou ativismo na igreja, nem tampouco o conceito que outros possam ter dele ou os títulos que adquiriu. A medida da nossa espiritualidade é dada pelo conhecimento que temos de Deus que influencia ou modifica a nossa vida. O conhecimento de Deus é condição indispensável para o nosso relacionamento com Ele.
    O fato de conhecermos ou não a Deus é que determina a nossa religião, que irá validar ou não o nosso cristianismo. O que estamos querendo dizer é que sem esse conhecimento é impossível ser um homem ou mulher espiritual. Contudo, precisamos entender primeiramente o significado bíblico para esse conhecimento.Para nós ocidentais, a palavra conhecimento traz um sentido de obter, adquirir informações, através de um “dessecamento” do objeto de estudo, a fim de dominá-lo. Para os orientais, o conhecimento é obtido através da experiência. Como um aprendiz que se torna um sábio ao observar e obedecer ao seu mestre. Para eles, a obediência caminha junto com o conhecimento, existindo uma ligação muito estreita entre elas.
    Como somos ocidentais talvez não compreendamos claramente o sentido completo que a Bíblia quer dizer para conhecer a Deus.A palavra hebraica para conhecimento é yada ou a sua derivada da`at e sua equivalente no grego é gnoses, e no latim é scientia. Esta mesma palavra era usada no A.T. para descrever o momento mais íntimo entre um casal: “E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu e teve a Caim, e disse: Alcancei do Senhor um varão” (Gn. 4:1). O verbo conhecer foi utilizado aqui para demonstrar a união física e, de certo modo, também espiritual, tornando realmente o homem e a mulher em uma só carne. Cristo utiliza a figura do noivo e da noiva como símbolos de sua unidade com a igreja. Conhecer a Deus no sentido bíblico implica em ter comunhão com Ele. É desenvolver um relacionamento sincero, é ter intimidade com Deus.
    Conhecer a Deus, portanto, não é obter informações a respeito dele, mas é algo muito mais profundo: é ter uma experiência com Ele, amá-lo e serví-lo. Veja o que nos diz a Bíblia em Provérbios 2:3-7: “E se clamares por entendimento, e por inteligência alçares a tua voz, se como a prata a buscares e como a tesouros escondidos a procurares, então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus. Porque o Senhor dá a sabedoria; e da sua boca vem o conhecimento e o entendimento”.
    Infelizmente, o que observamos em nossos dias é que esse desejo ou procura de conhecer melhor a Deus está sendo raro entre os cristãos. Como conseqüência dessa falta de zelo existe um conhecimento superficial ou deficiente de Deus, que tem permitido que nossas mentes se conformem com o “espírito desse mundo”, fazendo com que a igreja esteja fraca e doente. Muitas vezes quando ocorre essa busca pelo conhecimento do Senhor, parece que se resume apenas a uma necessidade intelectual ou uma mera curiosidade ocasional. Uma busca do simples intelecto, desprovido de um relacionamento com Ele. Ah! Mas Deus não se deixa ser encontrado e nem conhecido pela curiosidade ou satisfação intelectual, porque Ele não se deixa ser conhecido por suposições vagas e falhas da mente humana.
    Ele só pode ser conhecido pelo que Ele é, e nos termos que Ele mesmo estabeleceu e, não de qualquer maneira ou por qualquer meio. Deus se deixa conhecer pela sede apaixonada da alma, por uma alma que O anseia mais do que tudo na vida: “E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jr.29:13). Que grande e maravilhosa promessa nós temos! É aqui que se concentra a nossa vida cristã. Porque na verdade o cerne, a essência de toda a nossa religião é a relação pessoal que temos com Deus através de Jesus Cristo.
    O CONHECIMENTO DE DEUS E A VIDA ETERNA
