Tradução

domingo, 17 de dezembro de 2006

Crescimento da Igreja e Salvação

M.Martins


“E por avareza farão de vós negócio...” (2Pe. 2:3) Uma avalanche de métodos de crescimento de igrejas vem sendo divulgada entre líderes evangélicos, instruindo-os a tornar a sua igreja local próspera e grandiosa. É a igreja reinventada, transformada em negócio, onde a autêntica mensagem do evangelho está sendo substituída por um discurso de tolerância e fraternidade, distante dos valores bíblicos, sendo o pastor um facilitador, um mediador entre “prós e contras”, permitindo a conciliação em nome da “unidade”. A propósito, sugiro a leitura dos excelentes artigos publicados em http://www.espada.eti.br/pragmatismo.htm .

Essa preocupação seria plausível se a igreja realmente fosse uma empresa, um comércio administrado pelo pastor ou por um grupo de pessoas, como nas sociedades anônimas e companhias limitadas. Porém, a igreja - segundo o melhor conceito - é uma assembléia de gente salva, pessoas que compreenderam e aceitaram a mensagem de salvação bíblica pela soberana vontade de Deus, diferente do conceito moderno de clube eclesiástico que estão tentando imputar-lhe. Àqueles que procuram fazer a obra de Deus segundo a metodologia humana devemos lembrar que, embora a salvação seja oferecida a todos, poucos são os efetivamente salvos em Cristo Jesus: “Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos” (Mt 22:14). A Bíblia demonstra claramente que a Salvação pertence somente ao Senhor e que somente dEle vêm a fé e o arrependimento.

No livro de Jonas está escrito: “Do Senhor vem a salvação” (Jn 2:9b). Esta afirmação guarda profunda simetria com toda a soteriologia bíblica, pela qual Deus nos elegeu livremente para a salvação antes mesmo da fundação do mundo (Ef. 1:3,4; II Ts 2:13; Ap. 13:8; etc). É o Espírito Santo quem convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16:8); é Deus quem dá a fé (Ef. 2:8 e Hb. 12:2 c/c Jo. 6:64-65 e 1Co. 12:3) e o arrependimento (Atos 5:31, 11:18; Rom. 2:4; 2Co 7:9; 2Tm 2:25; etc.), ambos para a salvação. Assim, Deus faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade (Ef. 1:11; v. tb. Ef. 1:4-5; Tiago 1:18; Sal 115:3 e 135:6; etc.) e concede redenção a quem Ele quer, segundo a Sua infinita misericórdia (Jo 1:13, 6:37; Rm. 9:15-16; Ef. 2:1-10; Tt. 3:5; Tg. 1:18; etc.), sem, entretanto, desprezar a responsabilidade humana (Mt. 11:28; Jo. 5:40; Ap. 22:17; etc). Uma vez entendido este assunto de difícil compreensão para muitos, que é a Salvação (2Pe 3:15-16; Rm. 11:33-36), podemos afirmar que nenhum esforço humano para levar as pessoas a Cristo terá sucesso sem a suprema volição de Deus, conforme os Seus eternos propósitos. “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam...” (Sl. 127:1). O método bíblico é: “...Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Mc. 16:15). Apenas os que crerem serão salvos (v. 16); porém a fé salvadora não é para todos, pois ninguém pode nascer pela vontade da carne, por desejo próprio (Jo. 1:12-13): “...porque a fé não é de todos” (2Ts. 3:2).

A tática de atrair pessoas às igrejas para ouvir coisas aprazíveis e participar de um culto adocicado e festivo não encontra respaldo bíblico. O pregador não tem a função de convencer a ninguém, mas apenas de pregar o que é reto, de levar a mensagem do evangelho a toda criatura. Pregando dessa forma, crerão todos quantos estão ordenados para a vida eterna (At. 13:48).


Marcos A. F. Martins.

Revista Sã Doutrina (www.revistasadoutrina.com)

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