Richard L. Mayhue
Dr. Jack Deere, ex-professor do Seminário Teológico de Dallas, famoso cessacionista convertido à posição não-cessacionista com respeito aos atos miraculosos de Deus através dos homens, relata sua trajetória em Surpreendido pelo Poder do Espírito . Sustenta que os cessacionistas têm argumentado mais sobre o “silêncio” do que sobre texto explícitos da Escritura, e por isso torcem a Escritura, uma vez que não há passagem alguma na Sagrada Escritura que comprove esse ponto. Nesta breve análise do seu trabalho resta patenteado que Deere, como de resto os não-cessacionistas, cometem erros de interpretação que redundam em conclusões biblicamente infundadas de que os atos miraculosos de Deus têm continuado para além da Era Apostólica – ainda que com menor qualidade e freqüência.
Em três lugares em seu livro, Surpreendido pelo Poder do Espírito , o Dr. Jack Deere apresenta algo como o seguinte cenário hipotético.
Se um recém-convertido, que não sabe de história do Cristianismo ou de Novo Testamento, fosse trancado numa sala por uma semana, com uma Bíblia, sairia dali crendo que os milagres fazem parte da experiência atual da Igreja. Seria necessário um teólogo muito astuto para convence-lo do contrário.
O que responder diante disso?
À primeira vista e sem muita reflexão, alguém pode concordar com isso. Quando, porém, se dá uma segunda olhada nesta rápida declaração ocorre uma situação em que tanto se pode concordar quanto discordar . Concordar que um novo convertido, totalmente alheio à história, que não tenha nenhuma experiência de interpretação bíblica, e não seja dotado de nenhuma ferramenta de estudo, pode concluir que a Igreja de hoje experimenta milagres tal como a do primeiro século. Mas, poderá discordar , totalmente, e provavelmente o leitor há de convir, que o novo convertido tenha muita ou alguma possibilidade de estar correto. Desde quando um novo convertido com apenas uma Bíblia em mão é uma autoridade em correta análise teológica, isso no tocante a tema tão complexo como milagres? Além disso, por que o teólogo precisa ter "experiência" com o miraculoso para crer que as Escrituras são suficientes, sem o recurso da experiência, para enunciar uma doutrina clara (2 Tim 3:16-17)?
Emerge dai uma grande questão para Deere e os seus seguidores: por que a conclusão de qualquer teólogo treinado, com conhecimento histórico e capacidade para fazer uso de boas ferramentas de estudos bíblicos, deve ter o mesmo peso de uma conclusão imatura de um novo crente que não sabe nada? Não pode ocorrer que este esteja simploriamente utilizando uma combinação de experiência e teologia ré-determinada para de qualquer maneira sobrepor a iminentes conclusões razoáveis?
Não pensam assim as várias pessoas que o autor e/ou editor solicita para endossar a obra ora em análise. Wayne Grudem, professor de Teologia Bíblica e Sistemática do Trinity Evangelical Divinity School, escreve, "Esta é a resposta mais persuasiva que eu tenho lido às pessoas que dizem que os dons extraordinários como curas e profecias não são para os dias de hoje”. Ora, se Grudem detém as mais altas credenciais de estudioso, presume-se que ele tenha compulsado todos os melhores volumes que tratam da matéria e entendeu que o livro do Dr Deere ofereceria uma contribuição superlativa para o esclarecimento deste assunto.
Outros famosos personagens têm oferecido comentários igualmente entusiasmados. "Este livro é verdadeiramente um marco !” escreveu C. Peter Wagner do Fuller Theological Seminary. R. T. Kendall, ministro da Westminster Chapel de Londres, tem entusiasticamente sugerido, "Simplesmente escrito, brilhantemente discutido, a tese do Dr. Deere é, em minha opinião, irrefutável." Considerando a bem propalada conversão de Deere ao não-cessacionismo e o seu visível relacionamento John Wimber e Paul Cain, além dessas recomendações excepcionais, alguém que leva a sério o ministério do Espírito Santo deve seriamente ler livro de Deere, usando o "método de Beréia" de examinar a Sagrada Escritura para ver se as coisas são exatamente assim (Atos 17:11). A palavra de Deere corresponde à Palavra de Deus?
ANTECEDENTES DO AUTOR
Deere possui vários títulos acadêmicos: bacharelado em Texas Christian University, mestrado (ThM) e doutorado (ThD) em teologia em Dallas Theological Seminary. Ensinou em Dallas Theological Seminary de 1976 até 1987 quando a instituição o despediu por causa de suas posições não-cessacionistas. (39-40).
Segundo o autor, ele originalmente defendia uma forte visão cessacionista em consonância com o seu treinamento e experiência docente no Dallas Theological Seminary - DTS. Depois de um ano de viagem a estudo à Alemanha (1984-1985), voltou ao DTS no ano escolar 1985-1986 (16). Enquanto convidava o Dr. John White, um psiquiatra britânico, para pregar numa conferência de igreja, Deere teve sua vida mudada, em vinte minutos de conversa ao telefone com White em janeiro de 1986 (14, 23).
White serviu na Comunidade Vineyard de Anaheim, pastoreada por John Wimber, desde meados de 1985 (35). White esteve em Fort Worth em abril de 1986, para uma série de conferências, fato que foi relatado por Deere no Capítulo 2 do seu livro. (25-32). Várias semanas mais tarde, Deere encontra-se com Wimber ai mesmo em Fort Worth (33). Como resultado, Deere e Wimber se tornaram bons amigos; Deere visitou Comunidade Vineyard de Anaheim em várias ocasiões durante 1986-1987 (39).