    A vida eterna é ensinada por Jesus em João 17:3 como sendo o próprio conhecimento acerca de Deus. Passaremos a eternidade conhecendo os atributos, a grandeza e a majestade de nosso Senhor. O valor dos céus não é a eternidade livre de sofrimentos, e sim a própria presença de Deus que iremos desfrutar plenamente. Como pensas em herdar os céus, se aqui na terra não te preocupas em conhecer o teu Salvador? Quantos cristãos em nossas igrejas que nada ou pouco sabem a respeito de Cristo e do seu sacrifício redentor? Podemos estar correndo o perigo de há algum tempo estar freqüentando uma igreja evangélica e mesmo assim não estar em comunhão com Deus.
    Talvez estejamos ativamente participando dos cultos, sendo dizimistas e contribuindo com ofertas regularmente, podemos até mesmo participar da ceia do Senhor ou exercer algum ministério na igreja, sem que espiritualmente estejamos unidos a Cristo. Ninguém percebe, nem o pastor ou seu cônjuge, mas a sua alma está em falta para com Deus.Se esta é a condição da nossa alma, precisamos desesperadamente dar atenção as palavras de nosso Deus: “Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força, não se glorie o rico nas suas riquezas; mas o que se gloriar glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o Senhor” (Jr.9:23 e 24a).
    O tesouro mais precioso, a jóia de valor inestimável nesta vida é o nosso conhecimento de Cristo. Verdadeiramente felizes e abençoados são aqueles que podem dizer: “Cristo é meu e eu sou dele”. Queres também conhece-lo? Esta é a vontade de Deus para ti. Veja mais uma vez a sua promessa: “E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração. E serei achado de vós, diz o Senhor” (Jr.29:13,14a). Cristo está nos preparando morada na própria casa do Pai, para que onde Ele estiver estejamos com Ele. Na carta do apóstolo Paulo aos tessalonicenses ele diz que Cristo virá nos buscar para estarmos com Ele para todo o sempre. Um encontro que jamais terá fim.
    NOSSO CONHECIMENTO DE DEUS VEM PELA LEITURA DEVOCIONAL DA BÍBLIA E PELA ORAÇÃO
    Quando buscamos a presença de Deus para as nossas vidas, através da meditação nas Escrituras sagradas e pela oração, Deus vai se revelando a nós de maneira especial. Não estamos apenas adquirindo informações a respeito dEle, mas cada revelação em sua Palavra vai tomando um sentido especial em nossas vidas. O Espírito Santo nos dá entendimento e como um bálsamo que vai sendo derramado sobre nós, começamos a entender ou discernir as coisas espirituais. São com olhos espirituais que vamos compreendendo cada promessa na Bíblia, crendo confiantemente e aprendendo a amar cada vez mais o nosso Deus e Salvador.Em Hebreus 10:22 lemos “Aproximemo-nos, com sincero coração, em inteira certeza de fé”.
    Deus nos convida a aproximarmo-nos dEle. Podemos ter uma maravilhosa relação de amizade com o Criador. Quando aquela mulher acometida do fluxo de sangue se aproximou de Jesus e tocou as suas vestes, ela não foi repreendida, pelo contrário, ela foi abençoada. Um exercício muito proveitoso quando estivermos lendo a Bíblia é ir grifando cada adjetivo ou característica de Deus, bem como cada uma de suas promessas. Em nossas orações, adoraremos o Senhor pelo o que Ele é e por seus atos, estaremos louvando-O através das qualidades e atributos que aprendemos na Bíblia a seu respeito. Jeremias 33:3 nos convida a clamar ao Senhor : “Clama a mim, e responder-te-ei,e anunciar-te-ei coisas grandes e firmes, que não sabes”. O salmista também nos revela: “O segredo do Senhor é para os que o temem, e Ele lhes fará saber a sua aliança” (Sl.25:14).
    Somente através da oração e da leitura da Bíblia é que podemos conhecer as maravilhas de Deus. Mas a maioria de nós está muito “ocupada” para investir de seu precioso tempo na presença do Senhor. São muitas as desculpas encontradas por aqueles que querem se justificar, mas em nossa opinião esses argumentos apenas mascaram a falta de um verdadeiro amor por Deus. Queres andar em sua presença? Então precisas conhece-lo pela leitura da Bíblia e pela oração constantes.Percebemos o grandioso amor da Trindade excelsa para conosco, em cada ato revelado nas Escrituras.
