Tradução

domingo, 25 de março de 2007

Revolução em Missões Mundiais (cap. 1 - 12)







Revolução Em Missões Mundiais


Tradução: Hermann Orsan




Autorização Permitida: Larry Jerden


Director of Communications Gospel for Asia








"Para lhes abrir os olhos a fim
de que se convertam das trevas à luz,
e do poder de Satanás a Deus,
para que recebam remissão de pecados e
herança entre aqueles que são
santificados pela fé em mim".

Atos 26:18

Dedicatória




Este livro é dedicado a George Verwer,
fundador e diretor internacional
da Operação Mobilização,
a quem o Senhor usou para me chamar ao
ministério e cuja vida e exemplo
influenciou-me mais
do que qualquer outra pessoa.





Reconhecimento



Centenas de pessoas tiveram um impacto sobre este livro –
daqueles que fizeram sugestões, daqueles que nos
encorajaram, daqueles que influenciaram minha vida e ministério.
quero agradecer a todos eles – e a todos vocês – quero agradecer a Deus
por colocar você em meu caminho.

Aqueles especialmente próximos durante a longa criação,
edição e revisão deste manuscrito, gostaria de agradecer a
David e Karen Mains e Gayle Erwin por suas sinceras
críticas, e inesgotável suporte a todo este projeto.

Agradecimentos especiais também são devidos a Margaret Jordan, Heidi Chupp
e Katie McCall, que digitaram o manuscrito, e John Beers
e Claudia Edwards, pelo gerenciamento integral de sua produção. Obrigado.

Meu agradecimento especial a Bob Granholm, Diretor Canadense
de Fronteiras, por suas sugestões para a revisão que
ajudou-me a trazer equilíbrio e clareza a pontos polêmicos.

O maior de todos agradecimentos, naturalmente, meu maior débito é para minha esposa,
Gisela, pela sua cuidadosa leitura e pelas sugestões que fez
às divergências críticas em várias passagens. Seu apoio emocional e
suporte espiritual tornaram este livro possível.

Sem sua presença ao meu lado me encorajando durante estes
anos repletos de acontecimentos, este livro – e a mensagem que ele proclama –
não seria possível.












Prefácio
por David and Karen Mains







Todos nós somos céticos a respeito de Cristãos com grandes sonhos. Não
sabemos exatamente por quê – talvez tenhamos encontrado muitos que
perseguem visões mas cujas vidas pessoais eram um pesadelo.
Lembramos a primeira vez em que encontramos K.P Yohannan nós
o levamos para jantar em nossa casa, e nossa família arrastou esse magro
Indiano conosco a um ginásio de uma escola secundária
para apresentar-lhe um rito de passagem Americano – uma ceia escolar
de espaguete. Através das toalhas de mesa, o pão de alho,
e mesinhas de centro -
—shellacked lunch sacks cheios de uma
variedade de ervas secas e macarrão (criação da família Mains) –
nós ficamos sabendo do sonho de ganhar não somente
a Índia mas toda a Ásia para Cristo.
Desde aquela noite no ginásio barulhento em West
Chicago, Illinois, houve muito mais experiências a compartilhar –
Chamadas telefônicas de Dallas; viagens a cidades
E recantos da Índia; conferências de pastores em galpões a céu aberto,
Pavilhões apoiados em bambus, gargalhadas; viagens pelas estradas do
Terceiro Mundo; e tempos de oração.
Como simplesmente afirmou, nós aprendemos a acreditar em K.P.
E nós cremos em seu plano para evangelizar o qual,
com profundidade e simplicidade, supera a complexidade de carência

tecnológica e desafia Asiáticos a oferecer as suas vidas para ganhar
seus compatriotas para Cristo.
Este livro, Revolução em Missões Mundiais, revela o plano majoritário
de Deus para alcançar o mundo antes do fim. Com
absoluta confiança nós sabemos que podemos endossar a integridade
do seu autor, um homem de deus, e estamos impressionados com o trabalho
de Gospel for Ásia.
Você pode já ficar sabendo que aqueles evangelistas viajando por
vilas ainda não alcançadas da Ásia tem mais coração, mais fervor,
mais paixão para espalhar o Evangelho de Cristo do que a maioria de nós
que estamos rodeados pelo conforto e conveniências do nosso
mundo Ocidental.
Sabemos disto porque nós os temos visto, falado com eles,
e nos deixam envergonhados de nós mesmos.
O livro de K.P.Yohannan pinta um quadro de como este sonho está
se tornando uma realidade.
Este é um sonhador a quem não podemos desacreditar.
Nós pensamos que você encontrará razões para acreditar também.












REVOLUÇÃO EM MISSÕES MUNDIAIS




PRIMEIRA PARTE





A VISÃO







Introdução




Antes da segunda metade dos anos 80, a maioria dos Cristãos em países do ocidente costumava a ver a história das Missões em apenas dois grandes movimentos de avivamento evangelístico.
A primeira onda invadiu o mundo do Novo Testamento ainda no primeiro século, quando os Apóstolos obedeceram ao mandado da Grande Comissão. Ele se propagou através dos Judeus e comunidades pagãs do Império Romano, trazendo salvação a todo o mundo do Mediterrâneo, sul da Europa e mesmo algumas partes da Ásia.



A segunda onda, mais freqüentemente datada a partir do trabalho pioneiro na Índia, por William Carey no século 18. Começando a impactar nos séculos 19 e 20 as colônias das grandes potências Européias. Contudo a Segunda Grande Guerra marcou o fim da era colonial, é ainda usada para retratar a imagem de missões para muitos Cristãos do ocidente.
Mas em todo mundo hoje, o Espírito Santo está se derramando sobre as nações da Ásia e África, convocando um novo exército de missionários. Milhares de homens e mulheres devotados estão contanto a história da salvação aos seus próprios povos – milhões de almas perdidas em países fechados que provavelmente nunca ouviram sobre o amor de Deus. Estes humildes e obscuros pioneiros do Evangelho estão empunhando o estandarte da cruz onde as missões da era colonial abandonaram. Eles são a terceira onda da história das missões – o movimento dos missionários nativos.



Quando como Cristãos no ocidente conseguimos gradualmente entender o que este avivamento representa para o evangelismo mundial, sentimos um poderoso desafio as nossas atitudes e ao nosso estilo de vida.
Milhares de indivíduos e Igrejas estão orando pelo suporte e sustentando missionários nativos nas fronteiras da fé.
Este livro foi submetido a várias revisões nos últimos doze anos. Tenho procurado esclarecer alguns mal entendidos em áreas básicas em torno do movimento missionários nativos, tais como, a mudança do papel dos missionários ocidentais e padrões para avaliação das missões nativas.
O impacto deste livro tem crescido continuamente. Pastores escrevem testificando de mudanças dramáticas no programa de missões em suas Igrejas. Pais e mães, e seus filhos estão aprendendo a viver de maneira muito mais simples e criativa, a fim de se tornarem mantenedores dos missionários nativos. Jovens e adultos, diante das verdades eternas, estão escolhendo ajustar suas vidas aos valores do Reino dos Céus desprezando os sacrifícios necessários.



Eu creio que veremos esta geração alcançada por Cristo, como uma excitante terceira onda de lideranças missionárias unidas com Crentes, Igrejas, e agências missionárias comprometidas com o evangelho em todo o mundo. Quando nos movemos em direção a Cristo em unidade, sentindo o pulsar do coração Dele pelos perdidos, e pelos que estão às portas da morte, nós compreendemos que todos nós servimos a um único Rei e ao seu reino. Que este livro possa servir para trazer maior unidade e cooperação entre todo o povo de Deus, a todos que procuram obedecer à vontade Dele, em união.






Capítulo 1

Quantos Serão Espancados e Andarão Famintos?





O silêncio no grande auditório em Cochin era quebrado apenas por soluços abafados. O Espírito de Deus se movia na sala com tremendo poder – convertendo de pecados e chamando homens e mulheres para o Seu serviço. Antes do final do encontro, 120 dos 1200 pastores e líderes crentes colocaram suas vidas no altar, atendendo à – chamada para o Norte.
Eles não estavam dizendo – Eu desejo ir – mas – Eu estou indo.
Eles fizeram a escolha de deixar casas, vilas, e família, negócios ou carreira profissional e ir onde eles seriam odiados e temidos. Enquanto isso outros 600 pastores se comprometiam a retornar às suas congregações e convocar mais missionários que deixariam o sul da Índia e iriam para o Norte.

Eu fiquei em silêncio numa quietude santa orando para que o exército do Senhor enchesse o altar. Eu estava esmagado pela presença de Deus.
Enquanto eu orava, meu coração doeu por aqueles homens que vieram ao altar. Quantos seriam maltratados ou vagariam famintos, com frio e solitários nos próximos anos? Quantos seriam presos por sua fé? Eu supliquei pelas bênçãos e proteção de Deus sobre eles – e por mais mantenedores do outro lado do oceano para sustentá-los.
Eles estavam deixando conforto material rompendo com laços de família e ambições pessoais. A frente deles uma nova vida entre estranhos. Mas eu também sabia que eles testemunhariam vitórias espirituais quando milhares se convertessem a Cristo e ajudassem a formar novas congregações nas aldeias ainda não alcançadas do Norte da Índia.

Comigo no encontro estava um locutor americano. David Mains, um sério estudante do avivamento. Ele tinha se juntado a nós em Cochin, como um dos palestrantes. Ele mais tarde testificou que o Senhor tinha se manifestado no encontro de maneira incomum.
- Foi completamente diferente – ele escreveu depois -Jesus tinha se manifestado corporalmente entre nós -O espírito de adoração enchia o local. Os cânticos eram eletrizantes. O poder do Espírito Santo veio sobre a congregação. Homens verdadeiramente suspiravam em alta voz. Eu já tinha lido de tais conversões nos dois grandes despertamentos, nos primórdios da história americana, mas nunca em primeira mão.
Mas o Senhor não está simplesmente convocando um grande exército de trabalhadores nativos. Deus está no trabalho de salvar pessoas do pecado em números que nós nunca sonhamos. Pessoas estão vindo para Cristo de toda a Ásia, num crescendo tão rápido, quanto a salvação está sendo anunciada. Em algumas áreas como Índia, Indonésia, as Filipinas, e Tailândia – não é raro agora para a comunidade Cristã crescer tanto em um único mês quanto crescia antigamente durante um ano inteiro.
Notícias de conversão em massa e crescimento das Igrejas tem recebido pouca atenção pelo ocidente. A excitante verdade acerca da ação de Deus na Ásia ainda está para ser contada, principalmente porque a imprensa cristã tem acesso restrito. Com exceção de uns poucos países como Coréia e Filipinas, a verdadeira história ainda não é conhecida.

Característico de muitos movimentos nativos missionários que têm surgido subitamente é o trabalho no Punjab, de um irmão nativo de Kerala. Um oficial militar aposentado, que abriu mão de um comissariado e de uma carreira no exército para ajudar a formar uma equipe de evangelhísmo, ele lidera agora mais de 400 missionários de tempo integral. Recentemente eu recebi um pedido, solicitando mantenedores para mais uma centena de missionários. Dez anos atrás nós ficaríamos felizes em ver três ou quatro atendendo ao chamado. Mas agora, graças ao apoio que tem recebido através do GFA, ele tem sido capaz de aceitar um fluxo contínuo de novos missionários.
Como outros líderes nativos, ele discipulou dez - Timóteos – que estão dirigindo o trabalho com uma precisão quase militar. Cada um deles por sua vez serão capazes de liderar dúzias de missionários adicionais que por sua vez terão seus próprios discípulos.

Com sua esposa ele adotou um padrão Apostólico para seus cooperadores similar ao do Apóstolo Paulo. Em uma viagem evangelhística que durou 53 dias, ele e sua família viajaram em carro de boi e a pé para o interior de uma das mais atrasadas em áreas remotas das tribos do estado de Urissa. Lá ministrando com intenso ardor, entre povos cujo estilo de vida é tão primitivo, que somente pode ser definido de forma animalesca, ele viu centenas de conversões. Durante a viagem, demônios foram expulsos e milagres de curas aconteciam diariamente. Milhares que serviam aos ídolos e adoradores de espíritos malignos ouviam o evangelho com avidez.

Em apenas um mês ele formou 15 grupos de novos convertidos, em novas Igrejas e destacou nativos missionários para discipulado e crescimento na fé .
Movimentos miraculosos parecidos estão começando em quase todas as províncias da Índia e através de outras nações da Ásia.
O missionário nativo Jesu Das ficou horrorizado quando pela primeira vez visitou uma aldeia e não encontrou crentes lá. Todo o povo adorava centenas de deuses diferentes, e quatro sacerdotes pagãos exerciam o controle da população através da feitiçaria.

Contavam histórias de que estes sacerdotes podiam matar o gado e destruir suas plantações com o poder de sua feitiçaria. Pessoas adoeciam subitamente e morriam sem explicação aparente. Era difícil imaginar a decadência e escravidão em que os habitantes estavam vivendo. Com as faces marcadas por cicatrizes, frustração e morte, porque eram totalmente dominados pelos poderes das trevas.
Quando Jesus Das falou de Jesus Cristo para eles era a primeira vez, eles nunca tinham ouvido falar de um Deus que não cobrava sacrifícios e oferendas para aplacar sua ira. Enquanto Jesu Das continuava a pregar no mercado, muitas pessoas vieram conhecer ao Senhor.

Mas os sacerdotes se sentiram ofendidos. Eles avisaram Jesu Das que, se ele não deixasse a vila, eles invocariam seus deuses para matar a ele, sua esposa e seus filhos. Jesu Das não fugiu. Ele continuou a pregar a Cristo, e os moradores continuavam a ser salvos.
Finalmente, após algumas semanas, os feiticeiros procuraram a Jesu Das e perguntou-lhe qual o segredo do seu poder.
- Esta é a primeira vez que a nossa feitiçaria, nosso poder não funciona – Disseram eles – Depois que cumprimos todos os rituais (pujas), nós pedimos aos espíritos para matar sua família. Mas os espíritos voltavam e falavam que não poderiam se aproximar de você ou de sua família, porque vocês estão sempre rodeados pelo fogo. Então nós chamamos os mais poderosos espíritos e os enviamos sobre vocês – mas novamente eles voltaram, dizendo que não somente rodeados por fogo, mas que também estavam cercados pelos anjos o tempo todo.
Jesu Das contou para eles a história de Cristo. O Espírito Santo convenceu cada um deles do pecado de seguir a demônios, e do julgamento porvir. Com lágrimas, eles se arrependeram e renunciando a seus deuses, e seus ídolos receberam a Jesus Cristo como Senhor. Como resultado, centenas de outros foram libertos do pecado e da escravidão.
Através de uma organização nativa na Tailândia, onde mais de 200 missionários nativos estão fazendo um trabalho pioneiro de evangelismo em vilas, um único grupo anunciou sua fé a 10.463 pessoas em dois meses. Destes, 171 entregaram suas vidas a Cristo e seis novas Igrejas forma formadas. Mais de 1000 vieram a Cristo no mesmo período. Lembre-se, esta grande colheita está acontecendo numa nação Budista que nunca tinha visto tais resultados.

Notícias como esta nos chegam diariamente de equipes nativas em quase todas as nações Asiáticas. Mas eu estou certo que estas são apenas as primeiras gotas de uma copiosa chuva de avivamento. Para conseguirmos o impacto necessário, devemos enviar centenas de milhares de trabalhadores mais. Nós não estamos orando pela proverbial – chuva de bênçãos -. Pelo contrário, eu acredito em Deus por virtuais tempestades de bênçãos nos dias vindouros.
Como me tornei parte deste atordoante reavivamento espiritual na Ásia é a história contada neste livro. E tudo começou com a simples oração de uma mãe que morava numa vila.








Capítulo 2

“Ó Deus, faça de um dos meus filhos um pregador!”





Os olhos de Achiamma ardiam com as lágrimas. Mas não era pelo fogo da cozinha ou pelo cheiro do tempero aquecido que subia da panela. Ela sabia que não tinha muito tempo. Seus seis filhos estavam crescendo rápido. Nenhum deles mostrava sinais de se tornar ministro do evangelho.
Com exceção do mais novo – o pequeno Yohannachan como era conhecido – cada um deles parecia destinado ao trabalho secular. Meus irmãos pareciam satisfeitos em viver e trabalhar na nossa vila de Niranam em Kerala sul da Índia.
“Ó Deus, - ela orava em desespero - leve um dos meus filhos a pregar”. Como Ana, e muitas mães santas da Bíblia, minha mãe tinha dedicado seus filhos ao Senhor. Naquela manhã enquanto preparava o café da manhã, ela votou um jejum em segredo, até Deus chamar um de seus filhos para o serviço dEle. Cada sexta-feira, nos três anos e meio seguintes, ela jejuou. Sua oração era sempre a mesma.
Mas nada aconteceu. Finalmente, somente eu, pequeno e magricela – o caçula da família – fui deixado. Parecia haver pouca chance de ser um pregador. Contudo, eu tinha crescido em meio a encontros de evangelismo desde a idade de 8 anos. Eu era introspectivo e tímido e guardava a minha crença para mim mesmo. Eu não tinha nenhuma vocação para lideraça, evitava esportes e obrigações escolares. Eu me sentia confortável à margem da vila, e da vida familiar, uma figura sombria que entrava e saia do palco quase em ser notado.



Então, quando completei 16 anos as orações de minha mãe foram respondidas. Um grupo de evangelismo da Operação Mobilização visitou-nos, vieram à nossa Igreja para apresentar-nos o desafio – ir para o longínquo norte da Índia. Meu corpo de 45 quilos se esforçava para guardar cada palavra, cada slide mostrado pela equipe, a respeito do Norte.
Eles contaram de apedrejamento e espancamentos que sofreram enquanto pregavam a Cristo em vilarejos não cristãos do Rajasthan e Bihar, nas quentes e áridas planícies do Norte da Índia. Isolados do contato com o restante da Índia pelos altos picos dos Gaths ocidentais, a lama das florestas de Kerala, na costa do Malabar era tudo o que o que eu conhecia da minha pátria. Na costa do Malabar tinha se desenvolvido a mais antiga comunidade cristã da Índia, iniciada com o florescimento do comércio através do Golfo Pérsico, quando São Tomé anunciou a Jesus Cristo. Próximo a Cranagore em 52 DC. Outros Judeus também estiveram lá, tendo chegado duzentos anos antes. O restante da Índia parecia fora de alcance para o povo de fala Malayalam da costa sudoeste, e eu não era exceção.



Quando a equipe de evangelismo retratou a condição desesperadora dos perdidos no resto do país – 500.000 aldeias sem uma testemunha do evangelho do Senhor Jesus – Eu senti uma estranha compaixão pelos perdidos. Naquele dia eu fiz um voto para ajudar a levar as boas novas de Jesus Cristo para aqueles estranhos e misteriosos estados do Norte. Em resposta ao desafio de – esquecer tudo e seguir a Cristo – eu rapidamente abracei ao convite, concordando e me juntar a um grupo de estudantes para uma cruzada no verão em lugares ainda não atingidos do Norte da Índia.

Minha decisão de tomar parte no ministério resultou grandemente das orações cheias de fé da minha mãe. Contudo eu ainda não tinha recebido o que mais tarde vim a compreender, seria o real chamado do Senhor para minha vida, minha mãe encorajou-me a seguir o meu coração. Quando anunciei minha decisão, ela silenciosamente deu-me 25 Rúpias, o bastante para a passagem de trem. Eu estava pronto para me inscrever no escritório da missão em Trivandrum.
Lá eu tive minha primeira decepção, fui rejeitado. Desde quando eu era menor de idade, o diretor da missão recusou-se a deixar que me juntasse às equipes que iam para o Norte. Mas me foi concedido assistir a conferência anual de treinamento em Bangalore, Karnataka. Na conferência eu primeiro ouví o testemunho do missionário George Verwer, que me desafiou como nunca antes a um comprometimento total, a uma vida imersa num discipulado radical. Eu estava impressionado como Verwer colocava a vontade de Deus para o mundo perdido antes de carreira profissional, família e a si mesmo.

Sozinho naquela noite em minha cama, eu questionei a ambos Deus e a minha própria consciência. Pelas duas da madrugada, meu travesseiro molhado de suor e lágrimas, eu tremia de medo. O que seria se Deus me pedisse para pregar nas ruas? Seria capaz de ficar em pé e falar em público? E se fosse apedrejado e espancado?
Eu me conhecia muito bem. Dificilmente conseguia olhar nos olhos de um amigo durante uma conversa, imagine falar sozinho publicamente para uma multidão hostil às coisas de Deus? Quando falei estas palavras, eu percebi que me parecia com Moisés quando ele foi chamado.
Subitamente, eu senti que não estava sozinho naquele quarto. Um grande sentimento de amor e de ser amado encheu o lugar. Eu senti a presença de Deus e caí de joelhos ao lado da cama.
- Senhor Deus, - eu balbuciei em completa rendição à sua presença e à sua vontade – Eu me ofereço para falar por Ti - mas ajuda-me, a saber, que você está comigo.
Naquela manhã eu acordei completamente diferente para o mundo e para as pessoas. Enquanto andava, as cenas das ruas Indianas pareciam as mesmas de antes – crianças corriam entre as pernas ds pessoas, das vacas, porcos e galinhas perambulavam, vendedores carregavam cestas de frutas brilhantes e flores nas cabeças. Eu os amava com um amor sobrenatural e incondicional que nunca sentira antes. Era como se Deus tivesse removido meus olhos e substituído pelos olhos Dele, então eu podia ver as pessoas como o Pai Celeste as via – perdidos e carentes mas com potencial para refletir a glória de Deus.