Depois de sua saída do DTS em outono de 1987, Deere também foi integrado à equipe pastoral da Comunidade de Kansas City pastoreada por Mike Bickle (38). Ele então fez planos para se mudar para Anaheim e tornar-se pastor auxiliar de tempo integral de John Wimber (40).
Deere permaneceu com Wimber até inicio de 1990, quando voltou para a área de Dallas-Fort Worth. Daí em diante, Deere escreve e dá palestras no mundo todo sobre os dons do Espírito Santo.
Pelo próprio testemunho de Deere, John Wimber, o psiquiatra britânico John White e Paul Cain tem exercido as maiores influências sobre ele (35-43). Além disso, quatro meses de intenso estudo das Escrituras de janeiro a abril de 1986 (24) e suas experiências (15-43) combinaram-se para convence-lo de que os dons extraordinários ainda operam hoje na Igreja da mesma forma que no primeiro século.
SINOPSE
Deere divide sua obra em três seções distintas com três apêndices:
1. Chocado e Surpreendido (13-43).
2. Concepções Despedaçadas (45-159).
3. Buscando os Dons e o Doador (163-207).
Os apêndices apresentados,
A. Outras Razões Pelas Quais Deus Cura e Opera Milagres (210-220).
B. Os Dons Espirituais (Miraculous Gifts) cessaram com os Apóstolos? (221-243).
C. Houve Somente Três Períodos de Milagres? (245-258).
Além disso, inclui uma extensa lista de notas de rodapé e de citações bíblicas. Chocado e Surpreendido
Deere começa com um conjunto de três capítulos, vinte nove páginas acerca da confissão de como, em janeiro de 1986, os seus melhores argumentos cessacionistas, acumulados durante os numerosos anos de pastorado, estudo em nível de doutorado e outras pós-graduações em seminários teológicos não suportaram vinte minutos de conversa com o psiquiatra John White (17-23). Depois dos próximos quatro meses de estudo das Escrituras, Deere tornou-se não-cessacionista que crê que Deus cura e fala hoje (23). Em algum tempo não designado no passado, a esposa de Deere, Lessa, tinha abraçado a posição não-cessacionista (17) e tinha estado orando freqüentemente pela sua conversão (17-19).
No Capítulo Dois relata a conferência de White na igreja de Deere em Fort Worth (26-33). Como resultado do ministério de White e a introdução de Deere no ministério de Wimber, Deere freqüenta um encontro promovido por Wimber no Texas (35). Conseqüentemente, após esse encontro, Deere ficou amigo íntimo de Wimber (39) e subseqüentemente encontra-se Paul Cain, na época associado a Wimber (cf. 169).
Esta seção, que de forma autobiográfica relata odisséia de Deere, tem um propósito claramente declarado (43):
Nas páginas que se seguem, quero compartilhar com você algumas das coisas tenho aprendido nestes últimos anos, tanto nas Escrituras como na experiência prática. Elas o ajudarão a aprender como perseguir e experimentar a os dons do Espírito sem os abusos que tanto tem prejudicado a Obra de Deus. Também quero compartilhar com você das objeções teológicas que eu tinha ao atual ministério Espírito Santo, bem como as respostas que removeram de mim tais objeções. Finalmente, quero discutir os temores e os empecilhos que tenho experimentado ao tentar ministrar no poder do Espírito Santo, e como essas coisas vêm sendo removidas.
Concepções Despedaçadas Deere continua com sua narração autobiográfica através do Cap. 4 "O Mito da Pura Objetividade Bíblica " (47-59) quando conclui que "nenhum escritor cessacionista que conheço tenta firmar seu ponto à base exclusiva das Escrituras" (58).
Os capítulos 5-6 relatam o que para ele seriam as três razões maiores por que os crentes bíblicos não crêem nos dons miraculosos do Espírito Santo hoje:
Eles não os têm visto (58, 61-76).
Eles não podem encontrar os milagres semelhantes aos do Novo Testamento na história da igreja (76-80).
Eles estão confusos com os dons mal utilizados, ou o que eles assim considera, nas igrejas contemporâneas e nos movimentos de cura (81-90).
No Capítulo 7, "Assustados Até a Morte pelo Espírito Santo," discorre sobre (1) o ministério da Rua Azusa, (2) John Wimber e Jonathan Edwards, (3) textos selecionado da Escritura, e (4) experiência pessoal, numa tentativa de validar a teoria de que Deus está dando manifestações físicas hoje.
O ponto crucial da tese de Deere está nos Caps. 8-10, "Eram os Milagres Temporários?" "Por Que Deus Cura?" e "Por Que Deus Concede Dons Miraculosos?". Deere conclui, "também não se pode dizer que os milagres tinham o propósito de confirmar os Apóstolos, ou provar a autoridade das Escrituras" (116). Ele aduz , "Em Tiago 5:14-16, Deus comissiona a Igreja [a curar] . . ." (129). Além Disso ele diz, "1 Corinthians 12-14 apresenta seis razões que se aplicam tão bem aos dias de hoje quanto no primeiro século da Igreja . . ." (142).