    Não temas, querido amigo, em aproximar-se do Senhor. Apresente-se em oração diante dEle, com humildade, reconhecendo a sua própria pequenez. Diga a Ele o quanto está desejoso de conhece-lo, de amá-lo e servi-lo. Deus sondará o teu coração, se o encontrares sincero, há uma promessa na Bíblia que nos diz que “a intimidade do Senhor é para aqueles que o temem” (Sl.25:14). É através da oração secreta em teu quarto, a sós com Ele, e lendo a sua Palavra que serás enriquecido em tua alma; aprenderás sobre o Senhor e receberás orientação e provisão necessárias para a tua vida, pois nos declara a sua palavra em 2 Pedro 1:3: “Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou por sua glória e virtude”.
    NOSSO CONHECIMENTO DE DEUS INEVITAVELMENTE PRODUZ TRANSFORMAÇÃO EM NOSSAS VIDAS
    Há algo de errado na vida do cristão que confessa seguir a Jesus, mas se comporta ou age de forma contrária aos princípios bíblicos. Quando o nosso modo de vida (comportamentos, atitudes, escolhas, etc) não condiz com aquilo que professamos crer (nossa religião), damos um testemunho infiel ao Evangelho de Cristo, e nos tornamos instrumentos de Satanás e somos usados como armas contra os descrentes, fazendo-os permanecerem em seu estado de incredulidade.
    J. C. Ryle, em seu livro Meditações no Evangelho de Mateus, fala a respeito da seriedade deste assunto. O grande perigo que essas pessoas estão correndo. Jesus afirma que os escândalos seriam inevitáveis, mas ai daquele por quem o escândalo virá (Mt. 18:1-14). Se tens vivido de forma dissoluta, em rebeldia à vontade do Senhor, abrigando em seu coração algum pecado, peço-te que o abandones agora. Deixe os teus pecados e arrepende-te, pois Deus o perdoará e o recolherá em seus ternos braços. Ainda que precises ser disciplinado, aceite a correção do Senhor, pois Ele assim o faz porque o ama, porque o tem como filho: “Não desprezes a correção do Senhor, e não desmaies quando por ele fores repreendido; Porque o Senhor corrige o que ama, e disciplina a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija?” (Hb. 12:5-7).
    Deus nos chama à santidade: “Sede santos, porque Eu sou santo” (1 Pe.1:16). Quando temos uma experiência de salvação com Cristo, entendendo o que Ele fez por nós, como deu a sua própria vida, só podemos nos render totalmente a Ele. O nosso amor por Cristo se expressa basicamente através de nossa obediência à sua Palavra. Cristo se torna o nosso maior exemplo. A Bíblia nos diz que o Espírito Santo capacita o crente para uma vida de santidade, mas cabe a este submeter-se à direção do Espírito, tornando-se um servo obediente. O nosso caráter é transformado pelo poder da Palavra de Deus.
    Em um de seus artigos, o Pastor Ed René Kivitz diz que a vida cristã não é difícil, e sim impossível para o homem vivê-la mediante seus próprios esforços. Concordamos plenamente com ele. Somente a graça de Deus nos possibilita viver a vida cristã. Há uma operação especial do Espírito Santo na vida do homem e da mulher que se submetem ao senhorio de Cristo. Sem o poder de Deus atuando na vida da igreja, esse cristianismo se torna em um mero conjunto de regras morais e éticas, determinando o que pode e o que não pode ser feito. Em Lucas 17:1-10, quando os discípulos ouviram a Jesus falando da seriedade acerca da vida cristã, somente puderam lhe pedir uma única coisa: fé. “Senhor, acrescenta-nos a fé”. Somente através da fé obteremos vitórias em nossas vidas. A vida em santidade só é alcançada através da fé, pois o autor da carta aos hebreus nos diz que “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb.11:6).