Eu fui até a Estação Rodoviária. Meus olhos se encheram de lágrimas de amor. Eu sabia que aquelas pessoas estavam indo para o inferno – eu sabia que Deus não queria que elas fossem para lá. Subitamente eu tive um anseio por aquelas massas, que eu tive de parar e encostar-me a uma parede para não cair. Era isto – eu estava sentindo o ardor que Deus sente pela multidão de perdidos da Índia. Seu coração de amor estava pulsando dentro de mim, eu respirava com dificuldade. A tensão era grande. Eu andava para frente e para trás inquietamente para evitar que os meus joelhos tremessem de pavor.
- Senhor – eu clamei – Se você deseja que eu faça alguma coisa, diga-me e dê-me coragem.
Abrindo os meus olhos depois da oração, eu vi uma grande pedra. Imediatamente eu sabia que tinha de subir naquela rocha e pregar para a multidão na rodoviária. Subindo rapidamente eu sentia uma força, como se 10.000 volts de energia atravessasse o meu corpo.
Comecei cantando um simples corinho infantil. Era tudo o que eu sabia. Quando terminei uma multidão estava ao pé da rocha. Eu não tinha preparado nada para falar, mas o Senhor Deus me tomou totalmente e encheu minha boca com palavras do seu amor. Eu preguei o evangelho para os pobres como Jesus ordenou a seus discípulos. Com a autoridade e o poder de Deus fluindo através de mim, eu tinha uma audácia sobre-humana. As palavras vinham, palavras que eu não conhecia – e claramente com um poder vindo de cima.

Os companheiros da equipe pararam para ouvir. O questionamento a respeito da minha pouca idade nunca mais foi levantado. Era o ano de 1966, e eu continuei viajando com grupos de evangelismo itinerantes por mais sete anos. Nós viajamos por todo o Norte da Índia, nunca ficando muito tempo em qualquer das aldeias. A todo lugar onde nós fomos, eu pregava nas ruas enquanto outros distribuíam livros e folhetos. Ocasionalmente, em pequenas vilas, nós testemunhávamos de casa em casa.
Meu imediato, excessivo amor pelo povo dos vilarejos da Índia, e pelas massas de pobres cresceu com o passar dos anos. As pessoas mesmo me deram o apelido de – homem de Gandhi – comparando-me a Mahatma Gandhi, pai da moderna Índia. Como ele, eu compreendi que se a Índia fosse salva, o seria pelos missionários nativos de pele morena, que amavam os povos das aldeias.
Quando estudei os evangelhos, tornou-se claro para mim que Jesus entendia como ninguém, os princípios para alcançar os pobres. Ele evitava as maiores cidades, as mais ricas, mais famosas e as mais populosas, concentrando seu ministério na classe pobre de trabalhadores. Para alcançar a Índia e outras nações da Ásia, nós temos que alcançar os pobres.
Enquanto viajava, observando as conseqüências danosas das religiões pagãs na Índia, eu entendi que as multidões na Índia estavam famintas porque eles eram escravas do pecado. A batalha contra a fome e a miséria é verdadeiramente uma batalha espiritual, não é física ou social como o mundo secular nos faz acreditar.
A única arma que efetivamente vencerá a guerra contra a doença, fome, injustiça e miséria na Ásia, é o evangelho de Jesus Cristo. Olhando no fundo dos olhos tristes de uma criança faminta ou olhar uma vida destruída pelo vício das drogas, é ver tão somente o domínio de Satanás sobre o mundo. Todas as coisas ruins são obras dele. Ele é o inimigo número um da humanidade, e ele farão tudo ao seu alcance para matar e destruir seres humanos. Combater este inimigo poderoso com armas físicas é o mesmo que atacar um tanque de guerra com pedras.
Eu jamais esquecerei um dos mais dramáticos encontros que tivemos com este poder demoníaco. Era um dia excessivamente quente e úmido de 1970. Nós estávamos pregando no noroeste do Rajasthan – o deserto dos reis.

Tínhamos o hábito antes de iniciar uma pregação nas ruas, meus sete cooperadores e eu, ficávamos em círculo para cantar e bater palmas acompanhando o ritmo dos cânticos cristãos. Uma multidão de tamanho considerável ajuntou-se, e eu comecei a pregar cm Hindi, a língua local. Muitos ouviram o evangelho pela primeira vez e ansiosamente tomaram nossos evangelhos e folhetos para ler.
Um homem jovem aproximou-se e pediu-me um livro para ler. Quando falei com ele, eu senti em, meu espírito que ele estava faminto do conhecimento de Deus. Quando estávamos embarcando na nossa van de evangelismo, ele pediu para juntar-se a nós.
Quando a van deu a partida, ele clamou e gritou – Eu sou um terrível pecador – Ele gargalhou – Como posso me sentar entre vocês? – E preparou-se para saltar da van em movimento. Nós o agarramos e o prendemos contra o piso da van para evitar que se machucasse.
Naquela noite ficou conosco no nosso acampamento e na manhã seguinte juntou-se a nós para o culto de oração. Quando estávamos orando e intercedendo, nós ouvimos subitamente um grito agudo. O jovem estava jogado ao chão, a língua pendendo para fora da boca, e os olhos virados para trás.
Como crentes numa terra pagã nós sabíamos que ele estava possuído pelo demônio. Nos reunimos em torno dele e assumindo autoridade sobre as forças do inferno quando elas falavam através da boca do jovem.
- Nós somos 74, nos últimos sete anos nós o fizemos andar descalço por toda a Índia... Ele é nosso... – Eles falaram blasfemando e amaldiçoando, desafiando nos e a nossa autoridade.

Mas quando três de nós corávamos, os demônios não mais prenderam o jovem. Eles saíram quando nós os expulsamos em Nome de Jesus.
Sundar John foi liberto, deu sua vida a Jesus e foi batizado. Depois freqüentou a escola Bíblica por dois anos. Desde então o Senhor o tem capacitado a ensinar e a pregar para milhares de pessoas a respeito de Jesus. Várias Igrejas nativas Indianas surgiram como resultado de seu notável ministério – tudo vindo através de um homem a quem muito pessoas teria trancado num asilo como insano. E há literalmente milhões de pessoas como ele na Índia – ludibriados pelos demônios e escravizados por terríveis emoções e sensualidade.
Este tipo de milagre me manteve indo de vila em vila por aqueles sete anos de evangelismo itinerante. Nossas vidas pareciam lidas do livro de Atos dos Apóstolos. Muitas noites nós dormíamos em valas à beira da estrada, onde estávamos relativamente seguros.
As equipes com as quais trabalhei – e freqüentemente liderava - eram como uma família para mim. Eu comecei a me encantar com o estilo de vida cigano que nós vivíamos, e de total abandono à causa de Cristo que é requerido a um evangelista itinerante. Nós fomos perseguidos, odiados e desprezados. Mas continuamos, sabendo que estávamos abrindo caminho para o evangelho em distritos que jamais experimentaram um encontro com Cristo.
Uma dessas vilas foi Bhundi no Rajasthan. Este foi o primeiro lugar onde fui espancado e apedrejado por pregar o evangelho. Freqüentemente a literatura era destruída. Parecia que as turbas sempre estavam nos vigiando e por seis vezes nossas cultas nas ruas foram interrompidos. Nossos líderes começaram a trabalhar em outros locais, evitando Bhundi o quanto possível.

Três anos depois, uma nova equipe de nativos missionários entrou na área sob diferentes lideranças e pregaram novamente nos cruzamentos apinhados das ruas da cidade.
Quase tão rapidamente quanto eles chegaram, um homem começou a rasgar a literatura, e agarrou um missionário de 19 anos de idade Alex Sam pela garganta. Mesmo espancado severamente, Sam ajoelhou-se na rua e orou pela salvação de almas daquela odiosa cidade.
- Senhor – ele orou – eu quero voltar aqui e servi-lo em Bhundi. Eu estou disposto a morrer aqui, mas eu quero voltar e servir a Ti neste lugar.
Muitos líderes mais velhos aconselharam-no contra esta decisão, mas determinado, ele voltou, alugou um pequeno quarto. O carregamento com literatura chegou, e ele pregou diante de muitas dificuldades. Hoje mais de 100 pessoas se reúnem numa pequena Igreja. Aqueles que uma vez nos perseguiram, agora adoram ao Senhor Jesus, como na história do apóstolo Paulo.
Este é o tipo de comprometimento e fé que ganha as vilas do Norte da Índia para o Senhor Jesus.
Certa vez nós chegamos numa cidade ao romper do dia para evangelismo. Mas eles já tinham sido avisados da nossa chegada, por boatos oriundos da aldeia próxima, onde tínhamos pregado no dia anterior.
Quando estávamos tomando o chá matinal num barranco à beira da estrada, o líder militante local aproximou-se educadamente. Em voz baixa que dissimulava pouca emoção, ele falou.
- Pegue seu caminhão, e saia da cidade em cinco minutos ou nós o queimaremos, e a você com ele.
Eu sabia que era sério. Ele estava acompanhado de uma multidão ameaçadora. Apesar disso – sacudimos a poeira dos nossos pés naquele dia - hoje uma Igreja congrega naquela mesma aldeia. Para implantar o evangelho, nós devemos aceitar riscos.

Uma vez, por meses eu viajei em estradas poeirentas no calor do dia, e tremendo através das noites frias – sofrendo exatamente como milhares de missionários nativos estão sofrendo até hoje, para levar o evangelho aos perdidos. Nos anos seguintes eu relembrei aqueles sete anos de evangelismo nas vilas, como uma das maiores experiências de aprendizado da minha vida. Nós andamos nos passos de Jesus, o encarnando e o representando para as multidões que nunca ouvira falar do evangelho.
Eu vivia numa frenética vida atarefada, por demais ocupada e excitante, com a proclamação do evangelho [para pensar a respeito do futuro. Sempre existia outra campanha a frente. Mas eu tinha chegado a um ponto decisivo.










Capítulo 3

Sonhando os sonhos de Deus





Em 1971, eu fui convidado a passar um mês em Singapura em um novo instituto que tinha sido inaugurado por John Haggai. Estava ainda nos estágios iniciais – um local onde líderes da Igreja da Ásia seriam treinados e desafiados a testemunhar de Cristo.
Havia muitas histórias sobre Haggai. Todos os Cristãos foram vencedores e gigantes – homens e mulheres que receberam uma visão de Deus e recusaram-se a abandoná-la. Diligência em atender ao chamado era uma virtude a ser altamente recompensada. Haggai foi a primeira pessoa que me fez acreditar que nada é impossível para Deus. E em Haggai eu encontrei um homem que se recusava a aceitar impossibilidades. Os limites normais aceitáveis não existiam para ele. Ele via tudo em termos globais e da perspectiva de Deus, recusando-se a aceitar o pecado. Se o mundo não fosse evangelizado, por quê não? Se as pessoas estavam famintas, o que poderíamos fazer a respeito? Haggai não pensava como um Hindú – ele se recusava a aceitar o mundo como ele era. E eu descobri que ele estava disposto a aceitar encargos pessoais para tornar-se um agente de mudanças.

Aproximando-se o fim do mês no instituto, John Haggai desafiou-me à mais dolorosa introspeção que tinha experimentado. Agora eu sei, isto implantou uma inquietude que durou anos, e que eventualmente levou-me a deixar a Índia para procurar em terras longínquas pelo propósito de Deus para a minha vida.
O desafio de Haggai pareceu-me simples no início. Ele pediu-me para ir para o meu quarto e escrever – em uma frase – a única, a coisa mais importante que eu ia fazer com o resto da minha vida. Ele estipulou, que não deveria ser voltada para mim mesmo, ou de natureza secular. E mais uma coisa - para glorificar o nome de Deus.
Eu fui para o meu quarto para escrever aquela sentença única. Mas a folha de papel permaneceu em branco por horas e dias. Perturbado por não poder alcançar o meu potencial total em Cristo, durante a conferência eu comecei a reavaliar cada parte do meu ministério. Eu deixei o congresso com a questão ainda soando aos meus ouvidos, e por anos eu continuei a ouvir a voz de John Haggai, “ Uma coisa... Pela graça de Deus, você deve fazer uma coisa...”
Eu deixei Singapura renovado, livre para pensar em mim mesmo como um indivíduo pela primeira vez. Até aquela data – como muitos Asiáticos – Eu sempre tinha visto a mim mesmo como parte de um grupo, como minha família ou equipe de evangelismo. Contudo eu não tinha idéia que trabalho especial Deus teria para mim como indivíduo, eu comecei a pensar em fazer o – meu melhor – para Ele. As sementes para uma transformação futura tinham sido plantadas, e nada poderia deter as tempestades que se aproximavam da minha vida.

Conquanto minha maior paixão era ainda as vilas não alcançadas do Norte, agora eu viajava por toda a Índia.
Numa destas palestras em 1973, fui convidado para ensinar na conferência de treinamento da Operação Mobilização da primavera em Madras. Foi quando ví uma encantadora garota Alemã. Como aluna de uma de minhas aulas ela impressionou-me com a simplicidade de sua fé. Rapidamente eu me ví pensando que se ela fosse Indiana, seria o tipo de mulher com o qual gostaria de casar algum dia.
Uma vez, quando nossos olhos se encontraram, nós fitamos o olhar um do outro por um instante, por um momento, até que conscientemente quebrei o encanto e rapidamente deixei a sala. Eu ficava desconfortável em tais encontros masculino-feminino conjugados. Em nossa cultura, os solteiros raramente falam entre si. Mesmo na Igreja e em equipes de evangelismo, os sexos são mantidos estritamente separados.
Certo de que jamais voltaria a vê-la, eu afastei as idéias sobre a atrativa garota alemã para longe de minha cabeça. Mas o casamento estava em minha mente. Eu tinha feito uma lista com seis qualidades que eu desejava para uma esposa e, freqüentemente orava para que a escolha certa fosse feita para mim.
Naturalmente na Índia, todos os casamentos são arranjados pelos pais, e eu teria de confiar no julgamento deles na seleção da pessoa certa para companheira da minha vida. Eu imaginava onde meus pais encontrariam uma esposa disposta a compartilhar meu estilo de vida itinerante, e comprometimento com o trabalho do evangelho. Mas quando a conferência terminou, os planos para todo verão rapidamente suplantaram estes pensamentos.

Naquele verão, junto com uns poucos cooperadores eu voltei a todos os lugares que tinha visitado a poucos anos no estado do Punjab. Eu tinha passado por lá várias vezes e estava ansioso para ver os frutos do nosso trabalho de evangelismo.
O maior produtor de cereais da Índia, com sua população de 15 milhões é dominado pelos Sikhs, um povo feroz e independente de difícil relacionamento, conhecido como uma casta de guerreiros.
Antes da separação da Índia e do Paquistão, o estado também tinha grande população de Muçulmanos. E permanece como um dos menos evangelizados e mais negligenciadas áreas do mundo.
Nós viajamos e pregamos ao ar livre através de centenas de cidades e vilas nesse estado nos últimos dois anos. Ainda que missionários Britânicos tivessem fundado muitos hospitais e escolas, poucas congregações de crentes ainda existiam. O profundo nacionalismo dos Sikhs teimosamente se recusava a considerar o Cristianismo, desde quando eles o associavam rapidamente ao colonialismo Britânico.

Eu viajei com uma considerável equipe masculina. Uma equipe em separado de mulheres também foi escalada para aquele estado, a partir de Jullundur. No meu caminho para o Norte para juntar-me aos homens do grupo ao qual ia liderar, parei no centro de operações para o Norte da Índia em Nova Déli. Para minha surpresa, lá estava ela novamente. A garota Alemã. Desta vez ela estava vestida com um Sarí, um dos mais populares modelos de vestido, característico de nossa nação. Eu fui informado que ela também tinha sido escolhida para trabalhar no Punjab no verão, com a equipe feminina.
O diretor local pediu-me para acompanhá-la em direção ao Norte o mais distante possível de Jullundur, então viajamos na mesma Van. Eu descobri que seu nome era Gisela, e quanto mais a via, mais encantado me tornava. Ela comeu a comida e bebeu a água, e inconscientemente seguiu todas as regras da nossa cultura. Na pouca conversa nós tínhamos focado em assuntos espirituais
E nas aldeias perdidas da Índia. Eu rapidamente acreditei que, finalmente tinha encontrado minha alma irmã, que compartilhava minha visão e chamada.
O amor romântico, para a maioria dos Indianos, é alguma coisa que você lê somente em livros de estórias. Nos filmes ousados, enquanto eles freqüentemente tratam do assunto, são cuidadosos para terminar o filme de acordo com a maneira Indiana apropriada. Então, eu estava enfrentando o grande problema de comunicar meu proibido e impossível amor. Eu não disse nada para Gisela, naturalmente. Mas alguma coisa em seus olhos contou-me o que ambos entendiam. Como Deus poderia nos unir?

Em poucas horas nós estaríamos separados novamente, e lembrava-me de que tinha outros afazeres. Além disso, eu pensei, no final do verão ela vai voar de volta para a Alemanha, e eu provavelmente, nunca mais a veria novamente. Durante o verão surpreendentemente, nossos caminhos voltaram a se cruzar. Cada vez eu sentia meu amor crescer fortemente. Então eu arrisquei uma chance de expressar o meu amor com uma carta.
Enquanto isso, minha inspeção no Punjab partiu meu coração. Aldeia após Aldeia, eu descobri que nossa literatura e nossa pregação parecia ter causado muito pouco impacto. O fruto não tinha permanecido. A maioria das vilas que nós visitamos parecia tão analfabeta idólatra e controlada por demônios como nunca. As pessoas ainda estavam aprisionadas pelas doenças, miséria e sofrimento. O evangelho, assim me pareceu, não tinha criado raízes.

Em uma cidade eu senti tão profundo desespero que literalmente sentei no meio-fio e chorei. Chorei lágrimas amargas como somente uma criança pode chorar.
- “Seu trabalho é inútil – escarneceu um demônio ao meu ouvido. “ Suas palavras estão escorregando para longe deste povo, como água nas costas de um pato.”
Sem perceber, eu estava esfriando – ou não compreendia o que estava acontecendo espiritualmente comigo. Eu caí numa tremenda apatia. Como Jonas e Elias, eu estava cansado demais para prosseguir. Eu só conseguia ver uma coisa. O fruto do meu trabalho não permanecia. Mais do que nunca, eu precisava de tempo para reavaliar meu ministério.
Meus companheiros de liderança, alarmados com a minha crise pessoal, e preocupados de que alguma coisa estivesse profundamente errada, insistiram comigo para tirar um mês de férias para me recuperar, então fui para Bombaim.
Enquanto lá, eu me correspondia com Gisela. Ela tinha retornado à Alemanha. Decidi que me afastaria por dois anos para estudar e fazer algumas escolhas a respeito do meu ministério e possível casamento.
Eu comecei escrevendo cartas para o exterior e fiquei interessado em freqüentar uma Escola Bíblica na Inglaterra. Eu também tinha convites para falar em Igrejas na Alemanha. Em dezembro eu comprei uma passagem planejando estar na Europa, para o Natal com a família da Gisela.

Foi quando senti os primeiros tremores do que rapidamente se tornaria um caso de choque cultural do tamanho de um terremoto. Quando a neve caiu, era óbvio para qualquer um que deveria comprar um casaco de inverno e botas – óbvio, é claro, exceto para mim. Uma olhada nos preços das etiquetas levou-me a um profundo trauma. Pelo custo de meu casaco e minhas botas na Alemanha, eu viveria confortavelmente por meses na Índia.
E este conceito de viver pela fé foi duro para os pais de Gisela aceitarem. Aqui estava esse pobretão da Índia, sem um único dólar seu, insistindo que estava indo para o seminário, que ele não sabia onde e, ainda assim, pedindo a
filha deles em casamento.
Um a um, os milagres foram acontecendo, aliás, Deus supriu cada necessidade.
Primeiro chegou uma carta de E.A Gresham, um desconhecido de Dallas, Texas, que era então diretor regional da Associação de Atletas Cristãos. Ele tinha ouvido a meu respeito, de um amigo Escocês e convidou-me para vir aos Estados Unidos para dois anos de estudos no Instituto Bíblico Criswell em Dallas, Eu respondi positivamente e embarquei num vôo de fretamento barato para Nova Iorque com o último dinheiro que tinha.
Este vôo, por sinal, também veio a tornar-se num milagre. Sem saber que eu precisava de um visto especial para estudante, comprei uma passagem sem direito a devolução. Se eu perdesse o vôo, eu perderia a ambos, minha reserva e a passagem.

Orando com a minha última grama de fé, pedi a Deus para intervir e de algum modo conseguir a papelada para o visto. Assim como orei, um amigo em Dallas, foi estranhamente movido por Deus para sair no seu carro, voltar ao escritório e completar minha papelada e pessoalmente colocar no correio. Em uma contínua série de coincidências divinamente arranjadas, os formulários chegaram a poucas horas do fim do prazo.
Antes de viajar para a América, Gisela e eu nos casamos. Eu iria para o seminário sozinho. Nós não fazíamos idéia de quando veríamos um ao outro novamente.







Capítulo 4

Deslumbrado






Quando eu troquei de avião para Dallas no Internacional JFK em Nova Iorque, eu estava ofuscado pelas placas e sons que me rodeava. Aqueles de nós que crescemos na Europa e Ásia ouvimos histórias a respeito da riqueza da América, mas até vermos com nossos próprios olhos, as histórias parecem contos de fada.
Os Americanos são mais do que inconscientes de sua riqueza – o tempo todo eles parecem quase não se dar conta dela. Encontrando uma poltrona para descansar, eu fiquei pasmo, perplexo como se vestiam bem, com a beleza de suas roupas e calçados. A boa qualidade de seus tecidos, a coloração, estava além de qualquer coisa que já tivesse jamais visto. Como eu perceberia de novo, e de novo, esta nação normalmente tomava esta atordoante opulência como uma dádiva sem fim.

Como eu faria várias vezes – quase diariamente – nas semanas seguintes, eu comparava suas roupas àquelas usadas pelos evangelistas nativos, os quais eu tinha deixado somente a poucas semanas antes. Muitos andavam descalços entre as aldeias ou trabalhavam usando frágeis sandálias. Seu vestuário de algodão desbotado, não seria visto, nem mesmo como trapos limpos nos Estados Unidos. Então eu descobri que muitos Americanos tinham closet cheio de roupas que eles usavam ocasionalmente – e recordava que por anos viajava e trabalhava com apenas algumas peças na mochila. Eu vivi o estilo normal de vida da maioria dos evangelistas das vilas.
O economista Robert Heilbroner descreve o luxo de uma típica família Americana, ao qual ela teria de abandonar se eles vivessem entre um bilhão de pessoas famintas do Terceiro Mundo.