No Cap. 11 "Por Que Deus Não Cura" Deere não chega a negar que há algo de bom nas doenças (155-57). Mas ele conclui que (1) apostasia, (2) legalismo, (3) fé morna, e (4) plano do Deus fazem com que descreiam nas curar (147-55). Ele termina por apelar para 2 Cron. 7:14 como uma promessa que ele crê ser válida para hoje (157).
Buscando os Dons e o Doador
Os capítulos finais tratam da paixão do cristão e o seu amor por Cristo. A seção em que Deere adverte contra as igrejas que colocam a questão dos dons acima de qualquer coisa (173-77) é recomendável. O Capítulo 13, "Paixão por Deus," relata a falta de paixão de Deere enquanto era cessacionista (184, 186-87) e como ele recuperou sua paixão como não-cessacionista (189-94). No capítulo final` "Desenvolvendo o Amor e o Poder" argumenta que (1) a paixão por Deus é a chave para o poder (195-6) e (2) os cessacionistas não têm nenhum poder; portanto os cessacionistas não têm nenhuma paixão por Deus (186). Ele tenta provar seu ponto com umas cinco páginas de ilustração que ele recebeu segunda mão (203-6). Alguém não poderia admirar-se, então, que João Batista a quem Jesus disse que foi o maior dentre os nascido de mulher (Lucas 7:28) não tenha realizado nenhum milagre em seu ministério (João 10:41)?
No seu epílogo "Ouvindo Deus Falar nos Dias de Hoje" (201-07), Deere adia esta discussão para um livro próximo. Quem quer saber quais e por que as crenças do autor sobre revelação contínua da vontade do Deus têm que esperar para o anunciado, Surpreendido pela Voz de Deus ( Surprised by the Voice of God – Grand Rapids: Zondervan, 1994) que se informa que estará pronto para lançamento no outono de 1994.
Nos três apêndices, Deere discute contra Benjamin B. Warfield , John MacArthur, e Peter Masters, os quais têm escrito de uma perspectiva cessacionista. Ele sustenta que os dons sobrenaturais vistos nos Evangelhos e em Atos não foram limitados para somente uns poucos (212-19) e que um apostolado do tipo adotado pelos apóstolos originais ainda existe hoje (221-43). No Apêndice C "Houve Somente Três Períodos de Milagres?", Deere questiona o modo de compreender de John MacArthur sobre os milagres (246-58).
HERMENEUTICA E EXPERIÊNCIA
Pela leitura seletiva, alguém pode pensar que Deere chegara às suas conclusões não-cessacionistas primeiramente através de um estudo cuidadoso da Escrtiura (22-23, 75, 99, 101). Deere mesmo testemunha, "A mudança em minha maneira de pensar não resultara de qualquer experiência ou fenômeno supernatural. Antes, resultara de um paciente estudo das Escrituras " (24).
Entretanto, suas próprias colocações colocam sérias dúvidas quanto à precisão desta percepção. Por exemplo, na descrição de sua conversão de cessacionista para não-cessacionista (13-41), ele lista dez maiores experiências para embasar seu testemunho:
1. conversa ao telefone o Dr. White (16-24);
2. a história de seu passado cessacionista (13-15);
3. sua esposa carismática ora por ele (15-16);
4. a conferência do Dr White (25-30);
5. um demônio possuindo um cristão (26-30);
6. uma mulher curada de um aneurisma (31-32);
7. seu relacionamento com John Wimber (33-37);
8. uma mulher curada de problemas crônicos (35-37);
9. seu relacionamento com Paul Cain (38-41);
10. o restabelecimento de Linda Tidwell (40-42).
Nas vinte e nove páginas seguintes descrevem uma experiência atrás de outra, ele não apresenta nem discute ou expõem uma única passagem da Escritura. Quando muito, ele apenas cita oito textos:
1. Fil . 2:25-27 (20)
2. 1 Tim 5:23 (20)
3. 2 Tim 4:20 (20)
4. Mateus 18:3-4 (30)
5. Lucas 8:26 (31)
6. Tiago 5:14-16 (31)
7. 1 Cor 14:24-26 (36)
8. 1 Cor 14 (38) .
Deere apresenta na seção subseqüente (45-86) três premissas que se admitidas, segundo ele, farão com que os cessacionistas encontrem condições de se converterem como ele o fez:
1. Se eles vêem milagres autênticos em sua experiência real (57, 61-76).
2. Se eles encontrarem milagres de qualidade idêntica a do Novo Testamento na história da Igreja (62, 71-76).
3. Se eles encontrarem uma cura com o uso de dons miraculosos na Igreja (62, 77-86).
Vamos rever então a situação hipotética mencionada no inicio deste artigo. Deere argumenta, "se você trancasse um crente recém convertido em uma sala, com uma Bíblia, e lhe dissesse para estudar o que as Escrituras dizem sobre curas e milagres, ele jamais sairia daquela sala como um cessacionista" (56). Ele segue com justamente essa sentença, "Eu sei disso de experiência própria . " Isso é chocante! Algo que ele nega, 'experiência influenciando sua teologia' (22-23) aqui ele admite. Isso é uma séria contradição. O que é mais incrível, isso não foi originalmente "sua experiência." Ele testifica no mesmo parágrafo que no tempo em que se tornou cristão nos anos 1960 até sua conversão, ele permaneceu cessacionista. Depois ele se refere que a "um teólogo muito astuto sem experiência com o miraculoso para convence-lo do contrário" (116). Ele sem querer marca bem o ponto: Jack Deere crê que sem experiência ninguém se torna um não-cessacionista. Ele escreve, "A minha experiência me tem conduzido a uma conclusão contrária a de MacArthur e seus pesquisadores" (274) .
