Tradução

domingo, 25 de março de 2007

Quem nos separará?

Robert Murray McCheyne


“Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: por amor de ti somos entregues à morte todo o dia: fomos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.” Romanos 8:35-37

No contexto há três perguntas notáveis:

“Quem intenterá acusação contra os escolhidos de Deus?” Paulo se apresenta como um arauto, olha para o alto, para os anjos, e para baixo, para os demônios acusadores, olha em volta, para um mundo carrancudo, e para dentro, para a consciência e pergunta: quem pode acusar alguém que Deus escolheu e Cristo purificou? É Deus quem os justifica. O santo Deus declarou os crentes puros nos mínimos detalhes.
“Quem os condenará?” Paulo olha ao seu redor, para todos os juízes do mundo - todos os habilitados para o direito e a eqüidade; olha para cima, para os santos anjos, cuja visão sobre-humana penetra fundo, e muito, o justo governo de Deus; olha para Deus, o juiz de todos, que deve agir com retidão - cujos caminhos são justiça equânime e perfeita - e o apóstolo pergunta: “Quem os condenará?” Foi Cristo que morreu. Cristo pagou o último centavo. Tanto assim que todos os juízes terão que bradar: não há condenação.
“Quem nos separará do amor de Cristo?” De novo ele olha em torno vendo todos os mundos criados - contempla o poder do mais poderoso arcanjo – o poder satânico das legiões de demônios - a fúria de um mundo que desafia Deus – as forças unidas de todas as coisas criadas; e quando vê pecadores abrigados nos braços de Jesus, ele brada: “Quem nos separará do amor de Cristo?” Nem todas as forças de dez mil mundos combinadas, pois Jesus é maior que todos. “Somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.”

O amor de Cristo! Paulo diz: “O amor de Cristo excede todo o entendimento.” É como o azul do céu, que você pode ver claramente mas cuja vastidão você não pode medir. É com o mais profundo mar em cujo seio você só pode ver até certo ponto, porém as suas profundezas são insondáveis. Uma largura sem limite, um comprimento sem fim, uma altura sem tope, uma profundidade sem fundo. Se o apóstolo Paulo, tão profundamente instruído nas coisas divinas – tinha estado no terceiro céu e tinha contemplado o rosto de Jesus – se o próprio Paulo disse isso, quanto mais nós, pobres e fracos crentes, ao observarmos esse amor, exclamamos: excede o entendimento!

Há nessas palavras três coisas sobre as quais eu desejo falar. 1. O amor de Cristo. 2. A pergunta: quem nos separará desse amor? 3. A verdade: quem quer que seja, ou o que quer que seja, não conseguirá.

I. Vou falar sobre o amor de Cristo.

A. Quando começou? – Na eternidade pretérita: “Então eu estava com ele e era seu aluno: e era cada dia as suas delícias, folgando perante ele em todo o tempo; folgando no seu mundo habitável, e achando as minhas delicias com os filhos dos homens”. Este rio de amor começou a fluir antes do mundo existir – desde a eternidade, desde o princípio. O amor de Cristo por nós é tão antigo como o amor do Pai pelo Filho. Este rio de luz começou a correr de Jesus para nós antes dos raios do sol se espalharem – antes dos rios correrem para o oceano – antes dos anjos amarem os anjos e dos homens se amarem. Antes de existirem as criaturas, Cristo nos amou. É uma profundidade imensa - quem a pode sondar? Este amor excede o entendimento.