Nós começamos invadindo a casa de uma família típica
Americana para tirar sua mobília. Sai tudo, camas, cadeiras,
Mesas, aparelhos de tv, lâmpadas. Deixaremos a família com
alguns cobertores velhos, uma mesa na cozinha, uma cadeira
de madeira. Junto com as cômodas iriam as roupas. Cada um
da família poderia ficar com a sua roupa ou vestido mais velho
uma camisa ou blusa. Nós permitiremos um par de sapatos
para o chefe da família, mas nenhum para a esposa ou para os
filhos.
Iríamos para a cozinha. Os utensílios todos seriam retirados, e
No guarda-louça... a caixa de fósforo pode ficar, um pequeno
embornal com farinha, um pouco de açúcar e sal. Uns poucos
tomates mofados, tirados da lata do lixo, mas devem ser salvos
porque farão parte do jantar. Vamos deixar um punhado de
cebolas e um prato de feijões secos. Todo o resto será levado
embora, a carne, os vegetais frescos, os enlatados, as bolachas,
os doces.

Agora vamos desmanchar a casa, o banheiro será
desmantelado a água encanada cortada, e a energia desligada.
O próximo passo é deixar a casa. A família pode mudar-se para
o depósito de ferramentas. As comunicações são as próximas.
Sem jornais, revistas ou livros - não que eles as tenham
perdido, é que tiramos da família, a capacidade de leitura. Ao
invés disso, na nossa favela permitiremos um rádio...
Agora os serviços do governo. Não temos carteiros, ou
bombeiros.
Temos uma escola, mas está a três milhas, e consiste de apenas
duas salas... Não existe. Naturalmente, nem hospitais, nem
médicos nas vizinhanças. A clínica mais próxima está a dez e
é atendida por uma parteira. Pode ser alcançada por bicicleta,
provemos a família com uma bicicleta, o que na prática é impro
vável...
E por fim, dinheiro. Nós permitiremos no caixa da nossa família,
cinco dólares em dinheiro. Nós impediremos que o pai de
família experimente a tragédia de um camponês Iraniano, que
ficou cego, porque não conseguiu US$ 3,94 dólares, que ele
erroneamente pensava necessitar, para receber tratamento num
hospital onde teria sido curado.



Este é descrição precisa do estilo de vida no mundo do qual eu vim. No momento em que toquei o solo Americano, eu andei numa inacreditável perplexidade. Como pode duas economias tão diferentes coexistir simultaneamente na terra? Tudo era tão opressivo e confuso para mim no princípio. Não somente tive que aprender coisas simples – como usar um telefone público, fazer cambio – mas como um Cristão sensível, eu me descobri constantemente fazendo avaliações espirituais de todas as coisas que eu via.
Os dias passaram e se tornaram semanas, eu comecei com assombro a compreender, o quão desfocado são os valores espirituais da maioria dos crentes do Ocidente. Triste dizer, parecia-me que a maioria deles estava tão absorta nos mesmos valores humanísticos e materialistas que dominavam a cultura secular. Quase imediatamente, eu senti que um terrível julgamento estava pairando sobre os Estados Unidos da América. – e eu tinha que alertar o povo de Deus que Ele não ia dar generosamente esta abundancia
para sempre. Mas a mensagem ainda não tinha sido formada em meu coração, e levaria alguns anos para sentir a unção e a coragem para pregar contra tal pecado.

Enquanto isso, no Texas, uma terra que de muitas maneiras é um retrato da América, eu cambaleava, aturdido com a maioria das coisas mais comuns. Meus anfitriões apontavam-me ansiosamente, aquilo que consideravam suas maiores realizações. Eu concordava educadamente quando eles me mostravam seus grandes templos, arranha-céus e universidades. Mas isto não me impressionava muito. Afinal eu tinha visto o Templo Dourado em Amristar, o Taj Mahal, o Palácio dos Jhans, a Universidade de Baroda em Gujarat.
O que realmente impacta os visitantes do Terceiro Mundo são as pequenas coisas tão normais para os Americanos. Água potável disponível vinte e quatro horas por dia, energia elétrica contínua, telefones que funcionam e uma impressionante rede de estradas asfaltadas. Na Índia, a água, eletricidade, telefones e transporte funcionam irregularmente – se funcionam. Comunicações são um pesadelo. Nós temos que esperar por dias para uma chamada a longa distância. Ao mesmo tempo não tínhamos televisão na Índia, mas meus anfitriões Americanos pareciam ter uma tv em cada quarto – e operando dia e noite. Este fluxo onipresente da mídia me perturbava. Por alguma razão, os Americanos pareciam ter a necessidade de cercar-se de barulho o tempo todo. Mesmo em seus carros, eu notei que os rádios ficam ligados mesmo quando ninguém está ouvindo. Por quê eles sempre têm de estar entretendo ou sendo distraído. Fiquei surpreso. Será que eles estavam tentando fugir de um sentimento de culpa, que eles não sabiam definir ou mesmo identificar.

Estava constantemente ciente quão grandes – e gordos – a maioria dos Americanos pareciam ser. Americanos precisavam de grandes carros, grandes casas, e mobília grande, porque eles são um povo grande.
Estava assombrado com a importância do comer, beber, fumar, ou mesmo o uso de drogas tinham no estilo de vida ocidental. Mesmo entre os Crentes, comida era uma parte significativa dos eventos Cristãos.
Isto, naturalmente, não é ruim em si mesmo. Festas de confraternização eram parte importante da vida da Igreja do Novo Testamento. Mas banquetes podem chegar a extremos. Uma das ironias é o pequeno preço que os Americanos pagam pela alimentação. Um estudo mostra que nos Estados Unidos somente 17 por cento do salário líquido é gasto em comida. Na Índia é de 67 por cento. Quando você tem $10.000 para gastar, aqueles 17 por cento representa confortáveis $1.700. Para uma família ganhando $200, 67 por cento resulta em $ 134. E tenho vivido com esta realidade a cada dia, mas os Americanos tem uma grande dificuldade em pensar nestes termos.

Freqüentemente quando falo a uma Igreja, as pessoas parecem comovidas quando eu conto sobre o sofrimento e as necessidades dos evangelistas nativos. Eles geralmente se movem, e ofertam e me presenteiam com um cheque que me parecia uma grande quantia de dinheiro. Então com sua usual hospitalidade, eles convidam-me para ao lado da liderança participar da alimentação durante o encontro. Para meu assombro, a comida e a confraternização quase sempre custam mais do que aquilo que eles tinham ofertado para missões. E eu estava pasmo de descobrir famílias Americanas que rotineiramente comem numa única refeição, o bastante para alimentar uma família Asiática por uma semana. Ninguém parecia notar isto, e eu vagarosamente entendi que eles não tinham compreendido o significado da minha mensagem. Eles eram simplesmente incapazes de entender a imensa necessidade dos povos além dos mares.
Mesmo hoje eu às vezes não me sinto confortável fazendo um pedido de alimentação, quando viajando pelos Estados Unidos. Eu vejo os preços e imagino a importância daquela quantia faria para a Índia, Myanmar ( antigo Burma ), ou Filipinas. Subitamente eu já não estou tão faminto quanto antes.
Muitos dos missionários nativos e suas famílias experimentam dias sem alimentação – não porque estão jejuando voluntariamente – mas porque não têm dinheiro para comprar arroz. Isto acontece especialmente quando eles começam um novo trabalho em aldeias onde não existem Cristãos.

Recordando o profundo sofrimento dos irmãos nativos, eu às vezes me recuso a servir a sobremesa tão freqüentemente oferecidas para mim. Estou certo que isto não fez diferença no suprimento de comida para as famílias famintas, mas eu não poderia suportar ter algum prazer em comer, quando evangelistas Cristãos na Ásia, estavam famintos. A necessidade tornou-se real para mim através do ministério do Irmão Moses Paulose, que hoje é um dos missionários nativos que nós sustentamos.
Milhões de pobres, pescadores analfabetos vivem ao longo das milhares de ilhas em milhas sem fim das remotas costas da Ásia. Suas casas geralmente são choupanas feitas de folhas e estilo de vida extremamente simples – trabalho duro e pouca diversão. Esses pescadores e suas famílias são alguns dos povos menos evangelizados do mundo. Mas Deus chamou Paulose e sua família para levar o Evangelho para as vilas ainda não alcançadas do Tamil Nadu e da costa Leste da Índia.
Eu me recordo visitando a família de Paulose. Um das primeiras coisas que ele descobriu, quando começou a visitar as aldeias foi que não poderia conseguir nenhum impacto efetivo com a literatura, ou folhetos porque não sabiam ler. Ele decidiu usar slides, mas não tinha projetor ou dinheiro para comprar um. Então ele fez repetidas viagens ao hospital onde ele vendia seu sangue até conseguir o dinheiro necessário.

Era emocionante ver as multidões que o seu projetor de slides atraia. Rapidamente enquanto ele instalava um lençol branco que servia de tela, milhares de adultos e crianças se agrupavam ao longo da praia. A senhora Paulose cantava canções evangélicas, através de um alto-falante energizado por uma bateria de carro, e seu filho de cinco anos de idade citava versículos da Bíblia para os transeuntes.
‘Quando o sol se punha, Irmão Paulose começava a pregar apresentando os slides. Por várias horas, milhares sentados na areia, ouviam a mensagem do Evangelho enquanto as ondas do mar, murmuravam uma música de fundo. Quando ele finalmente começava a arrumar as coisas para ir embora, eu tinha de andar cuidadosamente para evitar pisar em alguma das centenas de crianças que dormiam na areia da praia.

Mas a tragédia por detrás disto era a secreta inanição de que Paulose e sua família enfrentavam. Uma vez eu ouvi sua sofrida esposa confortando suas crianças e dando-lhes água para beber, de uma mamadeira, afim de evitar a aflição da dor aguda provocada pela fome. Não tinham dinheiro para o leite. Envergonhado dos vizinhos não-crentes descobrirem que estavam sem comida, Paulose mantinha as janelas e portas de seu quarto alugado fechadas para que os vizinhos não ouvissem o choro de suas quatro crianças famintas.
Em outra ocasião, um dos seus filhos mal-nutridos dormiu na sala de aula porque estava enfraquecido pela fome. “Tenho vergonha de contar aos professores e vizinhos,” ele contou-me.
“Somente Deus, nossas crianças, minha esposa e eu sei a verdadeira história. Nós não murmuramos ou ficamos infelizes. Estamos alegres e totalmente contentes em nosso serviço para o Senhor. É um privilégio sermos tidos como merecedores em sofrer por Seu amor...”
Mesmo quando o professor puniu seu filho por falta de atenção na sala, Paulose não contou seu sofrimento secreto para não trazer vergonha ao Nome de Cristo. Felizmente, neste caso, fomos capazes de enviar suporte imediato para ele, e agradecemos a generosidade dos Cristãos Americanos. Mas para muitos outros, a história não termina tão alegre.
Tem Deus falhado com homens como Irmão Paulose vivendo famintos?
Eu tenho certeza que não. Deus tem provido mais do que o bastante para satisfazer as necessidades de Paulose e de todas as necessidades do Terceiro Mundo.
Um amigo em Dallas recentemente chamou a minha atenção à construção do edifício de um novo templo custando $ 74 milhões de dólares. Enquanto este pensamento estava explodindo em minha cabeça, ele mostrou-me outro templo de $ 7 milhões a menos de um minuto um do outro.
Estes edifícios extravagantes são insanidade pela perspectiva do Terceiro Mundo. Os $ 74 milhões gastos na construção de um novo prédio aqui, poderia construir próximo de quinze mil Igrejas de tamanho médio na Índia.
Os mesmos $ 74 milhões poderiam ser o bastante para garantir a evangelização de todo um estado – ou mesmo um pequeno país da Ásia.
Mas eu raramente falava em público sobre esses assuntos. Eu entendi que eu era um hóspede. Os Americanos que construíram estes prédios também tinham construído a escola onde eu estava estudando, e eles também estavam pagando meu sustento enquanto estudava. Isto me confundiu, pensei, que estes edifícios tivessem sido construídos para adorar a Jesus, que disse – As raposas tem covis, e os pássaros do céu tem seus ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça ( Mateus 8-20).
Hoje na Ásia, Cristo ainda está vagueando sem lar, Ele está procurando por um lugar onde reclinar a Sua cabeça, mas não em templos feitos pelas mãos humanas.
Nossos novos convertidos geralmente tem suas casas. Nas comunidade não-Cristãs, é freqüentemente impossível alugar um local para congregar. Mas ao invés de atrapalhar o crescimento da Igreja e o evangelismo, eu descobri, que isto também com freqüência aumenta nosso impacto na comunidade.
Há tal ênfase na construção de templos na América que nos às vezes esquecemos que a Igreja é o povo – não o lugar onde as pessoas se encontram.
Mas Deus não me chamou para lutar contra a o programa de construção de templos. Eu penso que me preocupa mais do que o desperdício, é que estes esforços representam uma preocupação mundana.. Por que não podemos decidir gastar uma simples décima parte do que nós usamos para nós mesmos, na causa do evangelismo mundial? Se unicamente as Igrejas nos Estados Unidos tivessem feito esse compromisso em 1986, teria disponibilizado $ 4.8 bilhões para o Evangelizar o mundo.
E há mais, se nós tivéssemos usado estes fundos para apoiar missões nativas, poderíamos ter colocado em campo um exército de evangelistas maior do que uma grande cidade.





Capítulo 5

Uma Nação Dormita na Escravidão







Religião, eu descobri, é um negócio multibilionário nos Estados Unidos. Conhecendo as Igrejas, eu fiquei atônito com os pisos de carpete, mobiliário, sistemas de ar-condicionado e ornamentação. Muitas Igrejas têm ginásios de esportes e departamentos que cuidam de uma intensa programação tendo muito pouco ou nada a ver com Cristo. As orquestras, corais, “cantatas” - e as vezes, mesmo a própria pregação - me parecem mais entretenimento do que adoração.
Muitos Cristãos Norte-Americanos vivem isolados da realidade – não somente das necessidades dos povos além dos mares, mas mesmo dos pobres em suas próprias cidades. No meio de toda abundância vivem milhões em terrível pobreza, pessoas deixadas para trás, quando os Crentes se mudaram para os subúrbios. Eu entendi que os crentes estão prontos a se envolverem em quase todas as atividades que pareçam espirituais, mas que os permita fugir às suas responsabilidades para com o Evangelho.
Uma manhã, por exemplo, eu folheava uma revista Cristã contendo muitos artigos interessantes, histórias e reportagens de todo o mundo – a maioria escrita por líderes Cristãos famosos no Ocidente. Eu observei que esta revista oferecia admissão para 21 faculdades Cristãs, seminários e cursos por correspondência; cinco diferentes traduções da Bíblia em inglês; sete conferências e retiros; cinco novos filmes Cristãos; 19 comentários e livros para leitura devocional; sete programas de saúde ou de dieta Cristãos; e cinco serviços para levantar fundos de campanha.

Mas não era tudo. Havia anúncios para todo o tipo de produtos e serviços: aconselhamento, serviços de capelania, cursos escritos, campanários para templos, robes para coral, cruzes para ornamentação de paredes, batistérios e aquecedores de água, camisetas, discos, fitas, agências de adoção, folhetos, poemas, presentes, clubes de livros e porta-canetas. Era tudo muito impressionante. Provavelmente nada disso estava errado em si mesmo, mas incomodou-me que uma nação pudesse dispor de tal luxúria espiritual enquanto 40.000 pessoas estavam morrendo por dia em minha pátria sem ouvir o Evangelho pelo menos uma única vez.

Se a riqueza da América me impressionou, a riqueza dos Crentes impressionou-me muito mais. Os Estados Unidos da América têm cerca de 5000 livrarias Cristãs, oferecendo uma variedade de produtos além da minha imaginação – e muitas livrarias seculares também oferecem literatura religiosa. Tudo isto enquanto mais de 4000 das quase 6500 línguas do mundo ainda estão sem uma simples porção da Bíblia, publicada em sua própria linguagem! Em seu livro My Billion Bible Dream, ( Meu Sonho de Um Bilhão de Bíblias ), Rochunga Pudaite diz, “ Oitenta e cinco por cento de todas as Bíblias impressas hoje são em Inglês, para nove por cento do mundo que lêem em Inglês. Oitenta por cento das pessoas do mundo nunca possuíram uma Bíblia, enquanto Americanos têm em média quatro em cada residência.
Ao lado dos livros, muito mais de mil revistas e jornais Cristãos florescem. Mais de 1500 estações de rádio Cristãs irradiam o Evangelho vinte e quatro horas por dia, enquanto na maioria dos países, não têm nem mesmo a sua primeira estação de rádio Cristã. Próximo de 2000 programas de rádio e TV são produzidos para Crentes nos Estados Unidos, mas menos de 400 são produzidos para serem utilizados além dos oceanos.

A mais triste observação que fiz a respeito das atividades de comunicação religiosa no Ocidente é esta: Pouco se existe, é planejado para alcançar os não-crentes. Quase tudo é feito para entretenimento dos Cristãos.
Os Estados Unidos com suas 400.000 a 450.000 congregações ou grupos, é abençoado com mais de um milhão de evangelistas de tempo integral, ou um líder religioso de tempo integral para cada 230 pessoas da nação. Quanta diferença do resto do mundo, onde perto de três bilhões de pessoas ainda não estão alcançadas com Evangelho. Os povos não alcançados, ou povos desconhecidos, têm somente um missionário trabalhando para cada 500.000 pessoas, e há ainda 1.750 grupos culturais distintos no mundo sem uma única Igreja entre eles para pregar o Evangelho. Estas são as multidões pelas quais Cristo derramou suas lágrimas, sofreu e morreu.
Uma das mais impressionantes bênçãos na América é a liberdade religiosa. Não somente os Cristãos têm acesso à rádio e televisão, desconhecidos em muitas nações da Ásia, como também têm liberdade para encontros, evangelismo e imprimir literatura. Quão diferente de muitos países da Ásia onde a perseguição de Cristãos pelo governo é comum e freqüentemente legalizada.

Tal era o caso no Nepal, onde até recentemente era ilegal mudar de religião, ou influenciar outros a fazê-lo. Os Crentes freqüentemente eram aprisionados pela sua fé.
Um missionário nativo passou por 14 diferentes prisões entre 1960 e 1975. Ele gastou dez daqueles quinze anos sofrendo tortura e sendo ridicularizado por pregar o Evangelho para seu povo.
Sua provação começou quando ele batizava nove novos convertidos e foi preso por isso. Os novos convertidos, cinco homens e quatro mulheres, também foram presos, e cada um foi sentenciado a um ano de prisão. Ele foi condenado a cumprir seis anos por influenciá-los.
As prisões Nepalêsas são típicas da Ásia – literalmente masmorras da morte. Cerca de 25 ou 30 pessoas são enjauladas dentro de um pequeno quarto sem ventilação ou condições sanitárias. O cheiro é tão ruim que os novatos quase sempre desmaiam em menos de meia hora.

O lugar para onde o Irmão P. e seus companheiros crentes foram enviados esta repleto de piolho e baratas. Os prisioneiros dormiam sobre o chão sujo. Ratos roíam seus dedos e pés durante a noite. No inverno não há aquecimento; no verão não ventila. Por comida, aos prisioneiros era fornecida uma xícara de arroz a cada dia, mas eles tinham que acender um fogo no chão para cozinhar. A cela estava constantemente cheia de fumaça já que não havia chaminé. Com tal dieta muitos ficavam seriamente doentes, e o mau cheiro de vômito se juntava aos outros odores de podridão. Miraculosamente, nem um dos Crentes ficou doentes, nem mesmo um único dia durante todo o ano.
Depois de cumprir um ano da sentença, os nove Crentes foram colocados em liberdade. Então as autoridades resolveram quebrar com o Irmão P. Eles tiraram sua Bíblia, acorrentaram-no pelas mãos e pelos pés, e forçaram-no através de uma pequena porta, para dentro de um minúsculo cubículo, previamente usado para guardar os corpos de prisioneiros mortos até que suas famílias viessem buscá-los. Na escuridão úmida e abafada, o carcereiro previu que ele perderia a sanidade em poucos dias. A nova cela era tão pequena que o Irmão P. não podia ficar em pé, ou mesmo se esticar no piso. Ele não podia fazer fogo para cozinhar, então outros prisioneiros deslizavam comida sob a porta para mantê-lo vivo.

Piolhos comeram sua roupa de baixo, mas ele não podia se coçar por causa das correntes, que rapidamente feriram seus pulsos e tornozelos até o osso. Era inverno, e ele congelou quase até a morte várias vezes. Na escuridão ele não sabia quando era dia ou noite, mas quando ele fechava os olhos, Deus o levava a ver as páginas do Novo Testamento. Mesmo que a sua Bíblia lhe tivesse sido tirada, ele era capaz de lê-la em total escuridão. Isto o sustentou enquanto durava a terrível tortura. Por três meses não lhe foi permitido falar a nenhum outro ser humano.
O Irmão P. foi transferido para muitas outras prisões. Em cada uma, ele continuamente ele compartilhava sua fé com os guardas e outros prisioneiros.
Apesar de entrar e sair de prisões, ele se recusava a formar Igrejas secretas. “ Como pode um Cristão manter-se em silêncio?” Ele perguntava. “ Como pode uma Igreja esconder-se ? Jesus morreu publicamente por nós. Ele não tentou esconder-se no caminho para a cruz. Nós devemos proclamar Jesus corajosamente não importam as conseqüências”.
Vindo da Índia, onde eu fui espancado e apedrejado por causa da minha fé, eu sei o que é ser uma minoria perseguida em meu próprio país.

Quando pisei o solo do Ocidente, eu pude sentir um espírito de liberdade religiosa. Os Norte-Americanos não sabem o que é o medo de perseguição. Nada parece ser impossível para eles.
Da Índia, eu sempre tinha visto a América do Norte como uma fortaleza da Cristandade. Com a abundância de ambos espiritual e coisas materiais, uma riqueza que ultrapassa a de qualquer outra nação na terra, e uma Igreja totalmente desembaraçada, eu esperei ver uma testemunha intrépida, ousada. A Graça de Deus obviamente tem sido derramado sobre esta nação, e sobre esta Igreja de uma maneira jamais experimentada por qualquer outro povo.
Ao invés disso eu encontrei uma Igreja em declínio espiritual. Os Crentes Americanos ainda estavam liderando as ofertas para missões, mas isto se parecia mais com um acidente histórico do que das profundas convicções que eu esperava encontrar. Assim preguei em Igrejas, e encontrei Cristãos medianos, eu descobri que eles tinham terríveis preconceitos acerca do mandado missionário para a Igreja. Em encontros, quando eu ouvi o questionamento de meus anfitriões, e ouvi seus comentários a respeito doTerceiro Mundo, meu coração quase arrebentava de dor. Estas pessoas, eu sabia, eram capazes de fazer muito mais. Elas estavam morrendo espiritualmente, mas eu sabia que Deus queria lhes dar vida novamente. Ele queria recuperar o mandato moral, e o sentido de missão para Sua Igreja.

