Não devemos ficar admirados com o fato de Deus salvar alguns e deixar com que outros justamente pereçam, mas devemos nos admirar sim do fato de Deus salvar, nem que seja uma só alma, pois se Deus resolvesse salvar, por exemplo, um só dos filhos decaídos de Adão já seria o bastante para reconhecermos que Ele agiu com misericórdia e amor. Se Deus quis por seu coração em alguns somente, quem somos nós para dizer que isso é errado? Pois se Deus condenasse a todos estaria sendo justo. Agora se Ele ama a homens que não merecem nada, por que censurar se de todos Ele não amou todos? Não nos é melhor chamá-los de agraciados, e milagres do amor de Deus que os amou de maneira incompreensível?
Talvez você esteja se perguntando por que somente alguns, se é verdade que todos nada mereciam. Tudo bem! Mas te pergunto: Não seria pior se Deus resolvesse não salvar ninguém? No caso do ímpio Deus não precisa fazer nada para que ele vá para onde está contribuindo ir. Esse nada da parte de Deus para com o ímpio é um nada mais do que justo. Deus predestinou "sim" homens e mulheres para a Salvação, tornando os santos no presente, por seu Espírito. Agora pergunte para o ímpio se ele que ser santo! Claro que não quer. Então ele não pode criticar uma doutrina que diz que Deus de antemão escolheu sua família, pois ele, o ímpio, não quer ser membro de uma família de santos. Em nenhuma parte das Escrituras há uma afirmação de que Deus salva homens e mulheres “porque eles” são santos, mas sim porque Deus graciosamente os tornou santos e nem que é questão de justiça entre Deus e diretamente o homem, mas justiça entre Deus e Cristo, muito menos que diretamente e independente de Cristo Deus salva pela justiça do homem o homem, mas sim que é questão de misericórdia, porque se fosse questão do que é justo ninguém seria salvo.
Pergunto-te, tens tu, independente de Cristo algo que o recomende a Deus? Você pode afirmar que sem o Espírito buscou a Deus em oração? Não devemos inconscientemente negar a necessidade de um Salvador que salva aqueles que não podem de outra maneira se salvarem. Sinto muito com a incoerência e ignorância de muitos para com as Escrituras, mas os será sábio reconhecer que estavam errado e cegos para com a Justiça de Deus, a qual Ele sozinho providenciou por que se fica-se a nosso encargo providenciá-la nunca que a conseguiríamos pois a Lei divina requer obediência perfeita e nós sabemos que não somos perfeitos. Se a graça não salva o que então me salvará? Como poderei me orgulhar diante de Deus com meus trapos de imundícia? Como posso negar que me encontrava em trevas, quando meu espírito estava morto para com as coisas divinas? Como negarei que sou um milagre, uma obra peculiar do Espírito Santo?
Há este orgulho que quer que eu negue que Deus me buscou primeiro antes de eu buscá-lo, mas como posso me render tão facilmente diante de tantas evidencias de que se Deus não me atrai-se a si eu nunca que o teria escolhido? É melhor por o orgulho de lado e reconhecer a misericórdia, mas se a misericórdia depende de mim já não é misericórdia salvadora e sim algo conquistado por mim, pois se eu afirmar que eu a alcancei por meus méritos, será melhor chama lá de recompensa e não de misericórdia.
Autor: Flávio Teodoro
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