B. Quem amou? Foi Jesus, o Filho de Deus, a segunda pessoa da Trindade santa e bendita. Seu nome é “Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz,” “Rei dos reis e Senhor dos senhores,” Emanuel, Jesus o Salvador, o unigênito do Pai. Sua formosura é perfeita; Ele é o esplendor da glória do Seu Pai e a expressa imagem da Sua Pessoa. Toda a pureza, majestade e amor de Jeová habitam plenamente nEle. Ele é a brilhante Estrela da manhã; Ele é o Sol da justiça e a Luz do mundo; Ele é a rosa de Sarom e o Lírio dos vales – mais belo que os filhos dos homens. Suas riquezas são infinitas; Ele pôde dizer: “Tudo quanto o Pai tem é meu.” Ele é o Senhor de todos. Todas as coisas do céu foram lançadas aos Seus pés – todos os anjos e serafins eram Seus servos – todos os mundos, Seu domínio. Seus feitos foram infinitamente gloriosos. Por ele todas as coisas foram criadas, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra, visíveis e invisíveis. Ele chamou as coisas que não são como se já fossem – mundos passaram a existir por Sua palavra. Contudo, Ele nos amou. Já é muito sermos amados por alguém de posição mais elevada do que a nossa – sermos amados por um anjo; mas, sermos amados pelo Filho de Deus! – que maravilha! – excede o entendimento.

C. A quem Ele ama? Ele nos ama! Ele veio ao mundo “para salvar os pecadores dos quais eu sou o principal” (dos quais eu sou o pior NVI). Se amasse alguém tão glorioso como Ele, não ficaríamos admirados. Se amasse os santos anjos, que refletem a Sua imagem pura e brilhante, não ficaríamos admirados. Se amasse os mais formosos dentre os filhos dos homens – os amistosos, os gentis, os amáveis, os ricos, os grandes, os nobres – não seria uma maravilha tão grande. Mas, ah, Ele amou pecadores – os mais vis pecadores – os mais pobres, os mais indignos, os mais culpados e miseráveis seres que rastejam pela terra. Manassés, que assassinou seus próprios filhos, foi um dos que Ele amou; Zaqueu, o grisalho trapaceiro, foi outro; o blasfemo Paulo, outro; e os lascivos coríntios foram outros mais. “E é o que alguns de (vós) tens sido.” Éramos tenebrosos como o inferno quando Ele olhou para nós – éramos merecedores do inferno, estávamos sob a ira e a maldição decretada pelo Pai – e, contudo, Ele nos amou e disse: vou morrer por eles. “Amaste a minha alma e a livraste da cova da corrupção” (ARA), cada salvo poderia dizer. Oh irmãos, este é um estranho amor: Aquele que era tão grande, belo e puro, escolheu-nos, a nós, que éramos indignos e que estávamos manchados pelo pecado, e o fez para lavar-nos e purificar-nos, e apresentar-nos a Si mesmo. Este amor excede o entendimento.

D. O que Lhe custou este amor? Por amor a Raquel, Jacó serviu sete anos por ela – suportou o calor do verão e o frio do inverno. Mas Jesus suportou o terrível calor da ira de Deus e as rajadas infernais da fúria de seu Pai, por aqueles que Ele amou. Jônatas amava Davi com amor maior do que os das mulheres, e por amar Davi teve que suportar a ira de seu pai Saul. Todavia Jesus, por amor a nós, suportou a ira de seu Pai derramada sem mistura que a abrandasse. Foi o amor de Cristo que O levou a renunciar ao amor do Seu Pai, à adoração dos anjos e ao trono da glória. Foi Seu amor que O levou a não recusar o ventre da virgem – foi Seu amor que O levou a manjedoura de Belém – foi Seu amor que O impeliu para o deserto; o amor vez dEle o varão de dores – Seu amor O levou a fome, à sede, à fadiga – Seu amor O levou a ir resolutamente para Jerusalém – Seu amor O levou ao triste e sombrio Getsêmani – Seu amor O forçou e O arrastou às barras do tribunal – Seu amor O cravou na Cruz – Seu amor inclinou Sua cabeça sob o espantoso fardo da ira do seu Pai. “Ninguém tem maior amor do que este.” “Eu sou o bom pastor: o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas.”