Eu ainda não sabia como. Eu não sabia quando. Mas eu sabia uma coisa: Deus não faria chover tão grandes bênçãos sobre esta nação para os Cristãos viverem em tamanha extravagância, no comodismo, e em vazio espiritual.
Pela fé, eu podia ver um reavivamento surgindo – o corpo de Cristo redescobrindo o poder do Evangelho e suas obrigações para com ele. Mas enquanto o tempo passava, tudo, o que eu fazia era sentir o quão errada era aquela situação – e orar. Deus não me deu palavras para descrever o que eu estava vendo – ou uma plataforma para falar. Ao invés disso Ele ainda tinha importantes lições para me ensinar, e eu estava para aprendê-las nesta terra estranha tão distante da minha amada Índia.







Capítulo 6

O Que Você Está Fazendo Aqui?





A Bíblia diz que “alguns plantam” e “outros regam”. O Deus Vivo tomou-me e levou-me em torno do planeta para ensinar-me a respeito de irrigação. Antes de me confiar novamente o plantio, eu tinha que aprender a lição a qual tinha evitado na Índia – a importância da igreja local no Plano Maior de Deus para o evangelismo mundial.
E começou através de estranhas coincidências – uma ordenação divina que somente um Deus Soberano poderia criar. Mas agora eu era um ocupado estudante de divindade em Dallas no Criswell Bible Institute, avidamente sorvendo cada uma das minhas aulas. Agradeço ao ambiente acadêmico que Deus tinha tão miraculosamente provido, que me fez capaz de garimpar a Palavra de Deus como nunca antes. Pela primeira vez estava fazendo um estudo regular e profundo, e a Bíblia estava revelando muitos dos seus segredos para mim.

Após meu primeiro semestre, Gisela e eu nos casamos, e ela juntou-se a mim em Dallas no começo do semestre seguinte, outubro de 1974. Com exceção de pregar em noivados e outras oportunidades de compartilhar a respeitos da Ásia em finais de semana, estava totalmente absorvido em meus estudos e em estabelecer nosso novo lar.
Num dos finais de semana, um colega convidou-me para pregar numa pequena igreja que ele estava pastoreando em Dallas. Apesar de ser uma congregação típica americana, havia muitos irmãos Índios Nativos Americanos.
Gisela estava especialmente emocionada porque na sua infância ela tinha orado para ser missionária entre os “Peles-Vermelha das grandes Planícies da América.” Enquanto suas colegas sonhavam com um casamento ou com o Príncipe Encantado, ela estava orando por um ministério entre os nativos americanos. E para minha surpresa, ela tinha colecionado e lido mais de cem livros a respeito da história e vida tribal dos Índios Americanos.

Estranhamente desafiado e atraído por esta pequena congregação, derramei meu coração na pregação. Nunca antes fizera menção da minha visão e chamado para a Ásia. Ao invés eu expus as Escrituras verso por verso. Um grande amor nasceu em mim por aquelas pessoas.
Contudo, sem que eu soubesse, meu amigo pastor pediu sua exoneração no mesmo dia. Os diáconos convidaram-me para retornar na próxima semana e na seguinte também. Deus deu-nos um amor sobrenatural por aquelas pessoas, e eles nos amaram também. No final daquele mês o conselho da igreja convidou-me a tornar-me pastor, eu tinha 23 anos de idade. Gisela e eu aceitamos a chamada, e instantaneamente me vi cuidando daquelas pessoas 24 horas por dia.
Mais de uma vez com as faces coradas de vergonha lembrava agora, como tinha menosprezado pastores e seus problemas na Índia. Agora que eu estava restabelecendo relacionamentos, curando os feridos de espírito e mantendo a comunhão do grupo, comecei a ver as coisas por um ângulo muito diferente. Alguns dos problemas do povo de Deus são os mesmos em todo o mundo, então eu preguei contra o pecado e por uma viver santificado. Outros problemas (tais como divórcio, uma epidemia no Ocidente, mas raro na Índia), eu estava totalmente despreparado para lidar.

Apesar de meu peso ter aumentado para 48 quilos, eu quase tive um colapso quando tentei levar um novo convertido com 113 quilos às águas batismais. Pessoas vinham a Cristo continuamente, fazendo nos crescer, a igreja ganhava almas, com uma excitante série de cultos de seis noites por semana.
Os dias se tornaram em meses. Quando eu não estava em aula, estava doando-me para eles com o mesmo abandono que caracterizava minha pregação nas vilas do norte da Índia. Aprendemos a visitação aos lares, visitação aos doentes nos hospitais, casamentos e funerais. Gisela e eu estávamos envolvidos na vida de nosso povo dia e noite. Desde que tínhamos vários grupos tribais indígenas representados na congregação, assim como “brancos”, de fato estávamos ministrando a várias e diferentes culturas simultaneamente.

A permanência no poder do Espírito e dicipulado, eram o que faltaram ao meu ministério no Norte da Índia tinha falhado. Eu via porque tinha falhado no Punjab. Manter as cruzadas evangelisticas e trazer as pessoas a Cristo não é o bastante: Alguém tem de estar atrás, nutrir e levar os novos crentes à maturidade.
Pela primeira vez eu comecei a entender o objetivo de todo trabalho missionário: o “aperfeiçoamento” dos santos em santificação, discípulos leais de Cristo. Jesus ordenou-nos a ir a todas as nações, batizando-os e ensinando-os a obedecer em todas as coisas, que Ele tinha revelado. Os ministros da equipe de evangelismo que eu tinha liderado na Índia tinha ido, mas nós não paramos para ensinar.
A Igreja – um grupo de crentes – é o local ordenado por Deus onde o processo de discipulado deve acontecer. O plano A de Deus para redenção do mundo é a Igreja, e Ele não tem plano B.

Enquanto pastoreava uma congregação local, o Senhor revelou-me, que as mesmas qualidades são necessárias aos evangelistas missionários nativos, os homens e mulheres que podem atingir os não alcançadas da Ásia. Em minha imaginação, eu via os mesmos conceitos de discipulado sendo implantados na Índia e através da Ásia. Assim como os missionários pioneiros que plantaram igrejas nas fronteiras americanas, eu podia ver nossos evangelistas adicionando a implantação de igrejas aos seus esforços de evangelismo.
Mas mesmo quando o conceito me capturou, imaginei que isto tomaria um imenso exército – um exército do Senhor – para completar a tarefa. Somente na Índia, 500.000 vilas estão sem uma testemunha do evangelho. E ainda temos a China, Sudeste da Ásia, e as ilhas. Nós precisaríamos de um milhão de missionários para terminar a missão.

Esta idéia era por demais grandiosa para eu aceitar, então eu a tirei da minha mente. Afinal, raciocinei, Deus tinha me chamado para esta pequena igreja aqui em Dallas, e Ele estava abençoando meu ministério. Estava me sentindo muito confortável. A igreja nos apoiava tão bem; e com o nosso primeiro bebê a caminho, eu tinha começado a adotar como meu, o modo de vida do Ocidente, completo com uma casa, automóvel, cartão de crédito, apólices de seguros, e contas bancárias.
Minha formação escolar continuava, enquanto eu me preparava para edificação da igreja. Mas minha paz sobre permanecer em Dallas estava diminuindo. No fim de 1976, e início de 1977, eu ouvia uma voz acusando-me cada vez que subia ao púlpito: “ O que você está fazendo aqui? Enquanto você prega para uma rica congregação Americana, milhões estão indo para o inferno na Ásia. Você esqueceu-se de seu povo?”
Um terrível conflito interior se desenvolveu. Eu era incapaz de reconhecer aquela voz. Seria a voz de Deus? Seria a minha consciência? Seria um demônio? Em desespero, decidi esperar pelo Senhor Deus, pelo seu plano. Eu afirmara que iria a qualquer lugar, faria qualquer coisa. Mas tínhamos de ouvir diretamente do Senhor. Eu não podia continuar a trabalhar com aquela voz me atormentando. Anunciei à igreja que eu estava orando, e a pedi para junto comigo, buscasse a vontade de Deus pelo futuro do nosso ministério.
“Pareço não ter paz,” admiti para eles, ä respeito de permanecer nos Estados Unidos ou retornar para a Índia. O que Deus está tentando dizer para mim?

Enquanto orava e jejuava, Deus revelou-se para mim numa visão. Isto vinha e voltava várias vezes antes de eu entender a revelação. Muitas faces, apareciam diante de mim – rostos de homens e suas famílias de muitos países da Ásia. Eles eram santos, homens e mulheres, com aparência de consagração em suas faces. Pouco a pouco, eu entendi que estas pessoas eram a imagem do exército de Deus que estava sendo convocado, chamado para levar o Evangelho de Jesus, a todas as partes da Ásia.
Então o Senhor falou para mim – “Eles não podem falar o que você vai falar. Você irá onde eles não podem ir. Você está sendo convocado para ser servo deles. Você deve ir onde eu o enviar em favor deles. Você é chamado para ser servo deles.”

Como um relâmpago iluminando o céu numa tempestade, toda a minha vida passou diante de mim num único instante. Eu nunca tinha falado inglês até os dezesseis anos de idade, e agora ministrava nesta estranha língua. Não usara sapatos até os 17 anos. Eu nasci e cresci numa aldeia na selva. Rapidamente percebí que não tinha nada do que me orgulhar, meus talentos e habilidades não me trouxeram para a América. Minha vinda para cá, foi o ato da vontade Soberana de Deus. Ele queria que convivesse com culturas diferentes, casar-me com uma esposa Alemã, e vivesse numa terra estranha para dar-me as experiência que eu precisava para servir num novo movimento missionário.
“Eu o trouxe a esse ponto, disse Deus. “ A vocação da sua vida é ser servo de irmãos desconhecidos - homens a quem eu tenho chamado e separado entre as aldeias da Ásia. Sabendo que tinha descoberto o propósito de Deus para minha vida, eu, ansiosa e impulsivamente compartilhei minha nova visão com os líderes da minha igreja e executivos de sociedades missionárias. Para meu completo espanto Deus parecia ter-se esquecido de contar para todo mundo exceto para mim.

Meus amigos acharam que eu estava louco. Líderes de Missões questionaram minha integridade e qualificações – e algumas vezes a ambas. Líderes de igrejas em quem confiava e respeitava abraçavam me paternalmente pelos ombros e aconselhavam-me a respeito dos perigos do excesso de emoção. Subitamente, após um simples anúncio, eu me via sozinho, sob ataque e obrigado a me defender. Eu sabia que se não tivera uma chamada tão clara, cristalina, eu teria sucumbido diante dos primeiros ataques de dúvida e descrença. Mas permaneci convicto do meu chamado – certo de que Deus estava iniciando um novo dia em missões mundiais. Ainda, ninguém conseguir conter meu entusiasmo.
Secretamente eu me orgulhava de ser um bom orador, e um bom vendedor, mas nada do que pudesse fazer, ou dizer parecia mudar a tendência da opinião pública. Enquanto estava argumentando o vinho novo precisa de odres novos, ” outros podiam somente perguntar, “Onde está o vinho novo?”

Meu único consolo era Gisela, que tinha estado na Índia, e aceitado a visão sem questionamentos. Em momentos de desencorajamento, quando minha fé vacilava, ela recusava-se a permitir-nos abandonar a visão. Rejeitados, mas certos que tínhamos ouvido ao Senhor corretamente, nós mesmo, plantamos as primeiras sementes.
Escrevi a um velho amigo na Índia a quem conhecia e confiava a muitos anos, pedindo a ele para ajudar-me a selecionar algum missionário nativo necessitado, que já estivesse fazendo um trabalho especial diferenciado. Prometi encontrá-los mais tarde, e começamos a planejar uma viagem de pesquisa, em busca de obreiros bem qualificados.
Lentamente, a partir do meu salário de pastor, e do pagamento de enfermeira de Gisela, enviamos os primeiros poucos dólares para a Índia. Tornei-me compulsivo. Imediatamente eu não podia comer um hamburguer ou beber um refrigerante sem um sentimento de culpa. Assumimos que caíramos nas armadilhas do materialismo, e silenciosamente vendemos tudo o que podíamos, sacamos nosso saldo bancário e minha previdência privada. Lembro-me como um professor do seminário solenemente advertia sua classe de “jovens pregadores”, para poupar algum dinheiro a cada mês para possíveis emergências, adquirir um seguro de vida, ou previdência acima da hipoteca da casa.

Mas não encontrei nenhum destes nas ordenanças de Jesus no Novo Testamento. Por quê é necessário poupar dinheiro em bancos quando Jesus ordenou-nos a não guardar tesouros na terra? Não os mandei viver pela fé?” perguntou o Espírito Santo.
Então Gisela e eu nos conformamos em viver segundo os mandamentos de Jesus no Novo testamento, desprezando dinheiro e possessões materiais. Cheguei mesmo a trocar meu carro último modelo por um usado mais barato. A diferença foi direto para a Índia. Foi um regozijo fazer estes pequenos sacrifícios pelos irmãos nativos. Além disso, sabia que era a única maneira de começar a missão.
Naqueles primeiros dias, o que nos manteve trabalhando foi a certeza de que não havia outro jeito. Mesmo que as pessoas não entendessem que tínhamos que começar um movimento nativo missionário, eu sentia que era essa a nossa obrigação por conhecer o chamado de Deus. Eu sabia que as missões ocidentais jamais conseguiriam fazer o serviço.

A mãe de K.P., orava confiantemente e jejuava cada sexta-feira
por três anos e meio, pedindo a Deus para chamar um dos seus
filhos para ser um missionário. Sua oração foi atendida quando
K.P. começou a servir ao Senhor com a idade de 16 anos.


K.P. Yohannan (quinto a partir da esquerda) com uma equipe de
Evangelismo na Operação Mobilização em 1971. Próximo a ele
Está Greg Livingston, diretor internacional de Fronteiras.





Milhões de almas em muitas nações Asiáticas adoram incon
táveis deuses como este. Profundamente religiosos e
sinceros, eles oferecem tudo o que possuem a estas deidades,
esperando obter o perdão de pecados.




Equipe dos Estados Unidos de Gospel for Asia – 2003. Estes
dedicados irmãos e irmãs servem como uma ligação vital
entre milhares de Cristãos aqui no Ocidente e um exército de
missionários Asiáticos na linha de frente . Equipes similares
servem com o GFA no Canadá, Alemanha e Reino Unido.









Esta mulher representa muitos dos não alcançados grupos de
pessoas que nunca ouviram o Nome de Jesus. Localizada no
coração da Janela 10/40, a Índia tem o maior número de
comunidades não alcançadas no mundo hoje.




K.P. e sua esposa, Gisela, ambos tinham 23 anos quando Deus
os uniu para servi-lo com um propósito e um objetivo – viver
para Ele e dar tudo o que tinham para atingir os perdidos. Isto
foi em 1974. Hoje eles jubilosamente continuam – para que esta
geração possa vir a conhecer o Senhor Jesus Cristo. O Senhor
os abençoou com dois filhos, Daniel e Sarah, que desde a mais
tenra idade oram para o Senhor Jesus chamá-los para serem
missionários. Depois de concluírem a faculdade, ambos irão
estudar na Escola Bíblica Gospel for Ásia e servir ao Senhor no
campo missionário.



Desde quando minha própria nação e muitas outras estavam fechadas para estrangeiros, nós tínhamos que nos voltar para os crentes nativos. Mesmo se aos missionários ocidentais de alguma forma fosse permitido retornar, o custo para enviá-los alcançaria bilhões a cada ano. Evangelistas nativos poderiam fazer o mesmo por apenas uma fração do custo.

Nunca contei a ninguém que eventualmente seria necessárias tão grandes somas de dinheiro. Eles já achavam que estava louco ao tentar sustentar de oito a dez missionários ao mês com o meu próprio salário. Imaginem o que pensariam se eu lhes contasse que necessitava de milhões de dólares ao ano para sustentar o exército do Senhor no campo missionário? Mas eu sabia que era possível. Várias sociedades missionárias ocidentais e de assistência social já estavam lidando com tais somas. Não via razão pela qual não pudéssemos fazer o mesmo.

Mas tão óbvio como estava em minha mente, eu ainda tinha algumas pequenas lições a aprender. Dar vida a uma nova sociedade missionária iria tomais mais energia e capital inicial do que eu poderia imaginar. Tinha muito para aprender sobre a América e como as coisas são feitas aqui. Não sabia nada a respeito. Só sabia que tinha de ser feito.
Com prazer juvenil, Gisela e eu fomos para a Índia para nossa primeira pesquisa de campo. Retornamos um mês depois, sem um centavo, mas comprometidos a organizar aquilo que mais tarde se tornaria Gospel for Ásia – O Evangelho para a Ásia.
Imediatamente após nosso retorno, revelei minha decisão para a congregação. Relutantemente, cortamos os laços que nos ligava àquele ministério, e fizemos planos de nos mudarmos para Eufaula, Oklahoma, onde outro amigo pastor tinha me oferecido um espaço para abrirmos o escritório da missão.

No último dia na igreja, preguei em lágrimas meu último sermão. Quando o último adeus foi dito, e o último aperto de mãos, eu tranquei a porta e parei nos degraus. Eu senti a mão de Deus levantando o paletó dos meus ombros. Deus estava liberando-me das obrigações para com aquela igreja, e para com as pessoas daquele lugar. Enquanto andava através do canteiro de cascalho do estacionamento, o mistério final do serviço Cristão tornou-se real para mim.
Pastores – como os missionários evangelistas – são colocados nos campos de colheita deste mundo por Deus. Nenhuma sociedade missionária, denominação, bispo, papa ou superintendente chama uma pessoa para tal serviço. Em Gospel for Asia, eu não teria a pretensão de ordenar e chamar os irmãos nativos, mas simplesmente ser um servo para aqueles a quem Deus já tinha escolhido e chamado para o Seu serviço.

Uma vez instalado em Oklahoma, procurei por aconselhamento dos líderes cristãos mais velhos, ouvindo ansiosamente qualquer um que pudesse nos dar um conselho. Fui a todo lugar, fiz questionamentos. Sabia que Deus tinha me chamado, e muitos dos conselhos que consegui era suicida e destrutivo. Descobri que tínhamos aprendido a maioria de nossas lições pela dolorosa tentativa e erro. A única maneira que nos levou a escapar de várias decisões desastrosas foi a minha teimosia e recusa em comprometer a visão que Deus nos tinha dado. Se alguma coisa se encaixava naquilo que Deus tinha me dito, então eu a considerava. Se não – não importa o quanto atrativa fosse – eu rejeitava. O segredo de seguir a vontade de Deus, eu descobri, é empacotar e rejeitar o bom pelo melhor de Deus.
Um pouco de sabedoria faz sentido, contudo. Cada líder Cristão deverá ter isso encravado em seu subconsciente – Não importa o que você faz, nunca se leve por demais a sério. Paul Smith, fundador da Bible Translations on Tape –Tradução da Bible em Tape- foi o primeiro executivo a dizer isto para mim, e acho que é um dos melhores fragmentos de sabedoria que recebi.
Deus sempre escolhe as coisas tolas deste mundo para confundir os sábios. Ele mostra seu poder somente em favor daquele que Nele confia. Humildade é o lugar onde começa todo o serviço Cristão.




Capítulo 7

Começando a Me Sentir Como Um Pedinte





Começamos Gospel for Ásia sem qualquer tipo de plano para engajamento regular, mas Deus rapidamente deu-nos um. Em uma das minhas primeiras viagens, fui a Wheaton, Illinois, onde recorri a quase todos os líderes de missões evangélicas. Uns poucos me encorajaram – mas nenhum ofereceu-nos a ajuda financeira que precisávamos desesperadamente para mais um dia. O amigo que me hospedou, contudo, sugeriu que começássemos um plano de patrocinadores através do qual famílias da América do Norte e indivíduos poderiam manter um missionário nativo regularmente. Isto mostrou ser exatamente o que nós precisávamos.

A idéia – separar um dólar por dia para um evangelista nativo – deu-os a ferramenta imediata para um programa que qualquer um poderia entender. Perguntei a algumas pessoas se poderia ajudar a manter um missionário nativo por um dólar ao dia. Alguns disseram que sim, e assim, foi como a missão começou a receber doações regulares.
Hoje, o Plano de Compromisso ( Compromisso de fé? ) “Um dólar por dia”, ainda é o coração dos nossos esforços em levantamento de fundos. Nós enviamos o dinheiro - 100% dele – para o campo missionário, sustentando milhares de missionários a cada mês desta maneira.
Desde quando estava enviando o dinheiro para o exterior, nós ainda tínhamos que enfrentar a necessidade de custear nossas próprias despesas pessoais e custos aqui nos Estados Unidos. De tempos em tempos, novamente quando estávamos numa situação financeira crítica - Deus miraculosamente intervinha para manter-nos e ao ministério funcionando.

Num domingo, quando nos restava apenas um único dólar, eu dirigi nosso velho Nova de $ 125 dólares, para uma igreja próxima para adorarmos. Não conhecia ninguém, e sentei-me na última fileira. Quando chegou o momento das ofertas, eu rapidamente me desculpei diante de Deus por não ofertar o meu último dólar.
“Este é meu último dólar”, orei desesperadamente, “e preciso abastecer o carro para voltar para casa”.Mas sabendo que o Senhor ama ao que dá com alegria, parei de lutar e entreguei aquele último dólar ao Senhor.
Quando deixei a igreja, um homem idoso veio até mim. Eu nunca o vira antes e nunca mais o vi. Ele apertou minha mão silenciosamente, e senti um pedaço de papel dobrado na palma de sua mão. Instintivamente sabia que era dinheiro. No carro, abri minha mão para encontrar uma cédula de $ 10 dólares, esmeradamente dobrada.
Noutra tarde, em Eufaula, sentei-me severa e terrivelmente mal humorado em nosso sofá. Gisela estava ocupada na cozinha, evitando meu olhar. Ela não disse nada, mas, ambos sabiam que não havia comida em casa.
“Então,” disse uma insinuante voz do inimigo, “é desse jeito que você e o seu Deus sustentam a família, eh?” Até aquele momento, nunca tinha me sentido tão desamparado. Aqui estávamos nós no interior do estado de Oklahoma. E mesmo que quisesse pedir ajuda a alguém, não saberia por onde começar. A situação ficou tão ruim que comecei a procurar emprego, mas Gisela se opôs. Ela estava aterrorizada pela idéia de eu entrar para o mundo dos negócios e não ter tempo para trabalhar em favor dos irmãos nativos. Para ela não havia escolha. Era para esperar no Senhor. Ele proveria.