A propósito, a conclusão a seguir transcrita contida numa crítica à obra de Deere merece ser reproduzida:
De fato, a visão de Deere do papel do profeta e as "dimensões apostólicas" do ministério (especialmente como manifestado por Paul Cain) suscitam-se questões significativas sobre a sua leitura do Novo Testamento: À exceção do esquema de Scofield, Deere não tem trocado um sistema por outro que é tanto quanto ou mais manipulativo da Palavra de Deus?
Deere sugere que quando a experiência e o argumento se convergem, as pessoas se abrem para uma vida de surpresas infinitas em comprometimento com o Espírito Santo. Suas experiências pessoais pontuam cada capítulo. Realmente, há mesmo toda uma lógica que o livro apresenta de que o poder do Espírito é real acima de tudo por que Deere experimentou e constatou isso. De forma precária, ele chega a ponto de usar a experiência como uma forma de tradução expandida do texto bíblico. Finalmente, Surpreendido pelo Poder do Espírito é mais uma contribuição para o crescimento de um gênero de literatura que junta a força do testemunho pessoal com uma hermenêutica que oferece aos fundamentalistas dispensacionais um novo método de abordar o texto bíblico. Mas, embora Deere ofereça uma bem-vinda alternativa à leitura Scofieldiana das Escrituras, infelizmente induz ao leitor à impressão de que a experiência religiosa si mesmo é que valida o que ele discute. Apesar de, pelas razões delineadas na próxima seção, ser difícil sabe-lo, com certeza, é bem provável que Deere tenha incorrido involuntariamente em dois erros hermenêuticas fundamentais. O primeiro é a generalização , ou seja, a crença de que a ocorrência de um milagre no passado significa que nada impede que venha acontecer de novo, e portanto espera-se sua repetição. O segundo é o experimentalismo , ou seja, a aceitação de qualquer reivindicação de experiência miraculosa hoje como se da espécie que a verificada na história bíblica, então se permite que a experiência prove que Deus está atualmente operando a mesma espécie de milagres. O primeiro envolve uma hermenêutica biblicamente injustificável que considera que, a menos que as Escrituras neguem a continuidade de uma experiência, aquela experiência ainda continua e continuará. O segundo vê a experiência dentro da Escritura de tal modo que experiência seja o intérprete dela, em vez do contrário.
Deere nunca trata dos falsos milagres que têm existido por toda história da igreja. Ele não trata dos que reivindicam fazer grandes milagres mas que foram rejeitados por Cristo (Mat. 7:21-23). Talvez por que ele não está em aberto confronto com os falsos mestres de persuasão não-cessacionista, Kenneth Hagin e Benny Hinn.
Depois de ler os primeiros cinco capítulos, este revisor conclui que Deere foi convertido para uma posiciona não-cessacionista por causa da lógica de um psiquiatra britânico, as curas de John Wimber e as profecias de Paul Cain. Apesar de suas declarações no sentido oposto e por causa de seu próprio testemunho cuidadosamente escrito, parece bem provável que a Escritura teve papel secundário em seu processo de mudança.
EXEGESE E EXPOSIÇÃO
Se não bastasse o que foi demonstrado na análise sobre “Hermenêutica e Experiência", Deere ainda se excede na evocação de seleção de textos-prova, mas deixa patenteada exegética pouco sólida e exposição falha de textos bíblicos chave. Ele lança sérias acusações a partir de um tratamento ligeiro e superficial. Se não vejamos a ilustração a seguir.
O propósito de uma parte significativa do trabalho de Deere é tratar de curas. O próprio subtítulo do livro é, "Professor do Seminário Teológico de Dallas Descobre que Deus Continua a Falar e Curar Hoje", o que dá a impressão de que o autor pretende tratar definitivamente de curas.
Qualquer pessoa recém convertida que deseja compreender a participação de Deus nas curas deve interagir com dois maiores textos bíblicos Isaias 53 e Tiago 5. Não é assim tão inconcebível. Logo a falta de atenção para Isaias 53 é uma grande surpresa para este revisor. Unicamente em um parágrafo em 299 paginas é mencionado Isaias 53. Em nenhum lugar Deere tenta explicar este texto tão significativo. Textos como Mat. 8:14-17 e 1 Ped 2:24 são igualmente negligenciados.
Deere cita Tiago 5:13-20 mais do que Isaias 53, entretanto, em suas mais ou menos sete referências não faz mais do que pequenas citações da passagem e não a explica no contexto de Tiago 5. Relata como os presbíteros de sua igreja chamavam os doentes para receber oração, supostamente em obediência a Tiago 5 (31). No entanto, Tiago 5 diz, "Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja...", justamente o contrário da prática descrita por Deere. Além disso, Deere afirma que em Tiago 5:14-16 Deus comissiona a igreja inteira a curar (130). Embora 5:16 envolve "orar pelos outros," mais como uma medida preventiva do que corretiva, o ponto alto da passagem está na função dos anciãos, e não na da congregação.