Os pecadores estavam afundando nas escaldadoras chamas do fogo do inferno; Ele mergulhou nas chamas e nadou através dos terríveis vagalhões, e juntou em Seu seio os que são Seus. A espada da justiça estava em punho e reluzente, pronta para nos destruir; Ele, o Homem que era companheiro de Deus, expôs seu peito e deixou que o golpe caísse sobre Ele. Nós estávamos postos como um alvo para as flechas da vingança de Deus; Jesus veio entre nós e as fechas, e elas O feriram, atravessando-O de lado a lado – todas as setas que deveriam ferir-nos cravaram-se nEle. Ele, em Sua própria Pessoa, levou os nossos pecados sobre Si, em Seu corpo, no madeiro. Quanto o Oriente dista do Ocidente, assim para tão longe Ele removeu nossas transgressões de nós. Este é o amor de Cristo, que excede o entendimento. É isso que é posto diante de nós, o pão partido o vinho vertido. É isso que veremos no trono – um Cordeiro como que tendo sido morto. Este será o tema dos nossos cânticos durante a eternidade: “Digno é o Cordeiro!”

1) Oh, a alegria de estar no amor de Cristo! Você está nesse admirável amor? Ele o amou e o tirou da cova da corrupção? Então, Ele o levará e fará de você um rei e um sacerdote para Deus. Ele o lavará em Seu próprio sangue e o deixará mais alvo que a neve – Ele o limpará de toda a sua sujeira e de todos os seus ídolos. Dará também a você um novo coração. Manterá limpa a sua consciência, e o seu coração reto para com Deus. Ele colocará o Seu Espírito dentro de você e o fará orar com gemidos inexprimíveis. Ele o justificará – orará por você – Ele o glorificará. O mundo inteiro pode opor-se a você – amigos queridos podem morrer e abandoná-lo – pode ser que você seja deixado sozinho no deserto; mas você não estará só – Cristo continuará amando você.

2) Oh, a miséria de estar fora do amor de Cristo! Se Cristo não o amar, como serão inúteis todos os outros amores! Seus amigos podem amá-lo – seus vizinhos podem ser bondosos para você – o mundo pode elogiá-lo – os ministros podem amar a sua alma; porém, se Cristo não o amar, todo o amor das criaturas será inútil. Você permanecerá não lavado, não perdoado, não santo – você afundará no inferno, e todas as criaturas estarão ao redor de você e não conseguirão esten-der suas mãos para ajudá-lo.

3) Como saberei que estou no amor de Cristo? Por ser atraído por Cristo: “Com amor eterno te amei, também com amorável benignidade te atraí_ Jr 31:3” Você vê alguma coisa em Jesus que o atraí? O mundo é atraído pela beleza, pelas vestes, por jóias brilhantes – o que o atraiu para Cristo teriam sido Seus bons ungüentos? Está é a marca de todos os que são gravados no coração de Cristo – eles vêm a Ele; eles vêem que Jesus é precioso. O mundo folgado não vê nenhuma preciosidade em Cristo; quem é do mundo dá maior valor à luxúria, ao aplauso do mundo, ao dinheiro, aos prazeres; mas quem é de Cristo gosta de ser levado após Ele por verem sua preciosidade. Você O tem seguido assim – tem-se agarrado a Ele como um pecador que vai naufragando? – então Ele de maneira nenhuma o lançará fora – de maneira nenhuma, nem mesmo por tudo quanto você tem feito contra Ele. “Mas eu passei os meus melhores dias no pecado.” Ainda assim, de maneira nenhuma o lançarei fora. “Eu vivi abertamente no pecado.” De maneira nenhuma o lançarei fora. “Mas eu tenho pecado contra a luz e a convicção que recebi.” – Ainda assim, não o lançarei fora. “Mas eu sou um extraviado.” Ainda assim os braços do Seu amor estão abertos para envolver a sua pobre alma culpada, e Ele não o lançará fora.


II. Muitos gostariam de separar-nos do amor de Cristo.
Desde o princípio do mundo, o grande objetivo de satanás tem sido separar os crentes do amor de Cristo; e, apesar dele não ter conseguido nem no casa de uma só ama, continua tentando fazer isso com o mesmo empenho do início. No momento em que ele vê o Salvador levantar e levar sobre seus ombros uma ovelha, dessa hora em diante ele aplica todos os seus esforços para arrancar a ovelha salva do seu lugar de repouso. No momento em que as mãos feridas de Jesus são postas sobre um pobre, trêmulo e culpado pecador, dessa hora em diante satanás tenta arrancá-la das mãos de Jesus.