Enquanto a voz demoníaca continuava a escarnecer de mim, eu apenas fiquei sentado, ainda debaixo de opressão. Usei meu último pedacinho de fé, para orar, confessando e declarando minha confiança no Senhor. Então me sentei estarrecido.
Alguém bateu à porta. Gisela foi atender. Eu não queria ver ninguém. Alguém trouxe duas caixas com compras e deixou à nossa porta. Aqueles amigos não tinham como saber das nossas necessidades, mas nós sabíamos que Deus era a fonte das provisões.
Naqueles dias nossas necessidades foram supridas dia-a-dia, e nunca tive de tomar empréstimos do fundo de apoio aos missionários. Estou certo agora, que Deus sabia dos muitos julgamentos a que seríamos submetidos e queria ensinar-nos a ter fé e a confiar somente nEle – mesmo quando eu não O visse.

De alguma maneira, pela qual ainda não entendi, a prova da nossa fé produz paciência, e esperança na edificação da nossa vida cristã. Ninguém, e estou certo disto, seguirá a Jesus algum tempo sem passar por tribulações. Esta é a maneira de Ele demonstrar Sua presença. Sofrimentos e acusações – assim como perseguições – são partes normais do andar com Cristo. Devemos aprender a aceitá-los com júbilo, se crescemos através delas, e eu acredito que isto é verdade para ministros assim como para indivíduos. Gospel for Ásia, teve suas primeiras provas de fogo, e aqueles dias em Oklahoma, foram caracterizados por períodos da mais dolorosa espera que eu já enfrentara. Estávamos sozinhos numa terra estranha, totalmente comprometidos, no fim de nossas forças e desesperadamente dependentes de Deus.
Pregar em noivados eram compromissos difíceis naqueles dias, mas eles eram o único meio pelo qual podíamos crescer. Ninguém conhecia meu nome ou Gospel for Ásia. Eu ainda tinha dificuldades em explicar o propósito do nosso chamado. Eu conhecia nossa missão em meu coração, mas ainda não tinha aprendido a apresentá-la de maneira articulada àqueles que não a conheciam. E em poucos meses, eu tinha usado todos os contatos que eu tinha.

Para montar uma viagem de palestras levou semanas de espera, cartas e telefonemas. Mas no início de 1980, estava pronto para começar meu primeiro “big tour.” Comprei um tipo de passagem aérea que me permitia viajar indefinidamente por 21 dias – e não sei como programei encontros em 18 cidades. Meu itinerário me levaria pela Southwest, de Dallas a Los Angeles.
No dia de minha partida, uma terrível tempestade de inverno assolou a região. Todos os ônibus – incluindo aquele em que programava tomar de Eufaula, Oklahoma, para Dallas – foram cancelados.
Nosso velho Nova, tinha alguns problemas de motor, então um vizinho ofereceu-me uma velha caminhonete... sem aquecedor. O veículo parecia não conseguir chegar à próxima cidade, quanto mais viajar seis horas até Dallas. Mas, ou era a velha pick up ou nada. Se eu perdesse o meu vôo, a programação já apertada, estaria arruinada. Eu tinha que ir já.
Fazendo o possível para me aquecer, coloquei dois pares de meias, e o máximo de roupas. Mas, mesmo com a proteção extra, estava somente a alguns minutos na US Highway 75, quando percebi que tinha cometido um terrível engano. A neve congelante cobriu o pára-brisas em minutos. A cada milha, eu tinha que parar, sair do carro e limpar o pára-brisas novamente.

Rapidamente meus pés e luvas ficaram encharcados e congelados. Imaginei que a viagem duraria bem mais de seis horas. E pensando no pior, via manchetes nos jornais dizendo, “ Pregador congela até a morte em tempestade de inverno.” Baixei minha cabeça sobre o volante e clamei ao Senhor Deus.
“Senhor, se você quer que eu vá – se você acredita nesta missão para ajudar os evangelistas nativos – por favor, faça alguma coisa.”
Quando olhei vi um milagre no pára-brisas. O gelo estava se desfazendo diante dos meus olhos. Um calor inundou a cabine da pick up, olhei para o aquecedor mas não estava vindo de lá. Do lado de fora, a tempestade continuava com intensidade extrema. E manteve-se assim durante todo o caminho para Dallas, mas a pick up estava sempre aquecida e com o pára-brisas sempre limpo.

Este começo maravilhoso foi somente o início de uma viagem abençoada. Nos próximos 18 dias ganhei mantenedores e doadores em cada cidade. O Senhor me tornou gracioso aos olhos de todos a quem encontrei.
No último dia daquela viagem, um homem na Califórnia, veio até o Pastor e disse que o Senhor tinha falado ao seu coração para doar seu segundo carro para mim. Cancelei minhas reservas, e dirigi o novo carro por todo caminho para casa, me regozijando no carro que Deus tinha provido. Eu recebi nova inspiração, e instrução de Deus enquanto dirigia.
Segui esse padrão pelos anos seguintes, sobrevivendo de um encontro para o próximo, vivendo ao volante do carro e falando em todo o lugar onde tivesse um convite para falar. Todos os nossos novos doadores e mantenedores vieram de um a um, através de contatos pessoais. Sabia que era a maneira mais rápida e mais eficiente de conseguir novos doadores. Muitas vezes, eu analisei comunicação de massa via rádio e TV de outras missões, mas o que eles estavam fazendo requeria grandes somas de dinheiro, que eu não tinha e não sabia como obter.

Casualmente nos mudamos de volta para Dallas. Mas agora eu estava viajando continuamente pelo ministério, e isto estranhamente, estava cobrando um alto tributo sobre a minha família e de mim mesmo. Comecei a me sentir sobrecarregado e quase odiava trabalho.
Dois fatores estavam me deprimindo.
Primeiro, me sentia como um pedinte, um mendigo. Era estressante para o meu corpo estar viajando e pedindo dinheiro dia-a-dia, noite após noite. Estava se tornando uma operação de vendas para mim, e comecei a me sentir ferido em meu amor próprio.
Segundo, estava desanimado pela pobre resposta que obtinha – especialmente de igrejas e pastores. Muitas vezes parecia que a minha presença os ameaçava. Onde, eu me perguntava, estava a camaradagem fraternal de trabalharmos juntos na extensão do Reino de Deus? Muitas vezes eu falei a platéias durante horas para conseguir um ou dois novos mantenedores. Pastores e comitês de missões ouviam-me e prometiam nos procurar, e nunca mais ouvia falar deles novamente. Sempre pareciam preocupados de eu estar competindo contra o levantamento de fundos para o novo carpete da sala de confraternização, ou próximo concerto de rock Sábado à Noite com Jesus.
A despeito da solene mensagem de morte, sofrimento e carência que apresentava, as pessoas ainda saiam dos encontros com sorrisos e bisbilhotices em seus lábios. Eu estava ofendido pelo espírito de jocularidade nas igrejas: isto me feria. Muitas vezes saíamos para comer depois de eu ter compartilhado a tragédia de milhares de pessoas famintas te a morte diariamente ou de milhões sem casa vivendo nas ruas da Ásia. Por causa disso, eu estava me tornando raivoso e crítico. Enquanto me sentia desagradável, e repulsivo por dentro, a depressão se instalou.

No início de 1981 – enquanto dirigia sozinho entre conferências em um carro emprestado próximo a Greensboro, North Carolina – todos os sentimentos malignos, das trevas e de sobrecarga psicológica vieram sobre mim, e eu passei por um choque emocional sombrio, sentindo auto-complacência pela dura vida que estava levando.
Comecei a tremer com medo. Subitamente eu senti a presença de alguém. Eu percebi que o Espírito do Senhor estava falando.
“Eu não vejo problema algum,” repreendeu-me o Senhor, “em Eu precisar de alguém para pedir para Mim, ou para ajudar-Me. Eu não fiz promessa alguma que não possa cumprir. Não é a grandeza do trabalho que importa, mas fazer aquele que eu mando. Tudo que peço a você, é que você seja um servo. E para todo aquele que juntar-se a você neste trabalho, será um privilégio – um fardo leve para eles.”
As palavras ecoaram em minha mente. Esta é a obra dEle, falei para mim mesmo. Por quê eu a estou fazendo minha? O fardo é leve. Por quê o estou fazendo pesado? A obra é um privilégio excitante. Por quê estou fazendo dela uma rotina?

Instantaneamente, arrependi-me de minhas atitudes pecaminosas. Deus estava compartilhando Seu trabalho comigo, e Ele estava falando que outros poderiam juntar-se Amim. Apesar de estar trabalhando sozinho, era excitante pensar que outros estariam junto comigo, e que também eles descobririam que o fardo é leve . Daquele momento até este, eu não tenho sido sobrecarregado com a responsabilidade de liderar Gospel for Ásia, Descobri na edificação desta missão um trabalho excitante, e jubiloso. Até mesmo minha pregação mudou. Minha postura é diferente. Hoje a pressão se foi. Nunca mais me senti um pedinte perante o auditório, ou precisei fazê-lo sentir-se culpado.
Desde que a obre de Gospel for Ásia – e todo o movimento missionário nativo – é iniciado por Deus, não é necessária a preocupação e liderança de homem. Se nosso objetivo é sustentar 10.000 ou 10 milhões de missionários, s é para trabalhar em 10 países ou em cem, ou se eu devo supervisionar um grupo de 5 ou 500, pode assumir este trabalho sem stress. Porque é a obra dEle, e a nossa carga é leve, fácil.
Mas agora tínhamos alugado escritório em Dallas, e a missão estava crescendo continuamente. Senti que era o momento de um grande passo à frente, e esperei em Deus por um evento milagroso. Nós tínhamos centenas de missionários nativos esperando por apoio na metade de 1981, e percebi que poderíamos rapidamente sustentar a milhares ou mais. Eu não podia esperar para me comunicar com cada novo mantenedor. Sabia que tinha que usar mídia de comunicação de massa. Mas não sabia onde começar.

Então me encontrei com o Irmão Lester Roloff.
O Irmão Roloff agora está com o Senhor, mas durante sua vida ele foi um individualista tempestuoso que pregava à sua maneira, prestando por cinco décadas, um expressivo serviço Cristão. Próximo ao fim de sua vida, aproximei-me dele para ajudar no nosso ministério. Sua equipe pessoal, marcando a entrevista, disse que teria somente cinco minutos. Para assombro da sua equipe, ele deu-me duas horas da sua programação.
Quando eu falei ao Irmão Roloff acerca do movimento nativo missionário, ele convidou-me a ser seu convidado em “ A Família no Altar,” – seu programa diário de radiodifusão. Naquela época ajudávamos somente a 100 missionários nativos, e Irmão Roloff anunciou “ao vivo” que ele pessoalmente seria patrocinador de mais seis missionários. Ele chamou-me de “ o maior missionário que ele já tinha encontrado” e conclamou seus ouvintes a patrocinar nativos missionários também. Rapidamente nós estávamos recebendo cartas de todas as partes do país.
Enquanto lia as cartas e cartões, eu percebi quão grande os Estados Unidos e o Canadá realmente são. Irmão Roloff foi o primeiro líder Crente que eu encontrei que tinha feito tudo o que eu sabia que era necessário ser feito. Ele tinha aprendido a falar a toda a nação. Pó semanas eu orei por ele, pedindo a Deus para me mostrar como eu poderia trabalhar com ele e aprender a partir do seu exemplo.
Quando veio a resposta, era totalmente diferente de qualquer coisa que tinha esperado. O Senhor deu-me a idéia a qual eu sei agora era incomum, quase bizarra. Eu deveria pedir ao Irmão Roloff, que me emprestasse sua lista de ouvintes, e me permitisse pedir a essas pessoas que sustentassem um missionário nativo.

Tremendo, liguei para seu escritório e pedi uma nova reunião. Ele aceitou, mas ficou muito surpreso com o meu pedido, contando-me que nunca emprestara sua lista para ninguém – mesmo seus melhores amigos. Muitas agências tinham pedido par alugar sua lista, mas ele sempre tinha negado. Eu pensei que a minha causa estava perdida, mas ele disse que oraria a respeito.
No dia seguinte ele me chamou de volta, dizendo que o Senhor tinha falado para ele me dar a lista dele. Ele também se ofereceu para escrever uma carta de endosso e entrevistar-me novamente em programa de rádio ao mesmo tempo em que a carta seria enviada. Em júbilo, eu orei ao Senhor. Mas rapidamente percebi que esse era apenas o começo de um milagre.
A lista era por demais extensa, e para imprimir uma brochura, mina carta, a carta dele, e enviar pelo correio, custaria mais do que aquilo que tínhamos. Parecia haver somente um jeito de conseguí-lo. Eu teria de tomar emprestado – somente esta vez – do fundo de sustento dos missionários. Imaginei isto e calculei uma vez e novamente, e de novo. Se fizesse a coisa certa, eu teria o dinheiro para o campo missionário com apenas algumas semanas de atraso. Mas eu não tinha paz a respeito deste plano. Eu sempre tinha usado o dinheiro exatamente para o qual havia sido destinado.
Quando chegou a hora de enviar o sustento regular para o campo, eu falei ao nosso diretor financeiro para aguardar por um dia, e eu orei. Ainda não tinha paz. No dia seguinte, falei-lhe novamente para aguardar mais um dia, e voltei a orar e jejuar. Não tinha paz. Retardei ainda um terceiro dia – e Deus ainda não me liberava para usar um empréstimo do fundo de sustento dos missionários.

Eu estava miserável. Finalmente decidi que não poderia quebrar a confiança dos nossos doadores – mesmo para o trabalho do Senhor. Falei ao meu secretário para enviar o dinheiro para os missionários.
Agora sei que tinha passado através de um dos maiores testes do ministério. Esta era, a minha chance de conseguir um aumento de doadores e doações – mas isto teria de ser feito com integridade, ou nada.
Meia hora depois do dinheiro ter sido enviado para o campo, o telefone tocou. Era um casal que eu tinha encontrado somente uma vez no nosso banquete anual em Dallas. Eles estavam orando a respeito de ajudar-nos, e Deus tinha me colocado em seus corações. Eles perguntaram se poderiam vir e falar comigo, e queriam saber do que eu precisava.
Depois que expliquei o custo envolvendo a impressão e envio pelos correios, eles concordaram e, em pagar o total da quantia – próximo de $ 20.000 dólares. Então o impressor tornou-se tão movido pelo projeto que o fez inteiramente de graça. O Deus (Plainly) tinha me testado, e Ele miraculosamente mostrou-me que se formos obedientes, Ele certamente proverá.

O modelo foi para as impressoras e rapidamente as cartas estava saindo das pranchetas, prontas para o correio. Eu tinha preparado uma programação especial de rádio para coincidir com a chegada das cartas – e os tapes com a mensagem já pronta tinha sido despachadas para estações de rádio em várias partes da nação.
O “timing” era tudo. As cartas tinham que ser enviadas na segunda-feira. Era sexta-feira, e eu não tinha o dinheiro em caixa para a postagem. Nesta hora a questão não era a de utilizar o dinheiro dos missionários não. Não havia dúvidas a respeito.
Eu pedi um culto especial de oração, e nos encontramos naquela noite na sala de nossa casa. Finalmente o Senhor deu-me paz. Nossas orações de fé seriam respondidas, eu anunciei. Depois de cada um ter ido para casa, o telefone tocou. Era um dos nossos mantenedores em Chicago. Deus tinha falado para ela o dia inteiro para ela doar um presente de $ 5000.
“ Deus Bendito, “ eu disse.
O incidente dos correios provou ser outro ponto de virada na história de Gospel for Ásia. Nós recebemos muitos novos mantenedores – nós estávamos capacitados a sustentar o dobro do número de evangelistas.
Nos últimos anos, outros líderes /cristãos, como Bob Walker da Christian Life Missions e David Mains da Chapel of the Air, ajudaram-nos de maneira similar. Muitas das pessoas que juntaram-se ao nosso ministério através daqueles primeiros contatos via correio, têm desde então nos ajudado na expansão do ministério até mesmo, dando nos uma base de contato em cada estado do país.
Deus tem nos dado uma mensagem clara para o corpo de Cristo – uma chamada para recuperar o mandato missionário da igreja. Em cada lugar, eu prego essa mesma mensagem – um clamor profético para meus irmãos e irmãs em Cristo, em favor dos milhões perdidos, no Terceiro Mundo. Através dela, milhares de crentes começaram uma mudança no seu estilo de vida, para um viver conforme as demandas do Evangelho.







Capítulo 8

Missões Não Estão Mortas:
A Liderança Está Mudando de Mãos






Algumas centenas de crentes dedicados estão agora sustentando missionários nativos. Mas a despeito desta áurea de sucesso, muitas coisas quebrantam meu coração, especialmente a condição dos Crentes Americanos. O que aconteceu com o zelo especial por missões mundiais que fizeram esta nação tão grandiosa? Noite após noite eu me apresento diante de auditórios, tentando fazer o melhor para fazê-los entender as realidades globais de nosso planeta. Mas de alguma forma não conseguia mostrá-las. Eu podia ver claramente, que eles tinham tomado uma direção errada. Por quê eles não enxergavam?



Aqui estavam pessoas de grande privilégios – a nação mais capaz, mais rica e mais livre para envolver-se na Grande Comissão, mais do que qualquer outra em toda a história. Meus ouvintes pareciam até mesmo não entender esta verdade. Contudo mais confuso para mim era o fato de que nas relações pessoais eu descobri que meus anfitriões eram agradáveis, freqüentemente generosos e espiritualmente abençoados. Como a igreja do primeiro século em Corinto, parecia agraciada com todas os dons espirituais.
Por quê então estava falhando em comunicar esta mensagem? Se o movimento nativo missionário era realmente a vontade de Deus – e eu sabia que era – então porquê as pessoas eram tão lentas em participar?
Alguma coisa obviamente estava errada. Satanás tinha colocado uma venda, ou talvez muitas vendas, nas mentes dos Crentes do Ocidente. Eles claramente tinham perdido o mandato do Evangelho, abdicando da herança de missões mundiais, o chamado de Deus que ainda repousa sobre esta nação.



Em minhas orações eu comecei a buscar uma mensagem de Deus que traria uma mudança no estilo de vida para a Igreja. E veio após algumas semanas. E a mensagem veio alta e clara: A menos que haja arrependimento entre os Cristãos – individualmente e em conjunto com a comunidade de crentes – um terrível julgamento cairá sobre a América.
Eu estava certo então, e ainda hoje, que as mãos de graça e perdão de Deus permanecem estendidas para o Seu povo. Duas razões, pareceram para mim, serem as causas da atual apatia que tem avançado como um câncer sobre os Crentes Americanos. A primeira é histórica. A segunda é, pecados inconfessáveis relacionados a três iniqüidades básicas: orgulho, incredulidade e mundanismo.
Historicamente, a Igreja do Ocidente perdeu seu interesse em aceitar o desafio para missões mundiais ao fim da Segunda Grande Guerra. Desde essa época, que o seu mandato moral e visão para missões de alcance global tem diminuído continuamente. Hoje a média do crente Norte Americano pode dificilmente pronunciar a palavra “missionário” sem ter na sua mente, as caricaturas de desenho animado, de ridículos homenzinhos com ossos na cabeça – imagens de canibais com lanças e negros potes de água fervente.



A despeito de uma valente ação na retaguarda de muitos líderes evangélicos e missões proeminentes, tem sido impossível para os missionários ocidentais lidar com o crescimento populacional explosivo, e as novas realidades políticas de nacionalismo no Terceiro Mundo. A maioria dos Cristãos Norte Americanos, ainda concebem missões em termos de pessoas brancas, loiras de olhos azuis indo para as nações negras do Terceiro Mundo. De fato, tudo mudou ao final da Segunda Grande Guerra quando as potências ocidentais perderam o controle político e militar de suas antigas colônias.
Quando preguei diante de congregações em igrejas e conferências de missões Norte-Americanas, as pessoas ficaram atônitas em ouvir os fatos reais de missões hoje. A liderança na frente de trabalho das missões na Ásia foram assumidas quase completamente por missionários locais. E os resultados são notáveis. Crentes estão chocados em perceber que missionários nativos estão plantando centenas de novas igrejas a cada semana no Terceiro Mundo, que milhares de pessoas ao dia, estão se convertendo a Cristo, e que dezenas de milhares de homens e mulheres bem qualificados, espiritualmente capazes estão agora prontos a iniciar mais trabalho missionário se nós pudermos levantar o suporte para tal.



Na Índia, que não mais permite missionários evangelistas Ocidentais, está ocorrendo mais crescimento da Igreja e vocação missionária para outros países do que em qualquer momento de nossa história. China é outro bom exemplo das novas realidades. Quando os comunistas expulsaram os missionários ocidentais e fecharam as igrejas em 1950,. Parecia que o Cristianismo estava morto. Realmente, a maioria dos líderes conhecidos foi aprisionada, e toda uma geração de pastores Chineses foi morta ou desapareceu nas prisões comunistas e câmeras de tortura.
Mas hoje após a reabertura da comunicação novamente com a China, de 40.000 a 50.000 igrejas subterrâneas sobreviveram, escaparam da perseguição comunista. O número de Cristãos cresceu e é estimado em 100 milhões – 50 vezes o tamanho da Igreja na China, quando os missionários Ocidentais foram lançados fora. Mais uma vez, tudo isto está acontecendo sob a direção espiritual da igreja local.
A partir da perspectiva histórica, não é difícil traçar como o pensamento Ocidental tem estado confuso diante da marcha da história. No começo dos anos 50, a destruição das instalações coloniais missionárias foram grande notícias. Assim como a China, Índia, Myanmar (antigo Burma ), Coréia do Norte, Vietnam do Norte e muitas outras nações recém independentes, fecharam suas portas e lançaram foram os missionários Ocidentais, era natural para as igrejas e denominações missionárias tradicionais que o seu tempo tinha acabado.
O que, obviamente, era uma mentira em si mesmo, como ficou evidenciado pelo crescimento das missões evangélicas no mesmo período. Mas muitos se convenceram que a era das missões tinham se acabado para sempre. A não ser pelo apelo anual de missões na maioria das igrejas, muitos crentes Norte-Americanos perderam a esperança de ver a Grande Comissão de Cristo atingir uma escala global. Apesar de raramente falado, a implicação era a seguinte: Se os conselhos de missões Norte –Americanas e Européias Ocidentais não estivessem liderando o trabalho, então elas não poderiam acontecer.



