Charles Hodge
A vontade decretiva de Deus diz respeito a seus propósitos, e se relacionam com a fortuidade dos acontecimentos. A vontade preceptiva se relaciona com a norma do dever para com suas criaturas racionais. Ele decreta tudo o que propõe efetuar ou permitir. Prescreve, segundo sua própria vontade, o que suas criaturas devem fazer ou abster-se de fazer.A vontade decretiva e a vontade preceptiva de Deus nunca podem entrar em conflito. Deus nunca decreta fazer ou levar a outros fazer o que Ele proíbe. Ele pode, como vimos que faz, permitir o que proíbe. Ele permite aos homens pecar, embora o pecado seja proibido.
Isso é expresso de forma mais escolástica pelos teólogos, dizendo: Uma vontade decretiva positiva não pode consistir em uma vontade preceptiva negativa; ou seja, Deus não pode decretar fazer os homens pecar. Mas uma vontade decretiva negativa pode consistir em uma vontade preceptiva afirmativa; por exemplo, Deus pode ordenar que os homens se arrependam e creiam, e todavia, por razões sabias, abster-se de proporcionar-lhes arrependimento.
A distinção entre voluntas beneplaciti et signi, como esses termos são comumente usados, é a mesma entre a vontade decretiva e preceptiva de Deus. Uma se refere aos seus decretos, fundamentados em seu beneplácito; a outra, a seus mandamentos, fundamentados no que ele aprova ou desaprova.Pela vontade secreta de Deus, quer-se dizer seus propósitos, quando ainda ocultos em sua própria mente; por sua vontade revelada, seus preceitos e seus propósitos, até onde são feitos conhecidos a suas criaturas.
Teologia Sistemática de Charles Hodge p. 304 e 305.
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