A. Satanás fez isso nos tempos antigos. “Como está escrito: por amor de ti somos entregues à morte todo o dia: fomos reputados como ovelhas para o matadouro.” (versículo 36.) Esse brado é tomado do livro dos Salmos. O povo de Deus em todas as eras tem sido odiado e perseguido por satanás e pelo mundo. Observemos, (1) O motivo: “Por amor de ti” – porque eles se assemelhavam a Jesus e pertenciam a Jesus. (2) O tempo: “todo o dia” – de manhã à noite. O mundo tem um perpétuo ódio aos crentes verdadeiros, de modo que temos de dizer todas as noites: “Ah, quem me dera ver a manhã!” e de manhã: “Ah, quem me dera ver a noite!” Eles não tem outro ódio perpétuo senão esse. (3) A maneira: “fomos reputados como ovelhas para o mata-douro.” O mundo se inquieta menos em maltratar os cristãos do que o açougueiro de levar uma ovelha para o matadouro. Até os bêbados fazem canções sobre nós. Esse foi o clamor dos crentes antigos. O mesmo clamor foi ouvido nos picos nevados do Piemonte; e, em dias mais recentes, nos verdes vales e colinas da Escócia. E estamos miseravelmente enganados se nos gabarmos de que esse clamor não será mais ouvido. O diabo terá mudado? Será que agora ele tem algum amor por Cristo e por Seu amado povo? Acaso os corações dos mundanos mudou? Odeiam Deus e o povo de Deus menos que antes? Oh, não! Eu tenho a profunda convicção de que, se Deus tão-somente retirasse a Sua mão restritiva, logo os portais da perseguição se abririam e ela se despejaria de novo sobre nós num verdadeiro dilúvio; e muitos dos presentes tendo permanecido na incredulidade sob o nosso ministério, vão tornar-se perseguidores sangrentos – se vingaram dos sermões que tem feito os seus corações compungir-se.

B. O apóstolo enumera sete formas pelas quais a tribulação vem. Duas delas relacionam-se com os problemas comuns à humanidade, e cinco às que são mais peculiares aos filhos de Deus.

1) Tribulação e tristeza: “O homem, nascido da mulher, é de bem poucos dias e cheio de inquietação. Sai como a flor, e se seca; foge também como a sombra, e não permanece.” Os filhos de Deus não estão livres de pesares – doença, pobreza, perda de amigos. Jesus lhes disse: “No mundo tereis aflições.” “O Senhor corrige o que (ele) ama.” Ora, satanás procura tirar vantagens desses tempos de tribulação, tenta separar alma do amor de Cristo; tenta levar o crente a menosprezar a disciplina do Senhor – a afundar em ocupações, ou entre amigos mundanos, ou a seguir meios mundanos de suavizar a tristeza. E mais: ele tenta fazer com que a alma desfaleça sobre as aflições – murmure e se queixe, e faça estultas acusações contra Deus – a não crer em Seu amor e em Sua sabedoria na fornalha. Dessas diferente maneiras satanás procura separar-nos do amor de Cristo. Tempos de tribulação são tempos perigosos.

2) Perseguição, fome, nudez, perigo, espada – todas estas coisas são armas de que satanás faz uso contra os filhos de Deus. A história da Igreja, em todos os períodos, é uma história de perseguição. Nem bem uma começa a mostrar interrese pela religião – nem bem uma alma se apega a Jesus, e o mundo se põe a comentar o sofrimento daqueles que Deus feriu. Que cruéis palavras são lançadas contra a alma aflita! Em todas as épocas a seguinte descrição tem sido real: “Andaram vestido de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados (Dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos e montes, pelas covas e cavernas da terra. ARC Hb11:37,38.” Aqueles que comem o pão de Deus muitas vezes são expulsos da sua refeição tranqüila – os que estão vestidos de Cristo muitas vezes são forçados a compartilhar as vestes do mundo e têm que ser expostos a fome, nudez, perigo e espada – ao extremo dos extremos. Caim matou Abel. Assassinaram o Príncipe da Vida; e assim os Seus têm sido expostos sempre as mesmas coisas. Não diga: os tempos estão mudados, e os dias atuais são dias de tolerância. Cristo não mudou – satanás não mudou, e, quando der certo para ele, ele usará as mesmas armas.