Um estudo sobre curas não pode ignorar Tiago 5. Entretanto, não basta meramente identificar a passagem e partir para tentar enquadrá-la a uma teologia ou experiência pré-determinadas, como Deere claramente faz. Em lugar algum o autor tenta encarar o texto e faze-lo responder a pergunta que formula, ou seja, "A passagem está limitada ao primeiro século ou é aplicável hoje? Aplica-se para toda humanidade ou somente Cristãos? Estende-se para todos Cristãos ou restringe-se a alguns? Seu propósito é preparar pessoas para morrer ou restaurar sua qualidade de vida? Refere-se a problemas emocionais, físicos ou espirituais? A prática é para ser adotada no culto público particularmente? Intenta-se envolver a unção simbólica ou medicinal? A cura é providencial ou miraculosa? A promessa é condicional ou absoluta?"
Deere usa textos obscuros tal como os encontrados em Jer 32:20 ou Gal 3:5 para estabelecer sua própria tese e desacreditar os que discordam dele. Por exemplo, ele cita pelo menos oito vezes Gal 3:5 para defender idéia de que os dons miraculosos de cura foram concedidos à igreja como um ministério contínuo até o presente. Ocorre, também, que em nenhum lugar ele supre o leitor de interpretações desta passagem que sejam ao menos confiáveis (possivelmente mais do que as apresentadas pelo autor) e por isso mesmo não tem nada a ver com os milagres. Nem dá conta aos seus leitores que justamente a palavra traduzida "milagre" pode ser facilmente traduzido por "poder" e refere ao poder de Deus na salvação (Rom 1:16; 1 Cor 1:18; 2 Cor 6:7; 1 Tess 1:5; 2 Tim 1:8).
Ele cita Jer 32:20 para provar que os milagres estenderam-se através dos dias de Jeremias. Mas não informa ao leitor que os expertos na língua hebraica e os especialistas em estudos do Antigo Testamento não estão de acordo quanto à correta interpretação passagem. A mesma característica aplica-se aos textos de 2 Cor 12:7 (288) e Marcos 16:9-20 (277).
Deere sugere que Rom 11:29`"Pois os dons e vocação de Deus são irrevogáveis"`ensina que os dons miraculosos do Espírito não cessaram com os apóstolos, mas continuam, uma vez que são irrevogáveis (289). Entretanto, o contexto de Romanos 11 requer que o assunto se refira à sua herança espiritual, não aos dons espirituais na igreja. Os charismata ("dons") de Romanos 11:29 evocam os dons da graça de Deus à Israel, referidos em Romanos 9:4-5. Eis ai um claro exemplo inadequada citação de textos-prova.
Em suma, o tratamento que Deere dá a alguns textos das Escrituras deixa muito a desejar. Por exemplo, ele não interpreta os principais textos como Isaias 53 e Tiago 5. Entretanto, ele coloca em realce passagens que pouco contribuem para a sua interpretação uma vez que estas outras oferecem várias alternativas legitimas de conotações não miraculosas, p.ex. Jer 32:20 e Gal 3:5 e outros textos-prova inapropriados. Escora-se em passagens menores e obscuras que são consideradas definitivas, ao tempo em que, dentro dessa ótica, dá atenção destacada às experiências.
SOBRE CURAS
Deere vê 1 Corinthians 12 como um texto bíblico básico para defender as curas para hoje (64-68). Ele raciocina que, uma vez que (1) os apóstolos eram os mais dotados de dons de todas as pessoas na Igreja, (2) os dons espirituais variam em poder e intensidade, e (3) os dons miraculosos não foram limitados aos apóstolos mas distribuídos por todo a Igreja, logo (1) há distinção entre sinais/maravilhas e "dons de cura" , e (2) é errado insistir que os milagres apostólicos constituem em padrão para medir curas hoje. Conclui-se então (1) que as curas hoje não serão tão espetaculares como as de Paulo ou Pedro, (2) que as curas não podem ser abundantes como na era apostólica, e (3) o que denota alguma falha em relação às aventada curas. A resposta deste revisor é que Deere tem desenvolvido uma teoria mais sobre o que as Escrituras não dizem do que de sobre ele claramente diz. Sua teoria falha para várias razões:
1. A frase "dons de curar" é tão ambígua em seu contexto que ninguém pode realmente saber seguramente o que exatamente significa (1 Cor 12:9, 28, 30). Certamente algo tão importante como a teologia da cura física não deveria se embasar em um fundamento assim tão traiçoeiro.
2. Sua teoria não explica o declínio em qualidade e quantidade das curas apostólicas conforme a era apostólica ia desvanecendo.
3. Sua teoria não dá conta adequadamente de que "dons de curar" aparecem unicamente na lista de dons de 1 Corinthians 12.
4. Sua teoria não aborda a total ausência de instrução nas epístolas acerca de curas, com exceção de Tiago 5. A sugestão deste revisor é que Tiago 5 e 1 Coríntios 12, segundo a melhor exegese e lógica, não tem nenhuma conexão em seus contextos.
5. Sua teoria diz que em todas as Escrituras as curas não são proibidas ou não falam diretamente sobre uma cessação das curas apostólicas, então, implicitamente, as Escrituras ensinam que as curas são para hoje (18-19, 99-115). Uma vez que é impossível interpretar espaços brancos da Bíblia, isso é inadmissível para a discussão.
6. Ele parece contradizer sua própria teoria quando escreve, "Eu creio que Deus está operando na Igreja hoje qualitativamente os mesmos milagre do Novo Testamento, e creio que os tem feito eles por toda a história da igreja" (58). Os únicos milagres de qualidade. que conhecemos no livro de Atos, são aqueles da qualidade que eram realizados pelos apóstolos. Além disso, Deere mais tarde teoriza que os milagres da igreja estão abaixo do padrão se comparados com os dos apóstolos (66-67). Ambos não podem ser verdadeiros.