Os sustentos de missões, uma vez usado para proclamar o Evangelho foram
cada vez mais desviados para programas de caridade social para os quais os novos governos das antigas colônias eram mais simpáticos. Uma teologia de conveniência se desenvolveu equiparando igualdade social e ação política com evangelismo.
Muitos dos missionários ocidentais que estiveram na Ásia também foram profundamente afetados pelo nacionalismo crescente. Eles começaram um contínuo recuo do evangelismo e discipulado, concentrando a maior parte dos seus esforços em radiodifusão, educação, assistência médica, publicações, ajuda e trabalho social. Missionários, quando de volta pra seus países, continuaram a passar a impressão que a indigenização significava, não somente que os missionários ocidentais estavam excluídos, como também excluídos estavam toda ajuda financeira ou qualquer outro tipo de assistência.
A polêmica entre os líderes Ocidentais a respeito do futuro das missões tem se intensificado, produzindo grandes quantidades de livros e pesquisas de algum valor. Decepcionante, contudo, o efeito final sobre os Cristãos tem sido extremamente negativo. Hoje os Crentes não imaginam que um nasceu um noivo dia, e que as missões, mais do que nunca, necessitam desesperadamente da ajuda deles.



Verdade, em muitos casos, não é mais possível, por razões políticas, para missionários Ocidentais ir aos confins da terra, mas os Crentes Americanos ainda têm um papel vital em ajudar-nos a terminar a obra no Terceiro Mundo. Eu louvo a Deus pelo trabalho pioneiro feito por Hudson Taylor e outros como ele, que foram enviados pelos Crentes no passado. Ao invés disso, agora, em países como a Índia, necessitamos que seja enviado o sustento financeiro e técnico para nativos evangelistas e professores da Bíblia.
Pense nas implicações de estar envolvido na obra da Grande Comissão, conseguindo envolver a igreja e a família para juntos com você patrocinar as missões nativas.
Imagine esta muito provável cena. Findou a sua vida sobre a terra. Você chega aos céus. Lá entronizado em toda a Sua glória, está Nosso Senhor Jesus Cristo. Os demais santos e mártires a respeito dos quais voce tem lido estão todos lá: Abraão, Moisés, Pedro e Paulo, mais os grandes líderes dos tempos modernos. Sua família e os amados que obedeceram o Evangelho também estão lá. Eles estão dando as boas vindas à sua entrada no paraíso. Voce cambaleia em êxtase, cheio de júbilo e louvor. Todas as promessas das Bíblia são verdadeiras. As ruas realmente são de ouro, e a glória de Deus brilha resplandecente, substituindo o sol, a lua e as estrelas. Está além da capacidade de qualquer homem descrever.
Então, grupos de estranhos os quais você não reconhece, começam a juntar-se em torno de você, de mãos dadas e com sorrisos de alegria. Eles abraçam você com afeição e gratidão.

" Muito obrigado... Muito obrigado... Muito obrigado," eles repetem em coro. Com grande surpresa você pergunta, "O que foi que eu fiz? Eu nunca os vi antes."

Eles contam para você a história de como chegaram ao paraíso, tudo porque seu amor e preocupações os alcançaram quando eles estavam na terra. Você vê que estas pessoas vieram de "cada língua, de cada tribo," como a Bíblia afirma - da Índia, Bangladesh, Bhutan, Tailândia e das Filipinas.
" Mas exatamente o que foi que eu fiz?" Você pergunta. Então, como num replay suas lembranças voltam a um dia da sua vida aqui na terra, quando um coordenador local de missões veio à sua igreja. Ele falou a respeito dos milhões de perdidos da Ásia - a respeito dos quase 300 milhões que nunca ouviram o Evangelho na Índia. Ele falou a respeito dos desesperadamente pobres missionários nativos e os desafiou a sustentá-los.



"Como resultado do seu apoio," a multidão de Asiáticos continuava, "um dos nossos - um evangelista nativo - veio até nós e pregou o Evangelho do Reino de Deus. Ele vivia com simplicidade, como nós vivíamos, falando a nossa língua e vestindo-se como um de nós. Fomos capazes de aceitar suas mensagem facilmente. Nós ouvimos pela primeira vez a respeito do amor de Jesus, que morreu na cruz por nós, e com seu sangue nos redimiu dos pecados, de Satanás e da morte.
Quando a multidão termina, várias famílias vem até você. Voce pode ver a ternura e a gratidão estampadas em suas faces. Eles juntam-se aos outros, tomando você em seus braços e agradecendo novamente.
" Como podemos expressar nossa gratidão, pelo amor e cuidado que você mostrou, nos sustentando na terra, enquanto estávamos a batalhar no serviço do Senhor. Freqüentemente estávamos sem comida. Nossas crianças choravam pedindo leite, mas não o tínhamos para dar. Desconhecidos e esquecidos pelo nosso próprio povo, nós buscamos testemunhar para aqueles que nunca tinham ouvido o evangelho. Agora eles estão na eternidade conosco."
"Em meio ao nosso sofrimento, você entrou em nossas vida com suas orações e apoio financeiro. Sua ajuda nos aliviou tanto - tornando possível para nós completar a obra do Senhor. "
' ' Nunca tivemos a chance de vê-lo no mundo. Agora podemos vê-lo aqui e passar toda a eternidade nos regozijando com todas as vitórias do Senhor."
Então Jesus, Ele mesmo aparece. Você se inclina diante do Rei, enquanto Ele repete versos das Escrituras tão familiares para você:

"... porque tive fome, e me destes de comer; tive sede me destes e beber;
era forasteiro, e me acolhestes; estava nu, e me vestistes; adoeci e me visitastes; estava na prisão e fostes ver-me..."
" Em verdade vos digo que, sempre que o fizeste a um desses meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a mim o fizestes."
Mateus 25:35-40.
Essa história é apenas uma ficção, ou será realidade para muitos milhares de Cristãos? Acredito que poderá acontecer quando os Crentes chegarem no paraíso e ver como eles tem guardado um tesouro onde a traça e a ferrugem não consomem.
Cada vez que eu falo a um auditório, tento logo no início da mensagem perguntar duas questões muito importantes que cada crente precisa responder para si mesmo:
- Por quê você acha que Deus permitiu seu nascimento na América ou Europa Ocidental, ao invés de entre as massas pobres da África e Ásia, e ser abençoado com tal abundância espiritual e material?
- À luz da superabundância que você desfruta aqui, qual é a sua mínima responsabilidade para com os incontáveis milhões de perdidos e sofredores dos países dos países do Terceiro Mundo?
Você nasceu em meio à privilegiada elite deste mundo. Você tem tanto enquanto outros têm tão pouco. Pense um momento acerca da vasta diferença entre seu país e as nações sem herança Cristã.
- Um quarto das pessoas do mundo vive com salário inferior a $ 3 dólares por semana - a maior parte deles na Ásia. A renda pessoal por ano no sul da Ásia é somente $ 180 dólares por ano. Americanos ganham 54 vezes mais - e os Crente Americanos que vivem acima da média geral da economia ganham muito mais.
Na maioria dos países onde Gospel for Ásia está servindo ao movimento missionário nativo, um bom salário é de $ 1 a $ 3 dólares ao dia. Enquanto a maior parte do mundo está principalmente preocupada de onde virá a próxima refeição, americanos ricos gastam a maior parte do seu salário e passam tempo planejando compras desnecessárias.
As pessoas nos EUA, Canadá e Europa Ocidental gozam da liberdade de escolha. Liberdade política, imprensa e agrupamento, liberdade para;
- Adoração e organização de ministérios religiosos, liberdade de escolher onde e como viver, liberdade de organização para combater injustiças e problemas em seu próprio país, e no exterior são aceitas normalmente.
-Tempo para lazer e salário disponível, ainda que não determinado em lei, os cidadãos livres do mundo ocidental basicamente querem apenas viver a vida, algo extremamente difícil em muitas outras partes do mundo.
- Um grande número de redes de serviço em comunicação, educação, finanças, mídia e transportes estão disponíveis para efetuar mudanças. A ausência desses serviços é um enorme obstáculo para as pessoas em outras partes do mundo.
- Finalmente, existem poucas necessidades domésticas. Enquanto o desemprego é um sério problema em algumas áreas, é muito grande em quase todos os países do Terceiro Mundo. Quantos de nós podemos compreender o sofrimento de milhões de sem-teto, e famintos em nações como Bangladesh? Nos confins da terra os problemas aparecem em grande escala. Algumas nações lutam para resolver os seus problemas, mas ainda falham terrivelmente.
Esta lista é ilustrativa de muitas vantagens de viver no mundo Ocidental, onde os benefícios tem origem na sua herança Cristã.










SEGUNDA PARTE





A CHAMADA

















Capítulo 9

Você Destruiu Tudo o Que Tentamos Fazer






Se o apóstolo Paulo não tivesse levado o Evangelho para a Europa, os princípios fundamentais como liberdade e dignidade humana não seriam parte da herança Americana. Porque o Espírito Santo o instruiu a deixar a Ásia e ir para o Ocidente, a América foi abençoada com seu sistema de leis e economia - os princípios que a fizeram rica e livre..
Além disso, a América é a única nação do mundo fundada por crentes em Cristo que fizeram uma aliança com Deus - dedicando a nova nação ao Senhor.
Nascida em riqueza, liberdade e bênçãos divinas, os Americanos deveriam ser o povo mais agradecido sobre a face da terra.
Mas junto com os privilégios vem a responsabilidade. Os Cristãos devem se perguntar não somente porquê, mas o que ele ou ela deveria fazer com esses favores não merecidos.
Através das Escrituras, nós vemos somente um resposta correta para a abundância: compartilhar.
Deus dá a alguns do seu povo mais do que eles precisam para que eles possam ser canais de bênçãos para outros. Deus deseja equidade no meio do seu povo em escala mundial. Eis porque na Igreja Primitiva não havia pobreza.
O apóstolo Paulo escreveu aos ricos Cristãos em Corinto, "Pois digo isto não para que haja alívio para outros e aperto para vós, mas para que haja igualdade, suprindo, neste tempo presente, a vossa abundância a falta dos outros, para que também a abundância deles venha suprir a vossa falta, e assim haja igualdade." ( 2 Cor. 8:13-14).
"Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos... Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe fechar o coração, como permanece nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obras e em verdade."(1 Jo 3:14,17-18).
E, "Que proveito há, meus irmãos se alguém disser que tem fé e não tiver obras? Porventura essa fé pode salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano, e algum de vós lhes disser; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito há nisso? Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma."(Tiago 2:14-17).

É missões uma opção - especialmente para super-ricos países como a América? A resposta bíblica é clara. Todo Cristão na América tem uma responsabilidade mínima para estar envolvido em ajudar irmãos pobres nas igrejas em outros países.
Deus tem não proveu esta superabundância de bênçãos para Cristãos Americanos e Canadenses para que eles se sentem e desfrutem da luxúria desta sociedade - ou mesmo em termos espirituais, podemos nos encher de livros, fitas cassetes e congressos de imersão. Ele deixou-nos na terra para sermos mordomos daquelas bênçãos materiais e espirituais, aprendendo como compartilhar com os outros e administrar nossos bens para atingir os propósitos de Deus.
Qual o significado disto? Deus está nos chamando como Cristãos para alterar nosso estilo de vida, renunciando às coisas não essenciais de nossas vidas, para podermos investir melhor nossa riqueza no reino de Deus.
Para começar, eu desafio crentes a separar ao menos U$ 1 por dia para ajudar a sustentar um missionário nativo no Terceiro Mundo. Este, naturalmente, deverá ser superior ao nosso atual comprometimento para com a Igreja local e outros ministérios. Não peço aos Cristãos para redirecionar suas ofertas de outros ministérios para as missões nativas - mas para aumentar suas ofertas acima dos níveis atuais. A maioria das pessoas podem fazer isto.



Milhões de crentes Norte Americanos e Europeus Ocidentais podem completar isto facilmente renunciando a biscoitos, bolos, doces, cafés e outras bebidas. Estas junk food fazem mal aos nossos corpos de qualquer maneira, e qualquer um pode economizar desta maneira para ajudar a sustentar um dou mesmo dois missionários por mês. Muitos estão indo além disto, e sem afetar sua própria saúde ou felicidade, são capazes de ajudar a patrocinar vários missionários por mês.
Existem, naturalmente, muitas outras maneiras de estar engajado. Alguns não podem ajudar financeiramente, mas eles podem investir tempo em oração e serviço como coordenadores voluntários para ajudar a recrutar mais patrocinadores. E uns poucos são chamados para ir além dos mares e estar envolvido experimentalmente.
Mas eu submeterei à sua avaliação, que o único e mais importante obstáculo à evangelização do mundo hoje, é a falta de envolvimento do Corpo de Cristo. Estou convencido que há mantenedores potenciais bastante paras sustentar todos os missionários nativos necessários para evangelizar o Terceiro Mundo.
O movimento Missionário Nativo é relativamente novo, e muitos Cristãos ainda não foram desafiados a participar, mesmo superficialmente. A verdade é mais básica - e mais mortal. As três maiores razões pelas quais o Corpo de Cristo falha em facilitar a evangelização do muno são os pecados de orgulho, incredulidade e mundanismo.
Pergunte a qualquer pessoa porque Deus destruiu Sodoma, e ele ou ela citará que foi a grande imoralidade da cidade. O profeta Ezequiel, contudo, revela a verdadeira razão no capítulo 16, versos 49 e 50:

"Eis que esta foi a iniquidade de Sodoma, tua irmã; Soberba, fartura de pão, mas nunca fortaleceu a mão do pobre e do necessitado. Também elas se ensoberbeceram, e fizeram abominação diante de mim; pelo que, ao ver isso, as tirei do seu lugar."
Sodoma recusou-se a ajudar o pobre necessitado por causa do orgulho. Nós atingimos um nível de orgulho nacional similar ao de Sodoma. Sim, egoísmo e perversão vêm de orgulho, mas precisamos entender que o orgulho é a verdadeira raiz. Lute contra aquela raiz e você elimina uma multidão de pecados antes que eles tenham chance de crescer.
Uma noite enquanto falava à igreja numa conferência missionária, me foi solicitado uma reunião privada com o conselho da igreja submetendo à minha apreciação o novo programa de missões que eles estavam tecendo. Eu tinha pregado e estava muito cansado. Eu não me senti participando como num conselho. A reunião composta de 22 pessoas, começou de maneira usual, mais como uma reunião de um comitê corporativo na IBM ou General Motors do que de um conselho de igreja.



O dirigente fez uma impressionante apresentação, mais parecida com uma proposta comercial. O esquema envolvia mudança de "terça parte dos missionários nacionais" da Ásia para os campos de missões na América Latina. Era muito futurístico e soava como uma grande transição em missões, mas luzes e campainhas de alerta começaram a soar em minha mente. Para mim soava como práticas missionárias coloniais do século 19 trajando diferentes disfarces.
O Senhor falou para mim claramente: "Filho, hoje a noite você deve falar a estas pessoas tão auto-suficientes que eles nunca me perguntaram a respeito deste plano. Eles acham que eu estou desamparado."
Quando o presidente do conselho finalmente pediu pela minha opinião a respeito da proposta, eu me levantei e li algumas partes de Mateus 28: 18-20: " Foi me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações... ensinando-os a observar todas coisas que eu vos tenho mandado; e eis que estou convosco todos os dias..."
Então fechei minha Bíblia e pausei, olhando dentro dos olhos de cada um.
"Se Ele está com você," disse, "então você representa Ele - não apenas ser como Ele - mas você exercerá a autoridade dEle. Onde está o poder de Deus neste plano?"
Não precisei dizer muito mais. O Espírito Santo ungiu minhas palavras, e cada um pareceu entender.



"Com que freqüência vocês se encontraram para orar?" Perguntei retoricamente. "Desde quando vocês tiraram um dia para oração para buscar o pensamento de Deus a respeito da estratégia de sua missão?" A partir dos seus olhos ficou fácil perceber que eles tinham orado pouco a respeito das somas envolvidas na missão, que era de centenas de milhares de dólares.
A discussão foi até às 1:30 da manhã, mas com um novo sentido de arrependimento naquela sala.
" Irmão K.P.," me disse o líder mais tarde, "voce destruiu todas as coisas que nós estávamos tentando fazer hoje a noite, mas agora nós estamos prontos para esperar em Deus pelo plano dEle."
Aquele tipo de humildade trará a igreja para o centro da vontade de Deus e seu plano global. Igrejas hoje não estão experimentando o poder e a unção de Deus em seus ministérios porque eles não têm a humildade de esperar por Ele. Por causa deste pecado, o mundo permanece largamente não alcançado.
Muito pouco do trabalho evangélico Cristão é feito em total dependência do Deus vivo. Como nossos irmãos e irmãs naquela grande igreja, nós temos inventado métodos, planos e técnicas para "fazer" a obra de Deus. Aqueles envolvidos aparentemente não sentem a necessidade de orar ou estar cheio com o Espírito Santo para fazer o trabalho de Jesus.



Quão longe temos nos afastado da fé dos apóstolos e dos profetas! Que tragédia quando técnicas do mundo e seus agentes são levados ao santuário de Deus. Somente quando nós estamos vazios de nossa auto-suficiência pode o Senhor nos usar. Quando uma igreja ou um comitê de missões gasta mais tempo em consultoria, planejamento e reuniões do que em oração, é uma clara indicação de que seus membros perderam o toque com o sobrenatural e terminaram como nas palavras de Watchman Nee, "servindo a casa de Deus e esquecendo o Senhor da casa."
Parte do pecado de orgulho é um sutil mas profundo racismo. Quando viajo, freqüentemente ouço inocentes perguntas tais como, "Como vamos saber se os nativos estão prontos a administrar os fundos ofertados?" ou, " Que tipo de treinamento os missionários nativos realizaram?"
Assim como tais questões são baseadas em um sincero e altamente recomendável desejo para excelência na mordomia, porém em muitos casos descobri que as intenções por trás do questionamento são menos honrosas. Ocidentais recusam-se a confiar em Asiáticos da mesma forma que eles confiam em sua própria gente. Se nós estamos satisfeitos que um certo missionário nativo é verdadeiramente chamado para o Evangelho, nós temos de confiar em Deus e confiar nossa mordomia sobre ele e seus anciãos como se o fizéssemos a um dos nossos irmãos em nossa própria cultura. Esperar continuar a controlar o uso do dinheiro e os ministérios além dos mares a partir dos nossos escritórios montados em terras estrangeiras é uma extensão de colonialismo. E adiciona um elemento não bíblico, que somente humilha e enfraquece os missionários nativos em sua longa carreira.



Cristãos precisam aprender que eles não estão dando seu dinheiro para os trabalhadores nativos, mas o dinheiro de Deus para o trabalho dEle além dos mares.
Aqui estão algumas manifestações características de orgulho: As igrejas precisam desenvolver as disciplinas de calma que elas perderam práticas tais como contemplação, jejum, escutar, meditação, oração, silêncio, memorização das Escrituras, submissão e reflexão.
Ao invés de glorificar lutadores brigões como John Wayne, na tradição de heróis populares americanos, Cristãos deveriam mesmo é sentar-se até o poder de Deus se manifestar nas suas atividades cristãs.
Muitos líderes Cristãos estão engajados em atividades secundárias que drenam seu tempo e energia. Nunca esquecerei que preguei numa igreja cujo pastor tinha transformado a defesa da tradução da Bíblia na versão do Rei James numa cruzada. Não somente gastou a maior parte de seu tempo no púlpito - mas milhares de dólares imprimindo livros, tratados e panfletos advogando o uso exclusivo desta tradução.



Nos anos em que vivi e trabalhei nos Estados Unidos, assisti crentes e congregações inteiras se engajarem em todo o tipo de cruzadas e causas similares, que enquanto não necessariamente más em si mesmas, terminaram perdendo o foco da obediência a Cristo. Nesse sentido, tornaram-se anticristo. Bandeiras vermelhas queimando no horizonte - tais como inerrância, dons carismáticos, as últimas revelações de mestres itinerantes ou humanismo secular, ou quaisquer novas idéias que surjam no amanhã - precisam ser mantidas em sua própria perspectiva. Haverão sempre novos dragões a se combater, mas nós não devemos deixar que essas batalhas periféricas nos tire de nossa tarefa principal de construir e expandir o reino de Deus.
Quando vou para a Ásia, vejo nossas igrejas e teólogos lá sendo violentamente divididos sob diferentes conjuntos de idéias, e entendi que estas doutrinas divisionárias estão sendo utilizadas pelo demônio para manter-nos preocupados com outras coisas além do Evangelho.
Nós somos dirigidos por poderosos egos que sempre estamos certos. Somos freqüentemente escravos de uma forte tendência de "ter o nosso próprio caminho." Todas estas são manifestações de orgulho. O Oposto a isso é o espírito de serviço e humilde sacrifício ordenado por Cristo. Fazer um sacrifício por irmãos desconhecidos - sustentando seu trabalho para um povo estrangeiro em terras estranhas, usando métodos que são um mistério para você - precisa humildade. Mas sustentar os irmãos nativos deve começar com esse tipo de comprometimento de humildade e deve continuar no mesmo espírito. Tristemente, nosso orgulho excessivo também levanta-se como obstáculo no caminho do progresso.