    Servos do Deus Vivo

    L. Hérbet & M. Martins
    Capítulo 2


    Enoque e Noé

    E andou Enoque com Deus; e não se viu mais porquanto Deus para si o tomou”; “ Noé porém achou graça aos olhos do Senhor. Noé andava com Deus” (Gn.5:24 e 6:8,9).

    A linda história desses dois homens nos mostra que é possível ter uma comunhão maravilhosa com Deus. Acreditamos que a fé de Noé em seu Deus se deve muito em parte daquilo que ele aprendeu a respeito de seu bisavô. Enoque foi tomado por Deus 69 anos antes de Noé nascer, todavia Noé deve ter crescido ouvindo falar da grande amizade entre seu bisavô e Iavé (Deus).
    Como é importante para a formação espiritual de nossos filhos que eles vejam em nós, que somos pais, um sincero amor por Cristo. Eu (Luciano), sou devedor aos meus avós, porque por meio deles eu aprendi a amar ao Senhor.
    A Bíblia fala de Matusalém e Lameque, apenas que tiveram filhos e filhas. Acreditamos que eles eram homens tementes a Deus, todavia a comunhão que eles tiveram com Deus não era comparada a de Enoque e Noé. Muitos cristãos hoje podem ser comparados com Matusalém. São homens e mulheres sem nenhuma expressão no reino espiritual, porque estão mais envolvidos com o sucesso da vida terrena do que com as coisas espirituais.Podemos ter a companhia de pessoas brilhantes e destacadas em nossa sociedade, mas se o nosso companheiro de todas as horas não for o Senhor, então pouco poderemos fazer pelo reino de Deus. Somente pessoas que andam com Deus são capazes de impactar verdadeiramente a vida de outras pessoas. Já parou um pouco para pensar sobre esse assunto? Que coisa fantástica é o homem andar com Deus!
    Você deseja uma comunhão com o Senhor como a de Noé e de Enoque ou prefere se acomodar num relacionamento quase sem nenhuma intimidade como a de Matusalém e de Lameque?Há pessoas que amam ao Senhor verdadeiramente e que estão prontas a entregarem as suas próprias vidas em seu favor. Não temem a semelhança de Noé de passar pelo “ridículo” diante da sociedade por manter sua fé e obediência ao Senhor. A arca foi motivo de zombaria e escárnio. Quantos jovens por amarem ao Senhor sofrem constantemente zombarias de seus professores e colegas nas universidades. A pureza de seus corpos, a integridade em seus relacionamentos e a firmeza em suas atitudes, são as “arcas” desses jovens e adolescentes. Contudo, eles andam com Deus e glorificam o seu Nome. A coroa está reservada para todo aquele que ama ao Senhor.

    Comunhão Verdadeira

    Luciano Hérbet

    (Daniel 1- 3)

    Quem não fica maravilhado diante dessa história sobre a vida desses quatro homens amigos de Deus: Daniel, Sadraque, Mesaque e Abdnego (leia primeiramente o texto bíblico) . Mas precisamos sair da contemplação apenas, de ficar somente na admiração de suas vidas, e perceber que verdadeiramente o Senhor continua o mesmo e deseja que tenhamos uma comunhão assim com Ele. O Deus vivo de Daniel é o nosso Deus. Peço constantemente a Deus que eu também O tenha como eles O tiveram.
    Minha fé ainda é pequena, mas quero que cresça no Senhor a cada dia. Minha comunhão ainda é frágil, mas quero que o Senhor seja para mim o “Amigo mais chegado que um irmão”. A maior riqueza que uma pessoa pode ter é a amizade com Deus. O Senhor tem prazer nisso. Que bem pode ser maior do que este? Todos os crentes, até mesmo o mais novo na fé, ou aquele de menor posse nesta terra, são as pessoas mais ricas que esse mundo já viu. Jesus é o maior e o melhor de todos os tesouros. Ele é a riqueza de Deus para nós (Colossenses 1:26,27).

    Daniel e seus amigos recusaram os deleites (manjares) do rei Nabucodonosor (Babilônia), porque eram “contaminados” espiritualmente – dedicados aos deuses – como eles, precisamos nos manter puros, em santidade, recusando os deleites mundanos. Em toda a nossa vida precisamos rejeitar a tudo aquilo que não consiste ser da vontade de Deus, ainda que nos custe muito. Nossa fé aumentará e nossa comunhão com o Senhor será mais forte, quando o buscarmos incessantemente em oração e em sua Palavra (a Bíblia). Precisamos estar dispostos a obedecê-lo em tudo.
    Muitas dificuldades virão, o inimigo de nossas almas se levantará furiosamente contra nós, poderemos correr perigos, ser insultados, humilhados e perseguidos. Deus pode nos livrar porque Ele tem todo o poder, mas se Ele não quiser, ainda assim O serviremos e o amaremos até o fim. Que Deus seja glorificado em nossas vidas. A Ele todo o nosso amor e a nossa própria vida, pois Ele mesmo não deu a sua própria vida como preciosa quando veio morrer na cruz por nossos pecados (João 3:16).