7. Em face da bem documentada história bíblica de milagres na Escritura, Deere definitivamente não explica por que períodos "menores" não vieram depois Moisés, Elias, ou Cristo. Ele somente afirma que uma continuidade, período de milagres abaixo do padrão, segue os apóstolos e continuam nestes dias. Seu argumento de silêncio está aquém da boa interpretação e faz dele perpetrador de falácia exegética de que acusa os cessacionistas (19).
SOBRE MILAGRES
Em geral, a discussão de Deere de temas teológicos maiores carece de uma qualidade sistemática, lógica, e categórica. Tome os milagres por exemplo. A metade do que ele aborda encontra-se nos Apêndices, que por definição envolvem "matérias secundárias ao fim de um livro."
Mas deixemos que o leitor decida se discussão das seguintes questões são primárias ou subsidiárias, em relação aos milagres: "Os Dons Miraculosos Cessaram com os Apóstolos?" e "Houve Unicamente Três Períodos de Milagres?" A discussão de ambas questões estão nos Apêndices. Em contraste, no Cap. 5, Deere dá sua opinião sobre se "Os Cristãos tem Razão Reais para Não Crerem nos Dons Miraculosos", uma questão secundária que deveria teria sido colocada num Apêndice.
Deere declara isso acerca da principio maior do cessacionismo de que os milagres cessaram com a conclusão da era apostólica:
Contudo, eles agora enfrentavam não apenas um obstáculo formidável, mas também intransponível, porquanto não podiam oferecer um único texto das Escrituras que ensinasse que os milagres e dons espirituais estavam confinados ao período do Novo Testamento. E pessoa alguma foi capaz de faze-lo (101).
A luz da afirmação acima, alguém poderia assumir que Deere pretende fazer com que um ou mais textos específicos da Escritura ensinem que os milagres e dons espirituais continuam por toda era da igreja da mesma maneira como visto em Atos. Entretanto, Deere não pode fazer isso porque estes textos simplesmente não existem. Nenhum lado vence ou perde o debate, seja o cessacionista, seja o não-cessacionista, baseado em uma passagem única, mas em conclusões dedutivas de numerosas passagens. Usando a mesma lógica de Deere em relação à doutrina da trindade divina, conclusões blasfemas com respeito àquela doutrina podiam resultar as quais seriam intoleráveis a Deere. Este revisor, portanto, não tolerará sua conclusão com respeito a milagres por causa de sua lógica distorcida.
Deere afirma, " nenhum escritor cessacionista que conheço tenta firmar seu ponto à base exclusiva das Escrituras ." (55). De fato, somente o oposto sim que é verdadeiro. Deere (o não-cessacionismo) constrói sua tese para os milagres nos dias presentes primeiramente sob a experiência (13-41). Os cessacionistas desejam construir sua tese e permanecer com as Escrituras somente. A apelação à história não é para estabelecer sua teologia, mas melhor para testá-la. Este revisor poderia ter esperado ver Deere interage profundamente com o bem conhecido trabalho, Perspectives on Pentecost , por Richard Gaffin, especialmente o Cap. 5, "A Questão da Cessação" (89-116). Entretanto, Deere não faz nenhum comentário significativo sobre o posicionamento de Gaffin.
Ele interage com Caos Carismático de John MacArthur no Apêndice C (253-66). Começa com esta observação: "John MacArthur é um proponente moderno da visão de que havia unicamente três períodos de milagres no registro bíblico" (253). Mais tarde ele irrisoriamente escreve, "Mas o ridículo de tudo, na visão de MacArthur nós não podíamos chamar a ressurreição de Jesus Cristo como um milagre" (263).
Anteriormente, Deere, no seu livro, conta que quando dirigia um programa acadêmico em nível de doutorado aplicava questionários sobre milagres, os quais evidenciavam que os aderentes do cessacionismo se caracterizavam por uma suposta imaturidade (47-52). No Apêndice C, ele escreve sete páginas de milagres no AT (255-61) em uma tentativa de provar que MacArthur tem seriamente subestimado o elemento miraculoso do AT.
A seguir, alguns breves comentários sobre as colocações de Deere:
1. MacArthur pode confirmar todos o s eventos sobrenaturais citados por Deere, do mesmo modo que todos outros expositores bíblicos cessacionistas conservadores.
2. Deere incorretamente acusa MacArthur de dizer que todos os milagres na Bíblia estiveram limitados em três períodos (253). Espantosamente, Deere desqualifica sua própria acusação quando corretamente cita MacArthur como dizendo, " A Maioria dos milagres bíblicos . . ." (253).
3. O que MacArthur e os demais cessationistas desejam estabelecer é o fato bíblico de que a obra sobrenatural de Deus, mediada pelos homens, ocorreu principalmente, não exclusivamente, em três períodos. Até mesmo Deere admite isso (263).
4. Deere pode esquivar-se das definições relacionadas com o sobrenatural ou o miraculoso (263); contudo, todos reconhecem a diferença entre o agir sobrenatural direto de Deus, elemento o qual Deere tenta estabelecer como normativo, e o sobrenatural intermediado de Deus através dos homens.