III. Essas coisas todas não podem separar-nos.
“Em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou”
Como é que somos mais que vencedores?

A. Vencemos mesmo antes de se travar a batalha. Em toda as outras batalhas não sabemos para que lado vai pender a vitória enquanto não for conquistada. Na batalha de Waterloo, durante bom tempo se pensava que os franceses tinham vencido; e Napoleão enviou vários despachos a Paris dizendo que ele tinha vencido. Entretanto na luta contra o mundo, satanás e a carne, já sabemos de que lado está a vitória. Cristo Se encarregou de conduzir-nos através da peleja. Ele nos guarda dos dardos da lei ocultando-nos em Seu sangue. Ele nos defende do poder do pecado pelo Espírito Santo, introduzido em nós. Ele nos protege no lugar secreto da Sua presença contra o conflito de línguas. Quando mais densa estiver a batalha, mais perto de Si Ele nos manterá; por isso já podemos cantar: “Graças a Deus que nos da a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo.” Sabemos que venceremos. Ainda que o mundo se enfureça um milhão de vezes mais – ainda que as chamas da perseguição voltem a acender-se - ainda que o meu coração se torne um milhão de vezes mais iníquo – ainda que todas as tentações do inferno sejam soltas sobre mim – sei que vencerei por meio dAquele que me amou. Quando Paulo e Silas cantavam no cárcere interior, eram mais que vencedores. Quando Paulo cantou, apesar do seu espinho, “(Eu) me gloriarei nas minhas fraquezas”, estava sendo mais que vencedor.

B. Vencemos por nosso conflito. Muitas vezes a vitória é derrota. Foi assim naquela batalha em Israel, depois daquela tenebrosa noite em Gibeá. Todo o Israel chorou, pois case uma tribo inteira desaparecera de Israel; e assim, em muitas vitórias a canção de triunfo é misturada com os suspiros da viúva e do órfão. Não é assim no bom combate da fé. Somos mais que vencedores. (1) Apegamo-nos mais a Cristo. Toda onda de tribulação por amor de Cristo eleva a alma a uma posição mais alta sobre a Rocha. Toda seta de crueldade ou de amargor atirada no crente pelas costas faz com que ele se esconda mais no fundo das fendas de Jesus, nossa Rocha. Fique contente, caro irmão e irmã, ao ter que suportar estas aflições, que fazem você se apegar mais estritamente ao seu amado Redentor. (2) Elas nos sacodem e nos livra do pecado. Se fôssemos do mundo, o mundo amaria o que então seria seu. Se o mundo sorrisse para você e o bajulasse, você se deitaria em seu regaço. Mas quando o mundo se nos mostra severo, Jesus é então o nosso tudo. (3) Maior é seu galardão no céu. Obtemos uma coroa mais brilhante. Não tenha medo; nada jamais separará você do amor de Cristo. Oh, se os braços de Jesus envolvesse você agora – então saberia que todo o ódio dos homens e toda a tática do inferno jamais prevalecerá! “Se Deus é por ti, quem pode ser contra você?” Se Deus o escolheu - o chamou - o lavou – o justificou – então Ele te glorificará. Oh, entregue-se em Suas amorosas mãos, você que não está longe do reino de Deus! Que Ele ti lave, e então Ele levará você a glória.

Dundee, 30 de outubro de 1841


Fonte: Livro Sermões Robert Murray McCheyne p.178-190
Editora: Publicações Evangelicas Selecionadas-PES