M. Martins
"Ouvi-me, ó duros de coração, os que estais longe da justiça" (Isaías46:12)
O cristianismo bíblico é a única religião mundial que pode olhar para o futuro e conhecer, com extrema segurança, as coisas que estão para acontecer. Deus estabeleceu as profecias "como uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações" (2ª Pedro 1:19, 2ª parte).
As profecias propiciam não somente segurança, mas também arrependimento, perseverança, motivação, coragem, fé e muito mais. Não foi em vão que Jesus se reportou diversas vezes aos profetas para confrontar os judeus, para comprovar a sua missão e para alertar aos seus discípulos. Não foi igualmente à toa que os apóstolos invocaram as profecias para levar as boas novas da salvação e para ensinar àIgreja.
OS PROFETAS COLOCADOS EM PÉ DE IGUALDADE COM A LEI COMO PROVA DAAUTENTICIDADE DAS PROFECIAS
As vezes em que os profetas são citados na Bíblia em concomitância coma lei nos informam a canonicidade e a autenticidade dos livros doVelho Testamento e, ao mesmo tempo, revelam a obrigatoriedade da observância tanto da lei quanto dos profetas.
A advertência feita por Deus ao povo de Israel e de Judá em 2 Reis 17:13 (2ª parte) prova esse paralelismo: "Convertei-vos de vossos maus caminhos, e guardai os meus mandamentos e os meus estatutos, conforme toda a lei que ordenei a vossos pais e que eu vos enviei pelo ministério de meus servos, os profetas" (v. tb. Dn 9:10; At. 24:14; Mt. 7:12 e 22:40; Lc 16:16; etc.). Israel havia rejeitado aos profetas (v. 14) e descumpria a lei (v.15), porquanto eles (os profetas) asseveravam veementemente o pecado, censurando-o, e conclamavam o povo ao arrependimento e à obediência à Palavra de Deus.
A conseqüência pela desobediência à lei e aos profetas foi-lhes deveras danosa: "Assim andaram os filhos de Israel em todos os pecados que Jeroboão tinha feito; nunca se apartaram deles; Até que o SENHOR tirou a Israel de diante da sua presença, como falara pelo ministério de todos os seus servos, os profetas; assim foi Israel expulso da sua terra à Assíria até ao dia de hoje" (vs. 22 e23). De tal modo, a conseqüência para a Igreja do Senhor, se não observar os Seus mandamentos e os profetas, será extremamente nociva.
OS APÓSTOLOS COLOCADOS EM PÉ DE IGUALDADE COM OS PROFETAS COMO PROVADA CANONICIDADE DO NOVO TESTAMENTO
Se os profetas deveriam ser observados no VT eqüitativamente à lei, de igual modo passou a ser obrigatória à Igreja observar os Apóstolos (ou o NT) em pé de igualdade com as profecias (VT). Nós, a Igreja de Cristo, estamos "edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina" (Efésios 2:20).
Tal fato nos remete não somente à obrigatoriedade da observância doNovo Testamento, mas também à sua canonicidade. Jesus prometeu o Espírito da Verdade, pelo qual os apóstolos seriam dotados de autoridade para anunciar as verdades neotestamentárias (João16:12-15). Paulo, na primeira carta aos tessalonicenses, deu graças a Deus porque os crentes haviam recebido a pregação dos Apóstolos "não como palavra de homens, mas (segundo é, na verdade), como palavra de Deus, a qual também opera em vós, os que crestes" (2:13). E o Apóstolo Pedro, por sua vez, aponta para as epístolas de Paulo como sendo sabedoria que lhe foi dada da parte de Deus (2 Pedro 3:15).
AS PROFECIAS COMO PROVA INTERNA DA ORIGEM DIVINA DA BÍBLIA
Diariamente, somos bombardeados por inúmeros ataques à nossa fé, tanto pelos meios de comunicação de massa como por palavras de incrédulos usados por Satanás. Mas, ainda que o veredicto dos céticos seja emprol da rejeição da Bíblia, nós "...temos, mui firme, a palavra dosprofetas, à qual bem fazeis em estar atentos... Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo" (2ª Pedro 1:19, 1ªparte, e 21).
A verdade é que as profecias são as mais contundentes e irrefutáveis provas da veracidade da Bíblia e de sua origem divina. Todo e qualquer argumento ateísta se torna abertamente falacioso quando confrontado com o cumprimento das profecias. "...sempre seja Deus verdadeiro, e todo o homem mentiroso..." (Romanos 3:4). Nesse diapasão, lemos em Isaías 46:9-10: "Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante a mim. Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade". Quem é como o nosso Deus, justo e Salvador, que revela ao seu povo santo as verdades que estão para acontecer e conclama o ímpio ao arrependimento? Grande é em sabedoria e ciência e nada há que escape ao seu conhecimento.
A IMPORTÂNCIA DAS PROFECIAS
Rasgando o negro manto do futuro, as profecias, quando bem interpretadas, constituem-se em uma fonte de luz para os que a observam. As fortes implicações da falta de cuidado com as Escrituras proféticas podem ser traduzidas na resposta de Jesus aos judeus incrédulos em João 5:39: "Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam". Jesus veio em nome do Pai e eles não O aceitaram com a mesma facilidade com que aceitarão outro que vier em seu próprio nome (v. 43).
Se estivermos atentos a elas, as profecias nos conduzirão a uma melhor compreensão do significado da história, do destino da humanidade, dos sinais dos tempos, da inspiração plena da Bíblia, além de nos fornecer uma sólida expectativa do futuro, o que não é encontrado em nenhum outro livro "sagrado". Eis porque se torna até pecado não atentar aos profetas, preparando-nos para as coisas vindouras.
Que possamos ser semelhantes às cinco virgens prudentes, que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do esposo preparadas, levando azeite em suas vasilhas, com as suas lâmpadas, e, chegando o esposo, entraram com ele para as bodas (Mt 25:1-13). Portanto, como o Apóstolo Paulo, sirvamos "...ao Deus de nossos pais, crendo tudo quanto está escrito na lei e nos profetas" (Atos 24:14).
Marcos Martins
Artigo postado anteriormente na revista Sã Doutrina