5. Deere escreve, "MacArthur não quer aceitar como normativos quaisquer dos eventos sobrenaturais da tabela anterior" (264). Pode-se formular a mesma pergunta a Deere, "Você deseja aceitar criação, o dilúvio e Babel como normativos? Você deseja aceitar a destruição de Sodoma e Gomorra como normal? Você deseja aceitar as pragas do Egito como normativas?" Certamente que não! Somente porque é um ato específico ocorrido uma vez, não exige que necessariamente Deus o deve repeti-lo.
6. Deere afirma que " você não pode encontrar nenhum período na história de Israel quando eventos sobrenaturais não fossem entre o povo de Deus" (263). Para corrigir esta declaração, durante pelo menos dois períodos eventos sobrenaturais eram incomuns: (1) os quase 300 anos de intervalo entre Gen 50:26 e Êxodo 2:1 e (2) os mais de 400 anos de intervalo entre Mal 4:6 e Mat 1:1 em que não é encontrada nenhuma evidência de Deus operando sobrenaturalmente. Isto para não mencionar os milhares de anos representados por Gênesis 1-12, a mais os quais o registro em questão não cobre.
ATITUDES E MÁS REPRESENTAÇÕES
Aparentemente, Deere elaborou seu trabalho para servir mais de testemunho ou debate cheio de emocionalismo do que de discussão bem equilibrada e bíblica acerca de milagres.
Atitudes
Espalhadas pelo livro pululam observações, excessivamente exageradas e auto depreciativas, feitas pelo ora neo-contemporanista Jack Deere ao então cessacionista Jack Deere. Ele classifica os outros ainda que ainda são de uma determinada maneira identificando nessas pessoas o que ele próprio teria sido um dia. Eis alguns exemplos:
preconceituoso de forma ignorante contra os carismáticos e Pentecostais (259)
arrogante (29, 47-48)
nocivo à igreja (29)
enganador, manipulador, indutor da Igreja (30)
iludido com respeito ao pensamento de que sua teologia era excepcionalmente boa, quando era frágil (15, 35)
espiritualmente anêmico (184)
racionalista . (184)
Ainda assim, Deere quer que o leitor acredite que depois que se converteu à posição não-cessacionista, teve uma dramática reviravolta em termos de atitude e abordagem das Escrituras. Repentinamente ficou de mente aberta, paciente, e atento estudioso das Escrituras (22-23, 47, 75). A clara implicação aparente é que Deere não adotava esse método antes como cessacionista nem pode ser adotado por qualquer outro cessacionista.
Ele critica os estudiosos cessacionistas por não serem capazes de ler o original dos escritos históricos, escritos pelos pais da igreja em Grego e Latim (273). Sugere que a maioria dos não-cessacionistas pode? Se podem, desejam e isso sirva de ajuda em sua exegese/exposição do texto bíblico? Quando prevê que em própria existência a maioria da igreja vai crer e praticar os dons miraculosos do Espírito, ele espera as pessoas creiam nele ou na Palavra apenas (173)?
Ele quer que o leitor creia que ao para o investigador da verdade, sincero e de mente aberta, a Escritura, história e experiência apontam para a posição não-cessacionista (56). Suas afirmações, realmente muito fortes ou freqüentemente repetidas, não provam esse ponto. Talvez o que reflete mais essa atitude diante da questão como um todo é comparação que faz do argumento cessacionista com a posição não-cessacionista como tendo tanta força como a de um pardal em meio a uma tempestade de vento (104).
Más Representações
O ex-cessacionista Jack Deere, agora um destacado porta-voz do partido não-cessacionista, retrata os cessacionistas de forma caricatural ao invés de fazer uma descrição criteriosa. Os seguintes pontos ilustram isso:
1. Deere insinua que a maioria dos cessacionistas crê que os dons espirituais não vigem mais nos dias de hoje (136).
2. Deere pinta os cessacionistas como tão espiritualmente anêmicos que eles são completamente vulneráveis às deturpações sexuais tal como a pornografia (85-86, 133-134, 182) e homossexualidade (86).
3. Deere afirma que os professores de seminário cessacionistas são bitolados e arrogantes (22-23, 47-50). Logo, os seus estudantes, até mesmo os de nível de doutoramento, são hesitantes e tendem a retrocederem quando são confrontados com um bom pensamento teológico (50-57).
UMA QUESTÃO FINAL
Se Deere, como ele admite, foi tão preconceituoso, tão bitolado, tão arrogante, tão espiritualmente anêmico, e tão teologicamente infundado como um cessacionista, que razão há para acreditar que ele é agora humilde, se m preconceitos, mente aberta, espiritualmente dinamizado e teologicamente correto? Isso só porque agora abraça uma teologia não-cessacionista? Será ele que dá evidencias convincentes de que é necessário passarem todos por uma reviravolta real e dramática de abandono do que crêem é ensinado nas Escrituras, e abraçarem as conclusões que Deere chegou ao final de sua odisséia espiritual?
Porque? Será que é porque se tem apoiado antes nas Escrituras, do que nas experiências para desenvolver suas crenças? Ele tem apresentado os que diferem dele de forma honesta e criteriosa? E a hermenêutica exemplar e as habilidades exegéticas que tem demonstrado para chegar a conclusões bíblicas?
Será que ele não tem mais se empenhado em um debate técnico preocupado marcar seu ponto, antes do que preocupado com um bem-arrazoado diálogo para a plena descoberta dos fatos? Será que a sua tese é biblicamente convincente?