Capítulo 10

Deus Está Retardando o Julgamento








Cuidado com os "fundamentalistas". Eles geralmente estão escondendo alguma coisa. Um dos grandes dogmas dos Cristãos é sua devoção às Escrituras. É difícil não encontrar uma igreja onde alguém uma vez ou outra brade estar “crendo na Bíblia.” Quando aqui cheguei, cometi o erro de tomar essa descrição pelo seu valor de face.
Mas, terminei descobrindo que muitos Cristãos evangélicos realmente não crêem na Palavra de Deus, especialmente quando ela fala a respeito de inferno e julgamento. Em vez disso eles seletivamente aceitam somente as porções que os permitem continuar a vivendo seus atuais estilos de vida.
É doloroso pensar a respeito do inferno e julgamento. Entendo porquê esses pregadores não gostem de falar a respeito, eu também não gosto. É tão fácil pregar que “Deus ama você e tem um maravilhoso plano para sua vida” ou focalizar nos muitos e deleitosas idéias, e da “palavra da fé” que traz saúde, abundância e felicidade. A graça e o amor de Deus são matérias prazerosas, e ninguém mais as demonstrou tão belas quanto o Nosso Senhor Jesus. Ainda em seu ministério terreno, Ele fez mais referências ao inferno e julgamento do que ao paraíso. Jesus viveu com a realidade do inferno, e Ele morreu no Calvário porque Ele sabia que essa realidade era real e estava vindo para todo aquele que não se voltasse para Deus nesta vida.



Os Crentes são ávidos para aceitar o conceito do paraíso, mas eles olham para o outro lado quando vêem passagens a respeito do inferno. Muitos poucos parecem crer que aqueles que morrerem sem Cristo estão indo para um lugar onde serão atormentados sempre e eternamente, num abismo sem fim onde o fogo jamais se apaga, onde eles estarão separados de Deus e Seu amor por toda a eternidade sem qualquer chance de retorno.
Se conhecêssemos os horrores do potencial julgamento que paira sobre nós – se realmente crêssemos que está vindo – quão diferentemente viveríamos. Por que os Crentes não estão vivendo em obediência a Deus? Por causa da incredulidade deles.
Por quê Eva caiu em pecado? Porque ela verdadeiramente não cria no julgamento – a morte realmente viria se ela comesse o que Deus proibira. Esta é a razão porquê muitos continuam a viver uma vida de pecado e desobediência.



A Grande Depressão e recessões contemporâneas são somente um arranhão no pulso comparada com a grande miséria diante de nós – fora as bombas, doenças e calamidades naturais. Mas Deus está retendo o julgamento para nos dar tempo para o arrependimento.
Infelizmente para milhões do Terceiro Mundo, será tarde demais a menos que nós possamos alcançá-los que eles caiam pela borda do abismo para as trevas eternas.
Por anos eu lutei em tornar esta realidade palpável em nossos encontros. Finalmente eu encontrei um jeito.
Eu peço a meus ouvintes para tocarem seus punhos para sentirem a sua própria pulsação. Então eu explico que cada batida que eles sentem, representa a morte de alguém na Ásia que morreu e foi para a eternidade no inferno, sem jamais ter ouvido as boas novas de Jesus Cristo uma única vez.
“Como seria se uma daquelas batidas representasse a sua própria mãe?” Eu pergunto. “Seu próprio pai, sua esposa, seus filhos... você mesmo?”
Os milhões de Asiáticos que estão morrendo e indo para o inferno são pessoas pelas quais Cristo morreu. Nós dizemos que nós cremos nisso – mas o que estamos fazendo para agir de acordo com nossa fé? Sem obras, a fé é morta.



Ninguém deveria ir para o inferno sem ouvir a respeito do Senhor Jesus. Para mim esta é uma atrocidade muito pior do que a morte nos campos da Alemanha de Hitler ou na Rússia de Stalin. Tão horrível quanto os 1,5 milhões de abortos por ano nos Estados Unidos, a perda eterna de múltiplos milhões de almas a cada ano é a maior tragédia possível de ser evitada de nosso tempo.
Se somente uma pequena porcentagem dos 50 milhões de pessoas que proclamam ter nascido de novo, Cristãos neste país sustentarem um missionário nativo, poderíamos literalmente ter centenas de milhares de evangelistas alcançando as vilas perdidas da Ásia. Quando olhamos para inacabada Grande Comissão, e a comparamos em relação ao nosso estilo de vida pessoal – ou à agenda de atividades de nossas igrejas e organizações – como podemos explicar a nossa desobediência? Nós devemos ver um grande arrependimento do pecado da desobediência pela incredulidade no julgamento de Deus.



C.T. Studd, o famoso atleta britânico e fundador da Cruzada de Evangelização Mundial, foi um dos que dedicaram todos os seus talentos nesta vida por amor a Cristo. Ele foi desafiado a este engajamento por um artigo escrito por um ateu. Aquele artigo dizia em parte:



Se verdadeiramente cresse, como milhões dizem fazê-lo,
que o conhecimento e prática da religião nesta vida influencia
o destino na outra, então a religião significaria tudo para mim.
Eu lançaria fora alegrias terrenas como roupas, cuidados
terreais como tolices, e pensamentos e sentimentos terrenos
como fúteis. Religião seria meu primeiro pensamento ao me
levantar e última imagem antes de cair em sono profundo. Eu
trabalharia unicamente em sua causa.
Eu só teria pensamentos para o amanhecer da eternidade
Eu daria mais valor à uma alma ganha para o paraíso do que a
toda uma vida de sofrimento.
Ameaças terrenas jamais parariam minhas mãos, ou
calariam os meus lábios. A terra, suas alegrias e seus lamentos
jamais ocupariam por um só momento a minha mente. Me
esforçaria para olhar somente para eternidade, e as almas
imortais ao meu lado, para ser eternamente feliz ou
eternamente miserável.
Eu iria através do mundo e pregaria a tempo e fora
de tempo, e meu tema seria:
“Que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro se
ele perder a sua alma?”



Outra iniquidade que assola a igreja no Ocidente é o mundanismo. Uma vez numa auto estrada de duas mil milhas através do Oeste Americano, comecei a ouvir todas as rádios Cristãs ao longo da viagem.
O que eu ouvi revelou muito a respeito das motivações secretas que dirigem a vida de muitos Cristãos. Algumas das difusoras teriam sido hilárias se elas não estivessem instigando a cobiça - a caça de saúde, riqueza e sucesso em nome do Cristianismo.

§ Alguns apresentadores ofereciam óleo santo e atração da sorte para aqueles que o requeresse enviando dinheiro.
§ Ofereciam roupas de oração que tinham abençoado crentes em US 70.000- 100.000, carros novos, casa e saúde.
§ Um locutor disse que enviaria sabonete sagrado que ele tinha abençoado.
§ Se usado de acordo com suas instruções, ele lavaria a má sorte, amigos de ocasião e doenças. Novamente prometia "riqueza" e tudo que o que o usuário desejasse.

Tais propostas trazem um sorriso aos nossos lábios, mas os mesmos produtos são vendidos com mais sofisticação nos diferentes níveis desta sociedade. Revistas Cristãs, shows de TV e serviços das igrejas freqüentemente sob os holofotes em atletas famosos, rainhas da beleza, executivos e políticos que "acontecem no mundo e têm a Jesus, também!"
Hoje os valores Cristãos são definidos quase que totalmente pelo sucesso segundo os princípios dos promotores da Madison Avenue. Até mesmo ministros Cristãos medem sua eficiência pelos padrões de MBAs de Harvard.
Jesus afirmou que o coração é onde os tesouros são guardados. Então o que podemos dizer a respeito de muitos líderes evangélicos? Contraindo dívidas por carros, casas e mobiliário que provavelmente não necessitam; sacrificando família, igreja e saúde por promoções corporativas e progresso profissional - Acredito que tudo isto é decepcionante, engendrado pelo deus deste mundo para capturar e destruir Cristãos produtivos, para impedi-los de compartilhar o Evangelho com aqueles que necessitam dele.



"Não ameis o mundo " diz João em sua primeira epístola, "nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre"(I João 2:15-17).
O testemunho típico mais comum é parecido com este: "Estava doente e quebrado, totalmente falido. Então encontrei Jesus. Agora todas as coisas estão bem; meus negócios estão crescendo e sou um grande sucesso."
Isto soa maravilhosamente. Ser um Cristão e ainda aquela grande casa, um barco e ainda passar as férias na Terra Santa.
Mas se estas eram a forma de Deus agir, então eu colocaria alguns Cristãos atrás da Cortina de Ferro e no Terceiro Mundo em uma perspectiva sombria. O testemunho deles geralmente se parecem com o seguinte:
"Eu era feliz, Eu tinha tudo - prestígio, reconhecimento, um bom emprego, uma esposa feliz e filhos. Então entreguei minha vida a Jesus Cristo. Agora estou na Sibéria, perdendo minha família, bens, reputação, emprego e saúde.
"Aqui vivo, solitário, abandonado pelos amigos. Eu não posso ver a face de minha esposa e filhos queridos. Meu crime é que eu amo a Jesus."



O que aconteceu com os heróis da fé ao longo das eras? Muitos dos apóstolos foram martirizados. João morreu no exílio. Mártires Cristãos escreveram seus nomes em cada página da história.
Na Rússia, Ivan Moiseyev foi torturado e morto dois anos após ter se encontrado com Jesus. Na China, Watchman Nee passou vinte anos na prisão e por fim morreu na escravidão.
Quando Sadhu Sundar Singh, que nasceu e cresceu numa rica casa Sikh no Punjab, tornou-se Cristão, sua própria família tentou envenená-lo e o baniu de seu lar. Ele perdeu sua herança e foi embora com apenas uma peça de roupa em seu corpo. Ainda seguindo a seu Mestre, ele fez milhões verdadeiramente ricos através da fé em Cristo.
Os nativos missionários apoiados por Gospel for Asia freqüentemente sofrem pelo seu compromisso também. Vindo de origens Hindu e Muçulmana, eles freqüentemente são literalmente lançados fora de suas casa, perdem seus empregos, e são espancados e perseguidos nas suas aldeias quando eles aceitam a Cristo.



Eles fervorosamente servem a Cristo diariamente, sofrendo incontáveis privações porque Jesus prometeu a Seus seguidores, "... No mundo tereis aflições: mas tende bom ânimo, eu vencí o mundo"(Jo 16:33). O que Ele prometeu foram condenações e tribulações. Mas nós podemos enfrentá-los porque sabemos Ele já venceu a batalha. Deus prometeu satisfazer nossas necessidades físicas. E Ele realmente o faz, abençoando Seus filhos com bens materiais. Mas Deus nos abençoa com um propósito - não para que nós usarmos esses recursos extravagantemente com nós mesmos - mas como bons mordomos, utilizando nossos recursos sabiamente para ganhar os perdidos pela graça salvadora de Nosso Deus.
As Escrituras nos fala, "...quem pois tiver bens neste mundo, e, vendo seu irmão necessitado, lhe cerrar suas entranhas, como estará nele o amor de Deus?"(1 Jo 3:17).



Como A.W.Tozer, renomado Cristão e pastor e autor da Aliança Missionária, disse certa vez, "Não há dúvidas de que o apego possessivo às coisas é um dos mais prejudiciais hábitos da vida. Porque
É tão natural, é raramente reconhecido por sua malignidade. Mas seu resultado é trágico. Esta antiga maldição não desaparece sem dor. O velho homem dentro de nós não se rende e morre obedientemente ao nosso comando.
Nós devemos torcê-lo e arrancá-lo de nosso coração como a uma planta do solo; ele deve ser extraído em sangue e agonia como a um dente de uma dentadura. Deve ser expelido de nossas almas em violência como Cristo expulsou os cambistas do templo."
Muitos dos Crentes Ocidentais são os ricos legisladores de nossos dias. Jesus está dizendo para eles, " Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me." (Mat 19:21).







Capítulo 11

Por Quê Devo Provocar Polêmicas?







No final de 1981, Gospel for Asia parecia estar ganhando aceitação; pessoas de todo os Estados Unidos e Canadá estavam começando a participar do ministério de equipar missionários nativos para evangelizar em seus próprios países.
Enquanto Gisela trabalhava em nosso escritório em Dallas para cadastrar nossos novos mantenedores para os missionários nativos, fui levado por Deus a planejar uma tour pelas quatorze cidades do Texas para encontrar pessoalmente cada novo patrocinador. Pensando à frente, eu me apresentava e agradecia as pessoas por tomarem a responsabilidade da sustentação dos missionários nativos.
Estava atônito com a recepção. A maioria das pessoas tinha ouvido minhas transmissões pelo rádio, e parecia vibrar com a idéia do encontro. Em cada cidade alguém me oferecia hospedagem, e também para fazer os arranjos necessários para que eu pudesse falar nas casas e nas igrejas. As pessoas faziam referência à minha pessoa de uma nova forma - como presidente e diretor de uma importante organização missionária. Longe disso, estava mais apavorado do que nunca – com medo de falhar e ser rejeitado.



Mas com a agenda confirmada e a propaganda feita, um medo irracional apossou-se de mim. Um desânimo instalou-se. Enquanto o dia para minha partida se aproximava, eu procurava por desculpas para cancelar ou adiar toda a empreitada.
“Minha família e o escritório precisam de mim,” - eu argumentava, - “além disso vou estar dirigindo sozinho. É perigoso e difícil – realmente deveria esperar até que alguém pudesse ir comigo.”
Justamente quando quase já me convencia a não ir, o Senhor falou-me com uma voz inconfundível durante a minha devoção matinal. Como em outras ocasiões, foi como se ele estivesse no quarto comigo.
“Minhas ovelhas ouvem a minha voz, ”disse o Senhor, usando as Suas palavras em João 10. “E Eu as conheço e elas Me seguem: Minhas ovelhas Me seguem porque elas conhecem a Minha voz.”



Eu não precisava de uma interpretação: a mensagem era clara. A viagem tinha sido ordenada por Ele. Ele tinha arranjado e aberto as portas. Eu precisava ver-me como um pequeno cordeiro e seguir meu Pastor através do caminho. Ele iria adiante de mim a cada igreja e a cada lar onde eu deveria estar. Isto transformou-se em duas semanas divinais para mim. Em cada casa ou igreja eu deleitei-me do companheirismo de nossos novos amigos – e como resultado adicionamos um número de novos mantenedores.



A igreja em Victória, Texas, era quase a minha última parada e o Senhor tinha uma surpresa esperando por mim. Mas Ele tinha que me preparar primeiro.
Enquanto eu dirigia de cidade em cidade, tinha tempo para sozinho no meu carro o Senhor abordar vários temas comigo que teriam impacto para o futuro da missão e em meu próprio caminha com Ele.
Um dos temas envolviam uma dos mais importantes decisões estratégicas que eu jamais faria. Pôr alguns anos sofri profunda dor com o que parecia ser um massivo desequilíbrio entre nosso fluxo de caixa com a manutenção de nossas instituições Cristãs, como hospitais e escolas, e a proclamação do Evangelho. Ambos na Índia e em minhas viagens pêlos países do Ocidente, constantemente descobria uma preocupação com o tal chamado “ministério” de atividades operado por funcionários Cristãos, financiados pelo dinheiro das igrejas mas com quase nada para distinguí-los como Cristãos.



Grande parte dos recursos das missões Norte Americanas é gasto em coisas não relacionadas à prioridade número de fundar igrejas. Wagner , em seu livro On the Crest of the Wave (Na Crista da Onda), diz, “ Eu tenho diante de mim uma lista recente de vagas em uma... missão que não vamos mencionar. De cinqüenta diferentes categorias, somente duas são relacionadas ao evangelismo, ambas focadas na juventude. As demais categorias incluem, entre outras, agrônomos, professores de música, enfermeiras, mecânicos de automóveis, secretárias, professores de eletrônica, e ecologistas.”
Preocupações sociais é um fruto natural do Evangelho. Mas colocado em primeiro lugar, e por o carro nas frente dos bois; e a partir da nossa experiência tem falhado na Índia nos últimos duzentos anos.



Mesmo no começo de nossa missão eu tinha pensado em levantar dinheiro para órfãos e assistência social, eu decidi rejeitar estes programas e envolver Gospel for Asia somente na pregação do Evangelho e plantio de igrejas. Não quis tomar este caminho porque senti que outras instituições Cristãs e ministérios de assistência estavam errados ao mostra o amor de Cristo desta forma. Não, muitos deles estavam fazendo um trabalho maravilhoso. Mas percebi que a igreja deveria ser o centro de missões, e nós precisávamos de trazer o equilíbrio de volta. Com tantos se concentrando em obras sociais, decidi estar envolvido onde havia maior necessidade.
Eu não falei publicamente a ninguém a respeito da minha decisão. Sabia que seria uma matéria controversa, e tinha medo que os outros pudessem pensar que eu estava julgando o trabalho dos outros, um “caçador de fundos” reacionário, ou fanático. Eu somente queria ajudar o movimentos dos missionários nativos, e racionalizei utilizando tais argumentos sobre estratégia de missões seria contraprodutivo.



Então veio Victoria, Texas.
Minha apresentação foi agradável. Mostrei slides do GFA e fiz um ardente apelo pela obra. Explanei a filosofia do nosso ministério dando as razões bíblicas pelas quais os pagãos eram perdidos a menos que os nativos missionários fossem até eles.
Subitamente, senti o Espírito me inspirando a falar a respeito dos perigos do evangelho social humanista. Parei por alguns instantes, e continuei sem mencionar o assunto. Eu apenas não tinha coragem. Eu faria inimigos em todos os lugares. AS pessoas pensariam que eu era um tolo desalmado, um impedimento a obra Cristã que nem mesmo pensava no cuidado com os estavam famintos, nus, necessitados e sofrendo. Por quê deveria provocar polêmicas? Manobrei através da minha apresentação, e me sentindo aliviado, abri oportunidade para as perguntas.
Mas o Espírito Santo não me deixou livre. Distante do fundo do saguão um homem alto – pelo menos “1.80 metros” – veio andando direto pelo corredor, ficando grande e mais grande a medida que se aproximava de mim. Não sabia quem ele era ou o que ele teria para dizer, mas senti instintivamente que Deus o estava enviando. Quando chegou até onde eu estava, ele passou seus grande braços em torno meus ombros magros e disse algumas palavras que ainda hoje posso ouvir: “Este homem aqui, nosso irmão, está temeroso e com medo de falar a verdade... ele está lutando com ela.” Senti meu rosto e meu pescoço vermelhos de vergonha. Como aquele grande vaqueiro sabia? Mas ficou pior, e era a prova que o Espírito do Deus vivo estava realmente usando aquele Texano alto para entregar uma poderosa confirmação e repreensão para mim.



“O Senhor levou você por caminhos que outros não andaram e mostrou coisas que outros não têm visto,” ele prosseguiu. “Os milhões de almas que estão condenadas. Você deve falar a verdade a respeito da inversão de prioridades no campo missionário. Você deve chamar o corpo de Cristo a retornar à tarefa de pregação da salvação e arrancar essas almas do inferno.”
Me senti um nada, e ainda era inegavelmente uma miraculosa profecia inspirada por Deus, confirmando a ambos minha desobediência e toda a mensagem que Deus tinha me dado para pregar sem temor. Mas minha humilhação e libertação ainda não tinha acabado.
“O Senhor me pediu,” disse o homem alto, “para chamar os anciãos até aqui para orar por você para que este medo do homem deixe você.”
“De repente eu sentia menos do que nada. Eu tinha sido apresentado como um grande líder de missões; agora me sentia como um cordeirinho. Eu queria me defender. Eu não me sentia como se controlado por um espírito de medo; Pensava apenas que estava agindo logicamente para proteger os interesses de nossa missão. Mas de qualquer maneira eu me submeti, sentindo-me ridículo, quando os anciãos se juntaram em torno de mim para orar por uma unção de poder em meu ministério de pregação.



Alguma coisa aconteceu. Senti o poder de Deus me envolvendo. Poucos minutos depois levantei-me dos meus joelhos um homem transformado, livre da opressão do medo que tinha me restringido. Todas as dúvida se foram: Deus tinha colocado um clamor ardente em minha vida para entregar essa mensagem.
Desde aquele dia tenho insistido em nós recuperarmos o genuíno Evangelho de Jesus – a equilibrada mensagem do Novo Testamento que se principia não nas necessidades carnais das pessoas, mas como o plano e sabedoria de Deus – “nascer de novo” conversão que leva à justificação, santificação e redenção. Qualquer “missão” que sai “dos princípios básicos da Palavra” é uma traição a Cristo e é o que a Bíblia chama “outro evangelho.” Não pode salvar ou redimir pessoas quaisquer tanto como indivíduos ou como sociedade. Nós pregamos um Evangelho, não apenas para este tempo, mas para a eternidade.
O único problema com meias-verdades é que elas contém dentro delas mentiras completas. Tal é o caso com esta declaração tema de uma conferência missionária internacional: “Nossos pais foram impactados pelo horror que os homens morressem sem Cristo; nós igualmente fomos impressionados com o horror que eles vivam sem Cristo.”
Longe de tal retórica – geralmente pasada apaixonadamente por um crescente número de sinceros humanistas dentro de nossas igrejas – vêm miríades de programas sociais mundanos. Tais esforços realmente arrancam a salvação e a verdade redentora do pobre – os condenando a uma eternidade no inferno.



Naturalmente, há uma verdade básica na declaração. Viver esta vida sem Cristo é uma existência de horrível vazio, no qual não há esperança ou significado. Mas a sutileza mentirosa humanista se esconde na ênfase no bem-estar nesta vida física atual.
O que poucos perceberam é que este ensinamento cresceu fora da influência dos humanistas do século dezenove, os homens que deram o ateísmo moderno, comunismo e muitas outras filosofias modernas que negam a soberania de Deus no cotidiano dos homens. Eles são, como a Bíblia diz, “anti-Cristos.”
O homem moderno inconscientemente adota os mais altos ideais humanistas de felicidade, liberdade e economia, cultura e avanço social para toda a humanidade. Esta visão secular afirma que não há Deus, paraíso ou inferno; apenas uma chance na vida, então vamos fazer o que mais nos traz prazer. E também ensina que “desde quando todos os homens são irmãos,” que nós deveríamos trabalhar de tal maneira a contribuir com o bem estar futuro de todos os homens.
Este ensino - tão atrativo na superfície – tem entrado em nossas igrejas de muitas maneiras, criando um evangelho centrado no homem feito por mãos humanas e baseado em mudanças externas e status social do homem por atender suas necessidades físicas. O custo disso é a eternidade de sua alma.
O então conhecido evangelho humanista – o qual não é realmente ‘boas novas” afinal – é chamado por muitos nomes. Alguns argumentam por ele em termos familiares bíblicos e teológicos; para alguns é o “evangelho social” ou “o evangelho holístico,” mas o rótulo não é importante.