A exemplo de outros, este revisor acredita que o trabalho de Jack Deere, em essência, é teologicamente defeituoso. Em vez de apresentar com a mente aberta um cuidadoso estudo, feito por um teólogo bem preparado, é mais como se fosse um produto de um novo convertido imaturo que, depois ler os evangelhos e o livro de Atos pela primeira vez, conclui que o que teve lugar no primeiro século continuará por toda a era da Igreja.
Então perguntamos, "Quem surpreende quem ?" O Espírito Santo surpreende Jack Deere, ou Jack Deere surpreende o Espírito Santo?
Richard L. Mayhue é Vice-presidente Sênior e Deão, além de Professor de Ministérios Pastorais.
NOTAS:
Jack Deere, Surpreendido pelo Poder do Espírito pela Casa Publicadora das Assembléias de Deus – CPAD, 1995, tradução de Surprised by the Power of the Spirit (Grand Rapids: Zondervan, 1993). Um livro posterior, Surprised by the Voice of God (Grand Rapids: Zondervan, 1994) pode ser considerado o desdobramento feito em 1994, a partir do "Epilogo: Ouvindo Deus falar hoje" 209-15. O objetivo desta revisão não é ser muito extenso, mas sim comentar seletivamente as maiores teses do trabalho de Deere. Concluímos que a posição de Deere é biblicamente indefensável o que logicamente não significa dizer que a posição cessacionista esteja prévia e razoavelmente firmada . Ela se sustenta ou cai considerando apenas o que as Escrituras ensinam.
Ibid., 57, 101, 116.
Ibid., 116.
Tenho propositalmente usado o termo "re-determinado" em contraste com "pré-determinado." Quando alguém muda sua teologia radicalmente como Deere fez (de persuasão cessacionistas para não-cessacionista), não está livre de qualquer pré-determinação; mas também sofreu pressão de uma abordagem menos objetiva (por reação) o que consiste em "re-determinação." Na melhor das hipóteses, ele agora é tão subjetivo quanto como era quando cessacionista, ou o que é pior, mais – não menos —vulnerável a possíveis erros.
Jack Deere, Surprised by the Power , endossos contidos nas orelhas do livro em inglês.
Ibid.
Ibid., contracapa do livro em inglês.
Outros que têm criticado a obra de Deere incluem-se Robert A. Pyne, BSac 151/602 (April-June, 1994):233-34; Larry L. Walker, Mid-America Theological Journal 18 (1994):126-27; R. Fowler White, "`For the Sparrow in the Hurricane,' A Review of Jack Deere's Surprised by thePower of the Spirit " ( paper inédito apresentado em 1994 ETS Eastern Regional Meeting).
Para ver o que Deere tem exposto em relação a John Wimber, leia John Wimber e Kevin Springer, Power Evangelism , 2ª ed. (San Francisco: Harper and Row, 1992), e John Wimber e Kevin Springer, Power Healing (San Francisco: Harper and Row, 1987). A defesa mais substancial do pensamento de John Wimber encontra-se em Gary S. Greig e Kevin N. Springer, eds., The Kingdom and the Power (Ventura, CA: Regal, 1993).
Na versão em português do livro de Deere, o tradutor infelizmente, na esteira do fazem diversos outros tradutores de livros originalmente escritos em inglês sobre o tema, incorre num equivoco ou falácia vocabular que induz um certo preconceito contra o pensamento cessacionista. Trata-se de traduzir a expressão “miraculous gfts” como “dons espirituais” querendo dar a entender que os cessacionistas não admitem os dons espirituais hoje, quando na verdade são questionados apenas os dons extraordinários em contraposição com os dons espirituais ordinários com os quais o Espírito Santo sempre tem cumulado a Igreja. Nota do Tradutor – ALS.
Para corrigir em futuras reimpressões, o editor deve notar que todas as referências de Marcos 9:40 a observação ao fim de Marcos (16:20 em opinião do Deere) deve ser omitido. Citações de Lucas 10:9, ao invés disso, 24:49 está erroneamente em seu lugar.
Este crítico não tem intenção de defender Warfield contra os ataques de Deere, outros que Deere menciona não adotam a mesma posição de Warfield. Quem interessar-se pode ler Warfield em Counterfeit Miracles (reimpressão, Londres: Banner of Truth, 1972), especialmente Cap. 1, "The Cessation of the Charismata" (3-31).
Citação da versão original em inglês. N.T.
Edith L. Blumhofer, "Dispensing with Scofield," Christianity Today 38/1 (January 10, 1994):57. Lembre-se que o dispensacionalismo não está em discussão aqui. Muitos dispensacionalistas e não-dispensacionalistas sustentam firmemente uma visão cessacionista dos dons miraculosos.
Veja o recente artigo , The Healing Promise (Eugene, OR: Harvest House, 1994), para uma discussão acerca do que a Bíblia diz sobre a cura física.
Para uma análise mais profunda da teoria de D eere's de que os dons miraculosos continuam além da era apostólica mas num nível menos elevado, leia Thomas R. Edgar, "An Analysis of Jack Deere on a Less Efficient Order of Miraculous Gifts" (paper ainda não publicado apresentadom em 1991 no ETS Eastern Regional Meeting).
Quando alguns lêem a discussão de Deere dos milagres na história pós-bíblica (73-76) e a compara com as citações históricas fornecidas por Walter J. Chantry, Signs of the Apostles , 2 nd ed. (London: Banner of Truth, 1976) 140-46, eles se espantam com os livros de historia que Deere lê.
Tradução livre: Anamim Lopes da Silva
Brasília-DF