Você pode falar do evangelho humanista porque ele se recusa a admitir que o problema básico da humanidade não é físico, mas espiritual. Os humanistas não falarão que o pecado é a raiz causadora de todo o sofrimento humano. A última ênfase do movimento começa argumentando que nós devemos enviar missões mundiais que produzam “atendimento a todos os homens,” mas acaba aí fornecendo ajuda somente para seu corpo e alma – ignorando o espírito.
Por causa deste ensinamento, muitas igrejas e sociedades de missões estão agora redirecionando seus limitados recursos e pessoal do evangelismo para alguma coisa vagamente chamada de “preocupações sociais.” Hoje a maioria dos Cristãos missionários estão primordialmente envolvidos em alimentar o faminto, transporte de doentes através dos hospitais, abrigo dos sem-teto ou outros tipos de tarefas de auxílio ou trabalho social. Em casos extremos, entre não evangélicos, a direção lógica deste pensamento pode levar a organização de grupos de guerrilhas, formação de terroristas ou atividades menos extremas como patrocínio de atividades de aulas de dança e aeróbica. Isto é feito em nome de Jesus e supostamente é baseado em Seu ordenamento de ir a todo mundo e pregar o Evangelho a toda criatura. A missão da igreja, como definida por estes humanistas, pode ser quase qualquer coisa exceto ganhar pessoas para Cristo e discipliná-las.
A história tem nos ensinado – sem o sangue de Cristo, arrependimento e a cruz – é uma falha total. Na China e Índia nós tivemos sete gerações deste ensinamento, levado pelos missionários Britânicos de uma forma levemente diferente na metade do século passado (século 19). Minha gente tem assistido os hospitais Ingleses e escolas irem e virem sem qualquer efeito marcante seja para nossas igrejas, seja para a sociedade.



Watchman Nee, um dos primeiros missionários nativos, colocou o seu dedo nesta ferida em uma série de textos liberados nos anos anteriores à Segunda Grande Guerra. Leia alguns destes comentários sobre tais esforços, como publicado no livro Love Not the World (Não Ame o Mundo):



Quando as coisas materiais estão sob o controle
espiritual elas cumprem totalmente o papel ao qual o
seu propósito está subordinado. Livres desta restrição
elas manifestam muito rapidamente o poder que reside
nelas. A lei de sua natureza assume a si mesma, e sua
característica mundana é provada pelo rumo que elas
tomam.
A distribuição dos movimentos missionários em
nossa presente era nos dá uma oportunidade de testar
este princípio nas instituições religiosas de nossos dias e
de nossa terra. A um século a Igreja instalou-se na China
estabelecendo escolas e hospitais com um tom espiritual
definido e objetivos evangelistas. Naqueles primeiros
dias nenhuma importância era atribuída aos prédios
enquanto considerável ênfase era dada ao papel das
instituições na proclamação do Evangelho. Dez ou quin-
ze anos a trás você poderia ir àqueles mesmo locais e
em muitos lugares grandes e agradáveis instituições
naqueles lugares originais, mas comparados com os
primeiros anos, muitos poucos convertidos. E ainda hoje
muitas daquelas esplêndidas escolas e faculdades têm se
tornado puramente centros educacionais, faltando-lhes
quaisquer motivações evangelisticas afinal, enquanto por
extensão, muitos dos hospitais existem agora somente
como locais de saúde meramente física não mais de cura
espiritual. Os homens que os iniciaram tiveram, pelo
seu andar de intimidade com Deus, mantido aquelas
instituições firmemente no propósito dEle; mas quando
eles se foram, as instituições mesmas rapidamente
começaram a gravitar em torno de padrões e objetivos
mundanos, e classificando-se a si mesmas de “coisas do
mundo.” Nós não deveríamos estar surpresos com isso.



Nee continua a expandir sobre o tema, desta vez abordando o problema dos esforços de ajuda emergência humanitária:



Nos primeiros capítulos de Atos nós lemos como uma
contingência levou a Igreja a instituir ajuda ao santos mais
pobres. A instituição urgente do serviço social foi
claramente abençoada por Deus, mas era de natureza
temporária. Você pode exclamar, "Quão bom seria se
tivesse continuado? Somente alguém que não conhece
a Deus poderia dizê-lo. Tivessem aquelas medidas sido
prolongadas indefinidamente eles teriam certamente
enveredado na direção do mundo, uma vez que a
influência espiritual no trabalho na sua concepção foi
removida. É inevitável.
Aliás, existe uma distinção entre a construção da Igreja de
Deus, por um lado, e por outro, aqueles valiosos serviços
de caridade social que são descartados de tempos em
tempos pela fé e visão de seus membros. Por fim, porque
todos eles têm origem em uma visão espiritual, possuem
em si mesmos um poder de sobrevivência que a Igreja
de Deus não tem. Elas são obras cuja fé dos filhos de Deus
podem iniciar, porém elas uma vez que tenham mostrado sua
viabilidade, e adotado padrão de trabalho profissional, pode
ser prontamente sustentada e imitada pelo homem secular
totalmente à parte daquela fé.
A Igreja de Deus, deixe-me repetir, nunca deixa de estar
debaixo da dependência da vida de Deus, para sua
manutenção.



O problema com o evangelho social, mesmo quando vestido em trajes religiosos e funcionando dentro de instituições Cristãs, é que parece combater o que é basicamente uma guerra espiritual com as aramas da carne.
Nossa batalha não é contra a carne e o sangue ou sintomas do pecado como pobreza e enfermidades. É contra Lúcifer e incontáveis demônios que lutam dia e noite para levar almas humanas para uma eternidade sem Cristo.
Tanto quanto queremos ver centenas e milhares de novos missionários indo a todo lugar tenebroso, se eles não sabem o que fazer lá - o resultado pode ser fatal. Devemos enviar soldados para a batalha com as armas certas e entendendo as táticas do inimigo.
Se pretendemos atender ao maior problema do homem - sua separação do Deus eterno - com punhados de arroz, então nós estamos lançando o homem ao mar ao invés de ajudá-lo a sair da água.
Uma batalha espiritual lutada com armas espirituais produzirá vitórias eternas. Eis por quê nós insistimos em restaurar o equilíbrio correto no evangelismo mundial. A prioridade primordial sempre será o evangelismo e discipulado.








Capítulo 12

Uma porção de Arroz não é substituto para o Espírito Santo !






Para manter o desequilíbrio nas missões Cristãs, Satanás teceu uma poderosa rede de decepções e mentiras. Enquanto isso ele parece ter um argumento racional e lógico, eu discordo disto. O estômago de um homem não tem nada a ver com a condição de rebeldia de seu coração contra o Deus Santo. Um rico americano na Quinta Avenida em Nova Iorque ou um pobre pedinte nas ruas de Bombaim, de acordo com a Bíblia, são ambos rebeldes contra o Deus Todo-Poderoso. Para todas as pessoas, a única forma de tornar-se um filho de Deus e herdar o Seu reino é arrepender-se e humilhar-se diante do Senhor. O resultado desta mentira é o fato de que, durante a última centena de anos, a maior parte do dinheiro de missões foi investido em trabalho social. Enquanto algumas organizações missionárias mantiveram suas prioridades em evangelismo e plantio de igrejas, outras negligenciaram e às vezes ignorado o evangelismo e plantio de igrejas.

Mentira número dois: Trabalho humanitário é trabalho missionário
Esta mentira é a tragédia de todas as tragédias. É um dos mais sérios erros de interpretações de todos os tempos. Isto permitiu que milhões morressem e fossem para o inferno sem ouvir o verdadeiro Evangelho de Cristo. Esta mentira é ensinada e espalhada quase diariamente em especiais de TV e mensagens postais, quando organizações Cristãs pedem recursos para somente as necessidades físicas do homem. O Crente mediano impensadamente lança uns poucos dólares no ofertário, confiando em que os missionários “nos confins da terra” estão envolvidos em salvar os 3.8 bilhões de almas ainda não alcançadas. Mas na maioria dos casos, ele ou ela estão sendo terrivelmente enganadas. Com todo seu esforço social, tais missões representativas estão simplesmente fazendo um homem condenado sentir-se um pouco melhor antes de submergir numa eternidade de sofrimento.



Mentira número três: Obras sociais são não apenas trabalho social, mas são iguais a pregação do evangelho.
Morte e sepultura estão neste argumento. Lucas 16:9-23 nos conta a história lamentável do homem rico e Lázaro. Quais os benefícios das possessões do homem rico? Pôde ele pagar sua saída do inferno? Suas riquezas não foram capazes de confortá-lo.
O homem rico perdeu tudo incluindo sua alma. E Lázaro? Ele não teve bens a perder, mas fez preparações para usa alma. O que foi mais importante durante a sua vida aqui na terra? Foi o cuidado com o “corpo templo” ou a alma imortal? “Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, e perder-se, ou prejudicar-se a si mesmo? (Lucas 09:25).É um crime contra a humanidade perdida ir em fazer missões em nome de Cristo e apenas fazer obras sociais e ainda negligenciar o chamado do homem ao arrependimento - renunciar a seus ídolos e rebelião – e seguir a Cristo de todo o coração.

Mentira número quatro: Eles não ouvirão o evangelho a menos que possamos oferecer alguma coisa primeiro.
Tenho me sentado nas ruas de Bombaim com pedintes – pobres homens que em breve deverão estar mortos. Compartilhando o evangelho com muitos deles, falo que não tenho bens materiais para oferecer para eles, mas eu vim oferecer vida eterna. Eu começo a compartilhar o amor de Jesus que morreu por suas almas, falo das muitas mansões na casa de meu Pai (João 14:2) e para o fato de que eles podem ir para um lugar onde não nunca haverá fome ou sede. O Senhor Jesus vai enxugar cada lágrima dos seus olhos.
Eles não terão mais dívidas. Lá não haverá mais lamentações, ou choro ou dor (Apoc 7:16; 21:4).
Que alegria ao ver alguns deles abrindo seus corações após ouvirem a respeito do perdão de pecados que eles podem encontrar em Jesus! Que é exatamente o que a Bíblia ensina em Romanos 10:17, “Logo a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus”. Muitas vezes tenho dado minhas roupas, comida e dinheiro para as pessoas pobres. Mas nunca o fiz com a esperança de faze-los vir a Jesus, faze-los desejar arrepender-se. Nem Jesus o fez. Ele ajudava o pobre porque Ele os amava; mas Ele gastou a maior parte do Seu ministério ensinado e fazendo discípulos. Substituir o Espírito Santo por uma tigela de arroz nunca salvará uma alma e raramente mudará a atitude do coração de um homem. Quem já fez trabalho social pode explicar melhor o que eu quero dizer. Mesmo Jesus reprovou as multidões porque conhecia os seus corações.Muitos O seguiram somente porque O procuravam por causa de um almoço de graça. Não estou dizendo às ricas igrejas da América deveriam parar de gastar bilhões de dólares para saciar as necessidades humanas aqui e no exterior.



Percebemos que nós nem mesmo começaríamos a fazer um entalhe no reino das trevas até que anunciarmos a Cristo com toda a autoridade, poder e revelação que nos é dado na Bíblia. Aprendi esta horrível verdade a respeito da ineficácia da ajuda humanitária no final da década de 70 numa expedição de pesquisa ao norte da Índia antes de iniciarmos a pregação. Através de igrejas da Índia, vários hospitais e escolas missionárias são bem conhecidos. Meus colaboradores e eu estávamos ansiosos para encontrar alguns desses missionários e conhecer suas igrejas locais. Nós queríamos encontrar especialmente os crentes nas vilas próximas as afamadas estações missionárias. Para nosso assombro não encontramos qualquer congregação viva em nenhum lugar. Quase não havia crentes. As vilas circundantes estavam em profunda escuridão espiritual como elas estavam a duzentos anos atrás antes da chegada dos missionários. Nós ficamos chocados por ver que depois de oitenta e um anos de constante trabalho missionários, e depois de um investimento de milhões de dólares nestas áreas, poucas, se alguma, alguma igreja viva segundo o Novo Testamento. Quando nós viajamos através da Índia e muitas outras nações Asiáticas, podemos ver este mesmo cenário repetido de novo e de novo. Em poucos países esta falha do /cristianismo humanitário é mais palpável do que na Tailândia. Lá, depois de 150 anos de mostrar um maravilhoso trabalho social, a Igreja ainda atinge apenas um décimo de um por cento de toda a população. O sacrifício pessoal dos missionários provavelmente tem feito mais para modernizar o país do que qualquer outra iniciativa. Eles deram ao país seu conjunto de serviços públicos, educação e sistema de saúde. Trabalhando junto à família real, os missionários desenvolveram um papel crucial na eliminação da escravidão e manteve o país livre do controle do Ocidente durante a era colonial.



A Tailândia deve aos missionários a difusão da alfabetização, primeira publicação impressa, primeira universidade, primeiro hospital, primeiro doutor, e quase todos os benefícios de educação e ciência. Em cada área, incluindo diplomacia e comércio, Cristãos missionários colocaram as necessidades da nação anfitriã em primeiro lugar e ajudaram a conduzi-la ao século vinte. Mas hoje virtualmente tudo permanece desta forma como um conjunto de boas obras. Milhões enquanto isso partiram para a eternidade sem o Senhor. Eles morreram mais educados, melhor governados e saudáveis – mas morreram sem Cristo e foram lançados no inferno.
O que estava errado? Esses missionários não foram dedicados o bastante? Suas doutrinas não eram Bíblicas? Talvez eles não cressem no inferno eterno ou na eternidade do paraíso. Faltou para eles o treinamento Bíblico, ou eles não saíram para pregar para os perdidos? Eles trocaram prioridades, as de estar interessados em salvar as almas para apenas aliviar o sofrimento humano? Sei agora que foi um pouco de todas estas coisas.



Enquanto estava buscando respostas as estas questões, eu encontrei pobre, minimamente educados, irmãos nativos envolvidos no trabalho do Evangelho em áreas pioneiras. Eles nada tinham de material para oferecer para as pessoas a quem estavam pregando –sem treinamento agrícola e auxílios médicos ou programa escolar. Mas centenas de almas eram salvas, e em poucos anos, um número de igrejas eram estabelecidas. O que estes irmãos estavam fazendo para atingir tais resultados, enquanto outros com muito mais recursos tinham falhado?
A resposta reside na compreensão que temos do significado do trabalho missionário. Não há nada de errado com as ações caridosas – mas elas não devem ser confundidas com a pregação do Evangelho. Programas de alimentação podem salvar um homem de morrer de fome. Cuidados médicos podem prolongar sua vida e combater suas enfermidades. Projetos de moradia podem fazer sua vida temporariamente mais confortável - mas somente o Evangelho de Jesus Cristo pode salvar a alma de uma vida de pecado e uma eternidade no inferno!
Procure dentro dos olhos tristes de uma criança faminta ou ver a vida perdida de um viciado em drogas é somente ver as evidências da opressão de Satanás sobre este mundo. Ele é o inimigo número um da humanidade, e fará qualquer coisa dentro do seu alcance para matar e destruir as pessoas. Mas tentar combater este terrível inimigo com armas físicas é lutar contra tanques de guerra com pedras.



Quando o comércio chegou às Ilhas Fiji, um mercador que era ateu e cético desembarcou na ilha para negociar. Ele estava conversando com o chefe Fiji e notou uma Bíblia e alguma parafernália religiosa próximo à casa.
“Que vergonha,” ele disse, “que vocês tenham aprendido estas bobagens sem sentido dos missionários.”
O chefe replicou, “Você vê aquela grande pedra branca ali? É a pedra onde nós a poucos anos atrás usávamos para esmagar as cabeças de nossas vítimas para retirar os seus cérebros. Você vê aquele grande forno acolá? É o forno onde a poucos anos nós assávamos os corpos de nossas vítimas antes de nos banquetearmos com eles. Se nós não tivéssemos escutado aquilo que você chama de tolices daqueles missionários, eu posso lhe garantir que sua cabeça já teria sido esmagada naquela rocha e seu corpo estaria assando naquele forno.”
Não há lembrança de resposta do comerciante àquela explanação da importância do Evangelho de Cristo. Quando Deus muda o coração e espírito, o físico muda também. Se você só pretende atender as necessidades do pobre neste mundo, não há lugar melhor para começar do que pregando o Evangelho. O Evangelho fez mais para salvar o oprimido, o faminto e o necessitado do que todos os programas sociais jamais imaginados pelo humanismo secular.



Recentemente o Banco Mundial publicou uma reportagem revelando pela primeira vez que 27 milhões de Chineses minguaram até a morte durante a “Grande Marcha” esquema de desenvolvimento econômico de Mão Tse-Tung nos anos 50. Mais recentemente o mesmo pensamento levou à morte três milhões de Cambojanos quando os comunistas ocuparam Kampuchea (antigo Camboja). Não vamos nunca esquecer que estes esquemas – mais as ações de todos os Hitlers e Satalins neste século - foram a extensão do humanismo secular aplicado por governos. Este é o melhor que estes engenheiros sociais têm a oferecer quando eles possuem o controle total de uma nação. Nós precisamos ponderar longa e arduamente os resultados devastadores que este pensamento teve sobre a Igreja e sua missão ao mundo perdido. Será que milhões hoje estão sofrendo nas chamas do inferno porque nós focamos nas suas carências físicas superficiais mais do que nas suas necessidades mais básicas?
Se o Evangelho em sua pureza houvera sido pregado na China e Índia no último século – ao invés de uma versão diluída do Sermão da Montanha – estou certo de que a liberdade e prosperidade prevaleceriam na maior parte da Ásia hoje. Indiretamente, o Evangelho verdadeiro produz mais mudanças sócias do que todo os esforços terrenos combinados. Muitos evangelhos humanistas são verdadeiramente lamentáveis esforços humanos



Após o seu batismo, muitos dos convertidos sofrem perseguições de vizinhos e mesmo de suas próprias famílias. Quando estes crentes saem da água, o pastor freqüentemente diz, “Sê fiel até a morte, e receberá a coroa da vida.”
Simon Kujur (à esquerda), cuja história está no capítulo final deste livro, em pé com novos convertidos que ele ganhou para o Senhor. Este é o começo de uma Igreja de Crentes. Eventualmente centenas estarão adorando aqui.

Nossa meta é estabelecer igrejas locais nas vilas não alcançadas da Índia e através da Ásia. Esta igreja é fruto do trabalho de um missionário e foi plantada dentro do seu primeiro ano no campo de missões. Igrejas como esta, que comportam 300 crentes, podem ser construídas por cerca de U$ 5.000 dólares.

Naraian Sharma (à direita) é diretor do trabalho de Gospel for Ásia no Nepal. Durante anos GFA treinou dedicados Irmãos e Irmãs Nepaleses, agora ganhando os perdidos em algumas das mais difíceis regiões do reino Hindu. Os pontos brancos no mapa representam igrejas que eles plantaram.


A maioria dos jovens que freqüentam os centros de treinamento do GFA vêm com o compromisso de i r às áreas não atingidas para pregar o Evangelho. Gospel for Ásia está comprometido a ajudar estes jovens a tornarem-se firmemente fundamentados na Palavra de Deus antes de serem enviados.

Após três anos seu intensivo treinamento missionário acaba, e agora estes jovens são enviados para plantar igrejas em lugares completamente não alcançados. “Se lhe é dado o privilégio de ser um mártir por amor ao Senhor,” lhes é falado, “lembrem-se de que o paraíso é um lugar muito melhor. Ele prometeu nunca os deixar ou nunca os esquecer.”


Em cada centro de treinamento GFA os estudantes aprendem a Bíblia atráves do método de estudo indutivo.
Antes da graduação, os estudantes devem demonstrar sua habilidade em estudar e comunicar a Palavra de Deus usando este método. Isto assegura que as igrejas são plantadas, novos crentes estarão firmemente apoiados nas verdades Bíblicas.
O anseio de Gospel for Ásia é treinar, equipar e enviar 100.000 jovens, para plantar igrejas entre as vilas não alcançadas do campo missionário, ganhando almas para Cristo e estabelecendo novas igrejas.
para encontrar um atalho para o paraíso enquanto ainda nesta vida.
Mas não podemos mudar o passado; devemos nos concentrar em pregar o Evangelho de Cristo para nossa geração. A.W. Tozer disse muito bem em seu livro Of God and Man : “ Proclamar uma decaída, degenerada marca de Cristandade em terras pagãs é não cumprir com o mandamento de Cristo ou desvencilharmos de nossa obrigação para com o perdido.”
Estas terríveis palavras de Jesus deveriam assombrar nossas almas: “porque percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o tornais duas vezes mais filho do inferno do que vós” (Mat 23:15).



Devemos aprender com o erro das missões no passado e não repeti-los. Pouco antes da China ser tomada pelos comunistas, um oficial comunista fez uma declaração reveladora para um missionário, John Meadows: “ Vocês missionários têm estado na China por mais de cem anos, mas não ganharam a China para a sua causa. Vocês lamentam fato de que existem incontáveis milhões que nunca ouviram o nome de seu Deus. Nem sabem qualquer coisa de seu Cristianismo. Nós comunistas estamos na China a menos de 10 anos, e não há um Chinês que não sabe... que não tenha ouvido o nome de Stalin... ou alguma coisa sobre o comunismo... nós enchemos a China com a nossa doutrina.



“Agora deixe-me dizer a você onde vocês falharam e nós tivemos sucesso,” continuou o oficial. “Vocês tentaram atrair a atenção das massas com a construção de igrejas, missões, hospitais missionários, escolas e outras. Mas nós comunistas temos imprimido nossa mensagem e espalhado nossas publicações por toda a China. Algum dia vamos expulsar vocês missionários para fora do nosso país, e o faremos por meio de páginas impressas.”



Hoje, naturalmente, John Meadows está fora da China. Os comunistas tornaram em realidade as suas palavras. Eles ganharam a China e expulsaram os missionários. Realmente, o que os missionários não fizeram em cem anos, os comunistas o fizeram em dez.Um líder Cristão disse que se a igreja tivesse gastado mais tempo na pregação do Evangelho como fez com os hospitais, orfanatos, escolas e asilos – necessários que eram – a Cortina de Bambu não existiria hoje.
A tragédia da China está se repetindo hoje em outros países. Quando nós permitimos o foco da atividade missionária sobre as necessidades físicas do homem sem o correto equilíbrio espiritual, nós estamos participando em um programa que no final envia pessoas para o inferno.